Renda extra x Empreendedorismo digital – parte 2

Na primeira parte, publiquei um conteúdo introdutório. Nesta segunda, o objetivo é demonstrar como algumas distorções – apresentadas exaustivamente – podem desviar seu aprendizado para um caminho “inadequado”, gastando tempo e dinheiro com estratégias de “eficiência duvidosa”.

Há alguns anos atrás, participei de um treinamento de um equipamento de segurança de rede (IPS – TippingPoint NG) e o curso foi ministrado por um Colombiano. Como ele ministrava cursos em diferentes países, no intervalo, conversamos sobre aspectos culturais (diferenças). Em determinado momento, surgiu o assunto “etapas de projeto (planejamento)”, e perguntamos como o Brasileiro costuma ser visto “lá fora”. Ele afirmou que somos conhecidos por realizar apresentações grandiosas e lindas no PowerPoint, porém na fase de execução… a realidade muda completamente. Não ficamos muito surpresos, nem ofendidos.

O dado anterior reforçou o que já imaginávamos: somos exímios “VENDEDORES” – não é, necessariamente, algo ruim.

Com o avanço tecnológico e surgimento de ferramentas de comunicação mais eficientes, a habilidade de venda vem sendo aperfeiçoada. Por um lado, é uma “evolução bastante positiva”. Mas, ao mesmo tempo, permite manipular a informação com maior facilidade, envolvendo um número de pessoas cada vez maior. As técnicas atuais são eficientes, o problema é que estão sendo utilizadas para distorcer ou manipular informações também (sem mentir).

Depois de registrar um encolhimento significativo, o comércio de shakes via MMN voltou a crescer – como é o caso dos produtos da Herbalife. A novidade é que estão trabalhando com “coaching em re-educação alimentar” (incluindo atividades físicas), de forma que os clientes passam a conferir uma mudança física visível. É uma distorção diferente e bastante “eficiente”. O resultado não está no shake, mas sim na mudança de hábito – algumas pessoas cortam o consumo de refrigerantes, por exemplo. A combinação foi estratégica, pois a nossa memória seletiva tende privilegiar a escolha inicial que levou ao estado de satisfação, valorizando o consumo do shake. No entanto, é possível conquistar um resultado superior consultando um nutricionista, sem consumir produto algum.

Para entender o que um Coach se propõe fazer:

Não é de espantar que virou uma febre também, potencializada com o auxilio das redes sociais. Naturalmente, levou muitos psicólogos buscar este tipo de formação para ampliar seu campo de atuação e remuneração. Infelizmente, também surgiram distorções. Li alguns artigos e assisti vídeos detalhando como é a proposta deste trabalho – em determinados momentos, me senti diante de Deuses (lembrei da história do Powerpoint). Não tenho nada contra. Pelo contrário, é possível que auxilie na identificação de questões que passavam desapercebidas.

Mas… Posso estar enganado, no meu entendimento, estão supervalorizando a atividade para reforçar um mercado de treinamentos ou consultorias na área (encontrei vários).

Minha irmã, por exemplo, é gerente no setor de Recursos Humanos (RH), em uma indústria de produtos alimentícios, e certa vez foi questionada por não ter formação em coaching, mesmo com MBA em Gestão de RH. Neste caso, não há o que discutir, um profissional com MBA na área dispõe de uma formação mais especializada e abrangente. Ainda assim, para resolver a “pendência”, sugeriram um “treinamento de coaching” (bingo). É óbvio que os argumentos não se sustentaram.

Existem vários outros casos. Quando pesquisei sobre educação financeira, encontrei inúmeros sites oferecendo coaching em finanças. Para a minha “surpresa”, na maioria das vezes, percebi um forte apelo voltado a negociação de cursos – os argumentos de consultoria pareciam apenas pretexto para a venda dos treinamentos. Algo que acontece com frequência. Além disto, é fácil encontrar relatos de pessoas que dizem ter abandonado a carreira para viver como Coach.

Na Internet, isto se repete em diferentes estratégias!

O mesmo pode ser observado no Marketing digital ou Empreendedorismo digital.

