Experiência com a Empiricus

A Empiricus é uma das casas de análise financeira mais conhecidas do país, e suas teses – muitas vezes polêmicas – costumam fazer bastante barulho. Gosto do material produzido, Já assinei dois relatórios (Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) e MicroCaps) e ganhei acesso a outros por um período de experiência. Atualmente, mantenho apenas a assinatura de FIIs. Como é comum encontrar questionamentos quanto a eficiência das recomendações, compartilharei um pouco de minha experiência para demonstrar algumas vantagens, desvantagens, cuidados e como extrair o melhor dos relatórios. Particularmente, acredito que alguns não valem a pena.

O material produzido é de qualidade. No entanto, a escolha da assinatura merece cautela.

Antes de prosseguir, gostaria de frisar o seguinte: NÃO EXISTE DINHEIRO FÁCIL! 😉

Conforme exposto em outras oportunidades, minha primeira experiência em renda variável foi desastrosa (o custo do aprendizado foi alto). Para ter sucesso como investidor, estude bastante. Como quase tudo na vida, procure subir degrau por degrau. Opte por investimentos coerentes com o seu conhecimento, habilidade e realidade financeira.

As chances de sucesso diminuem para quem segue recomendações de investimento cegamente (seja qual for a fonte).

A única maneira segura e eficiente para tirar proveito dos “melhores momentos” é acumulando patrimônio diversificado em valor (direcionando os novos aportes conforme o interesse). Ou seja, procure manter uma exposição equilibrada em diferentes ativos. NUNCA GIRE PATRIMÔNIO, pois os custos envolvidos geram perdas significativas e a “previsão” de rentabilidade futura é uma estimativa complexa e repleta de variáveis. Não gaste muita energia buscando as melhores rentabilidades, elas mudam.

Se você tem interesse em determinado mercado ou classe de ativos, mas acredita que precisa de um auxílio adicional para a tomada de decisão, a assinatura de alguns relatórios da Empíricus “pode” ser útil, desde que o objetivo principal seja obter maiores informações para melhor avaliar os ativos de seu interesse. Não se iluda com possibilidades de ganhos rápidos.

O material produzido pela Empiricus costuma ser de “boa qualidade”, mas, ao mesmo tempo, pode iludir com grande facilidade – estão surgindo estratégias bastante questionáveis (acho lamentável). “Não estou afirmando que todos os relatórios sejam assim“.

O marketing da empresa sempre foi agressivo (normal). No entanto, está se tornando cada vez mais apelativo e, como cliente, estou ficando incomodado. Para ser mais claro, vejam alguns e-mails que recebi recentemente: “A Oportunidade dos 265%, Fique Rico Andando de Uber, Ganhos de até quatro dígitosO Algoritmo Que Te Fará Lucrar 3,4 Vezes Mais Do Que A Bolsa (41% em 40 dias)“. Até o “botão” para aderir ao plano é apelativo: “QUERO LUCRAR 41 POR CENTO EM 40 DIAS“. Há também inúmeros apelos para “a última chamada“, como se fosse sempre a “última” chance para assinar (dramático… risos).

Apesar de existir uma estratégia técnica por trás, esteja ciente de que estão vendendo possibilidades. O problema é que, em alguns casos, está beirando a enganação. No último e-mail, por exemplo, ofertaram uma estratégia que podetransformar 2 mil reais em 144 mil em 45 dias“. Na prática, a possibilidade disto se concretizar é mínima.

Compartilharei minha experiência, com exemplos reais…

O primeiro relatório que assinei foi “MicroCaps” e já descrevi como funciona o marketing adotado para conquistar novos assinantes. Gostei da proposta e separei um capital alocado a risco. Para maior controle, criei uma conta separada na corretora MyCAP apenas para este propósito. E, ao mesmo tempo, comecei a atuar como holder em outra corretora.

Ao contrário do que é “vendido”, a estratégia pede um investimento inicial alto. No ano, a primeira assinatura terá um custo de aproximadamente R$ 1.500 e em torno de R$ 950 a cada renovação. Não ignore estes valores na apuração dos resultados. Como a estratégia não trabalha com vidência (risos), será inviável (para não dizer impossível) operar um ativo por vez. Logo, os aportes serão distribuídos entre aproximadamente 10 ações (varia um pouco), lembrando que algumas operações encerrarão com prejuízo. Com volume em dinheiro inferior a R$ 5.000, você encontrará dificuldade para distribuir entre os ativos ou mesmo compensar os custos da própria assinatura. Digo isto porque operei acima deste valor e senti dificuldade na distribuição.