Se você pretende empreender de verdade, terá que CRIAR um produto diferenciado e explorar corretamente as ferramentas disponíveis. Analisei diferentes blogs ou sites especializados no assunto e, na maioria das vezes, não vi nada além da (re)venda de treinamentos online ou infoprodutos (como ebooks) ensinando como funciona este mercado. Até hoje é comum encontrar vendedores (e compradores) que insistem na negociação de cursos sobre importação (drop shipping especificamente).

Os principais cursos abordam o processo técnico para disponibilizar um “produto digital” (na maioria das vezes, ebooks) e estratégias de Marketing digital.

O sistema (ou programa) de afiliados, por exemplo, tende ser “lucrativo” quando o “empreendedor” assume posição de PRODUTOR e potencializa a visibilidade de seu produto valendo-se de estratégias de Marketing digital. Do contrário, trabalhará recebendo apenas uma “pequena” comissão por produto vendido. No entanto, o sistema de afiliados não trabalha apenas com “produtos digitais” (aplicativos ou ebooks, por exemplo). É possível receber comissão com a venda de produtos de grandes empresas como Lojas Americanas, Netshoes e Walmart, por exemplo.

Em relação aos infoprodutos, tenho percebido, com certa frequência, uma postura de negociação muito “semelhante” ao que ocorre no MMN. Os principais infoprodutos são repetitivos (sem diferencial significativo) e costumam ser (re)vendidos por futuros “empreendedores”. Por consequência, prevalece uma massa de usuários que lamentam lucros modestos, enquanto uma minoria esbanja excelentes resultados. Quem não estiver atento, perderá dinheiro com grande facilidade.

Assistam esta matéria sobre Empreendedorismo digital:

O vídeo é motivador e faz parecer simples. Infelizmente, é expressivamente mais complexo do que aparenta. Repare que, na reportagem, os maiores beneficiados eram profissionais com perfil bastante técnico, que tiveram oportunidade e recursos para explorar o interesse despertado neste mercado. O resultado conquistado pelos demais profissionais que estão entrando é difícil de mensurar.

Para finalizar, confiram a visão do Fundador da Localweb (gravado em 2013):

Renda extra x Empreendedorismo digital – parte 1

A situação atual do país é preocupante. Estamos vivenciando um momento de recessão econômica e conflitos políticos. O índice de desemprego continua crescente e, com o recente registro de encolhimento da indústria, é pouco provável que este cenário mude no curto prazo. Por consequência, continua crescente o interesse por diferentes fontes de renda. A possibilidade de trabalhar em casa ou fora de um escritório fixo (home office), contando com “boa remuneração”, é algo bastante tentador e vem cativando cada vez mais pessoas. Neste quesito, o Empreendedorismo digital tem sido uma grande promessa. Trata-se de mais um assunto polêmico e complexo.

Nos últimos anos, passamos por transformações e avanços tecnológicos. O número de usuários com acesso a Internet vem crescendo rapidamente, facilitando o acesso a informação. Infelizmente, filtrar um conteúdo de qualidade, sério ou verídico nem sempre é uma tarefa simples. Não existe controle rígido sobre o conteúdo produzido, exceto quando caracteriza crime virtual (ou cibernético) e for alvo de investigação. Então, não despreze o seu senso crítico e consulte outras fontes!

Com o avanço tecnológico, surgiram novos modelos de negócio que exploram as principais mídias de comunicação.  A febre atual tem sido Empreendedorismo, Marketing digital, Startups e Coaching. Infelizmente, estão disseminando muitas distorções sobre este mercado. Não estou afirmando que não funcione. Tampouco procuro diminuir a importância da tecnologia, até porque é minha ferramenta de trabalho – encare tecnologia como meio, não fim. Novas ferramentas surgiram, mas a essência do empreendedorismo é a mesma e continua complexa.

Antes de escrever sobre o assunto, fiz inúmeras pesquisas e encontrei muitos blogueiros que se intitulam empreendedores, mas não são – não dá para se basear em ideologia ou expectativa.

Existe um consenso comum, entre educadores financeiros, da importância  de dedicar parte do salário ou qualquer renda adicional em investimentos em títulos financeiros ou mercado de capitais. Para compreender quais são os principais tipos de fonte de renda e a importância dos investimentos, recomendo assistir o seguinte video (por enquanto, ignore os comentários sobre “produtos digitais” – requer uma análise fria e criteriosa):

Iniciei com esta pequena introdução. Mas, o tema será abordado em três partes. Na segunda, tratarei a forma como o assunto vem sendo apresentado de forma distorcida (ou distante da realidade). E finalizarei, na terceira, demonstrando como algumas empresas estão trabalhando com estas ferramentas (com seriedade) e abordarei algumas alternativas.

Petrobras dispara após acordo da OPEP

As ações da Petrobras registraram os maiores ganhos do índice Ibovespa no pregão de ontem (ON 10,6%, PN 9,1%) após a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) anunciar um corte de produção de 1,1 milhão de barris por dia entre seus países membros, cerca de 1% da produção mundial. Este é o primeiro acordo desse tipo desde 2008. Como consequência, o preço do barril de petróleo disparou no mercado internacional (Petróleo (Brent), Petróleo (WTI)) com a redução da oferta da commodity. – Fonte ADVFN.

Resultado do mês de Novembro (2016)

O mẽs de novembro foi agitado. O resultado da eleição presidencial norte-americana gerou temor e turbulência no mercado econômico, derrubando os principais índices das Bolsas de Valores do mundo. Apesar do estresse causado, levando a queda de inúmeros ativos de renda variável, continuo conferindo excelentes resultados. Aproveitei alguns dias de férias para revisar meus investimentos e realizei mudanças significativas, incluindo pedido de transferência de custódia para a corretora Rico.

Entrei em férias no início do mês (está terminando) e, depois de “alguns anos” sem viajar, resolvi fazer algo diferente, e programei, de improviso, uma viagem para Gramado. Não costumo fazer isto, pois é uma oportunidade rara para reforçar os investimentos (acelera o efeito bola de neve). Mas, a vida não é feita apenas de trabalho e investimentos (risos), quebrar a rotina de vez em quando faz bem e precisamos renovar nossas energias. Ainda assim, em menor proporção, consegui me programar para investir algo.

Visando um ganho real, no longo prazo, aproveitei os primeiros dias para avaliar a performance e taxa de administração do fundo DI que tenho (tinha) em relação a outros fundos geridos pelo Banco (com as mesmas características). Mas, é preciso ter cautela para não perder dinheiro (e muito). Não confunda com “girar patrimônio”. O meu objetivo não foi buscar uma taxa melhor para o momento. Portanto, contando com uma vantagem bastante nítida (longo prazo), resolvi trocar. E, passado o susto (a explicação está no link ao lado), tudo transcorreu dentro do previsto.

Há poucos dias, solicitei a transferência de custódia dos ativos que mantenho na corretora Gradual para a Rico. A minha intenção inicial era migrar apenas os ativos da MyCAP. Iniciei pela Gradual porque a Rico oferece benefícios mais interessantes (ambiente mais amigável e custos menores), pretendo trabalhar com uma única corretora e fiquei incomodado com uma situação desagradável que ocorreu na semana passada. O acesso ao Home Broker da Gradual foi bloqueado porque meu cadastro expirou. Sei que é um procedimento padrão e obrigatório, porém, a corretora costumava avisar com antecedência (não fez) e, antes, bastava responder um e-mail com o formulário preenchido – desta vez, exigiram o envio de uma cópia assinada do termo de adesão também (mesmo sendo cliente antigo). Passei um dia inteiro sem acesso ao Home Broker, depois de ter feito TED para a conta na corretora. Fui muito bem atendido por longo anos. Mas, estamos falando de uma instituição financeira. Sendo assim, uni o útil ao agradável e solicitei a transferência de custódia.

Quanto aos investimentos…

Recebi proventos de ABEV3, BBAS3, GRND3, ITUB3, AGRO3, BRCR11 (0,768%), FCFL11B (0,615%), PQDP11 (0,637%), KNRI11 (0,622%), RNGO11 (0,828%), SAAG11 (0,679%), TRXL11 (0,937%), FVBI11B (0,635%), XPGA11 (1,086%), KNCR11 (0,907%) e EDGA11B (0,763%). O desempenho dos principais FIIs, comparado com o mês anterior, foi levemente inferior. Infelizmente, o mercado imobiliário não está passando por um bom momento (taxa de vacância crescente) e estamos lidando com renda variável. Vale lembrar que estamos sujeitos aos riscos inerentes ao mercado de imóveis – nada muito preocupante, se o fundo for bem gerido, diversificado e com imóveis de qualidade. Somando os dividendos (ou JCP) recebidos de ABEV3, BBAS3 e AGRO3, o rendimento final deste mês foi superior ao anterior.

Fiz alguns ajustes mais expressivos na carteira…

Conforme comentei em outras oportunidades, separei um capital alocado a risco para investir em algumas Small Caps (ou Micro Caps, como classifica a Empiricus – há critérios adicionais). Sendo assim, mantive uma pequena posição em SGPS3 (Springs Global). Não estava satisfeito com o balanço da empresa faz algum tempo. Logo que a cotação atingiu R$ 5,00, encerrei minha posição – acredito que o movimento dos preços não está coerente com o resultado apresentado pela empresa. Com o dinheiro da venda, comprei cotas dos FIIs HGRE11 e EDGA11B.

Analogamente, depois de apresentar alta superior a 22% em um único dia, resolvi encerrar a posição em SNSL3 (Senior Solution). É outro ativo em que assumi uma posição estratégica (Small Caps). Mas, diferente da Springs, a Senior Solution apresenta um “balanço melhor” – não o suficiente para aumentar a exposição (opinião pessoal). Em função do preço da ação x balanço, acredito que outras empresas sejam mais atrativas. Apesar disto, manterei no “radar”.

Com o rendimento da própria carteira, somado ao capital que me prontifico separar para investir mensalmente, comprei mais ações ou cotas de ABEV3, AGRO3, EZTC3, BRCR11, KNRI11, HGRE11 e EDGA11B. Os menores aportes foram para AGRO3, EDGA11B e KNRI11, nos demais a distribuição foi maior e bem equilibrada.

A composição atual ficou assim (gráfico do IrpfBolsa):

carteira-11-2016

Neste mês, em função da tensão do mercado, a volatilidade foi grande e o desempenho anterior não foi mantido. A diferença do IBovespa entre ontem (queda) e hoje (alta), por exemplo, é grande. Continuo com um excelente resultado, acima de minha expectativa. É importante ter consciência que, no curto prazo, oscilações são naturais e esperadas (com movimentos de repique, por exemplo). Dentro de uma tendência de alta, os papeis não se movimentam em linha reta.

Estou apenas demonstrando o potencial de crescimento, isto não é recomendação de investimento.

Herbalife pagará US$ 200 milhões para compensar consumidores nos EUA

Em um acordo firmado com a Comissão Federal de Comércio (FTC – Federal Trade Commission) dos EUA, a Herbalife (Herbalife International of America, Inc., Herbalife International, Inc., e Herbalife, Ltd.) se comprometeu a pagar US$ 200 milhões para compensar consumidores que enganou com seu esquema de marketing multinível (que poderia ser classificado como esquema de pirâmide).

http://www.conjur.com.br/2016-jul-16/herbalife-pagara-us-200-milhoes-compensar-consumidores

Estou surpreso por ter demorado tanto… Se investigar cada empresa que trabalha seguindo estratégias de MMN, este mercado acaba! (risos). Trata-se de um mercado que nunca me atraiu, pois lida com produtos caros e um modelo de negócio bastante questionável.

O interessante é que estão combinando com outras técnicas de consultoria para tentar seduzir um número de clientes (ou “consultores”) cada vez maior. Como está na moda vender consultoria sobre qualquer coisa… naturalmente, surgiram consultorias especializadas (coaching, para ficar chique) em nutrição com Herbalife.