Parecia fácil, não? Infelizmente, não é.
Os relatórios são bons,  mas a propaganda é bastante questionável.

Presenciei valorizações superiores a 100%. O problema é conseguir este grande feito sobre a carteira inteira!

Em função das características dos ativos selecionados (baixo volume e liquidez, por exemplo), este relatório fica restrito ao teto de 500 pessoas. Ainda assim, cada recomendação de compra ou venda exerce forte influência sobre a cotação. Parece tolice, mas tende influenciar no resultado final.

No início, na tentativa de potencializar os ganhos, pensei em realizar trades no dia de cada recomendação de compra. Em pouco tempo, desisti da ideia. Nunca consegui comprar as ações antes do gap (resultante da “valorização artificial”). Minha disponibilidade de tempo, durante a semana, é pequena e o movimento simultâneo de vários investidores torna a disputa muito mais acirrada. Aliás, esta é uma forte razão para não fazer trades seguindo recomendação de analista – um SMS recebido com atraso já lhe coloca em desvantagem imediata.

Em frequência menor, para reforçar a confiança nas recomendações do analista responsável, já conferi o posicionamento mais expressivo de algum sócio da Empiricus (avisam e, depois, mostram até as notas de corretagem). Em função do baixo volume de negociações, quando o posicionamento acontece, é comum presenciar uma valorização ainda mais forte dos ativos. Isto torna a “brincadeira” mais arriscada – é difícil mensurar a intensidade do movimento corretivo.

Seguir as recomendações não é tão simples quanto parece e o resultado tende ser pessoal e relativo.

Para melhor compreensão, confiram como algumas operações foram encerradas (outras ainda estão em aberto):

Ação MEU ganho (%) Motivo da *recomendação de venda*
BEMA3 -10,29 Encerrou apurando LUCRO na operação
ROMI3 -53,82 Encerrou após apurar resultados inferiores (indicadores) a expectativa de longo prazo
PMAM3 -57,93 Encerrou após apurar resultados inferiores (indicadores) a expectativa de longo prazo

Apesar do “ganho real negativo”, a operação com BEMA3 foi encerrada “apurando lucro”.
Por incrível que pareça, até esta avaliação é relativa…

O resultado das operações é avaliado de acordo com a diferença entre o preço de abertura e fechamento de cada recomendação (antes do gap). Quando assinei o relatório, a recomendação de compra de BEMA3 já havia acontecido alguns meses antes e a cotação estava distante do preço de abertura. Como, naquele período, a cotação estava abaixo do “preço teto” (valor máximo estimado para compra) e a avaliação dos relatórios continuava positiva, comprei algumas ações visando o longo prazo. Infelizmente, deu errado.

Pouco antes da TOTVS comprar a Bematech, a cotação de BEMA3 despencou, gerando muito estresse. Após a confirmação da compra, a cotação voltou aos patamares anteriores e, diante deste cenário, a Empiricus recomendou a venda de BEMA3, julgando não haver mais espaço para movimentações relevantes. O mais interessante é que ficou acordado que “os acionistas da Bematech receberiam 0,0434 TOTVS3, a cada 1 BEMA3 que detivessem + R$ 9,35 em dinheiro“, e a Empiricus não se pronunciou quanto a isto. Fiquei tranquilo porque minha exposição era pequena.

Mas, para complicar um pouco mais, estive envolvido em vários projetos onde trabalho e li a recomendação de venda de ROMI3 apenas “dois dias depois do alerta”. A operação foi encerrada prevendo prejuízo, e ampliei o meu por ter encerrado com atraso. No caso de PMAM3, o momento inadequado da compra ampliou o meu prejuízo também – o ideal seria montar a posição antes do gap (dificilmente conseguimos) ou aguardar pelo movimento corretivo.

Vale lembrar que o movimento simultâneo de inúmeros investidores reflete diretamente na cotação – são 500 investidores disputando um mesmo ativo, que é extremamente volátil e fora de foco (pouco negociado)“.

Ainda assim, “o valor final da carteira NÃO DIMINUIU“. O prejuízo foi “localizado” (em operações específicas) e a valorização das demais ações manteve a carteira equilibrada e “pouco lucrativa”. Entretanto, o objetivo da estratégia é muito mais “ambicioso”. Naturalmente, comecei a questionar os custos e o risco assumido frente os benefícios colhidos.

No ano passado, ignorando as recomendações do período, optei por position trade em Petrobras e Vale:

Ação Meu ganho (%) Motivo da venda
PETR4 +33,13 Atingiu o objetivo de médio prazo
PETR3 +55,94 Atingiu o objetivo de médio prazo
VALE5 +79,62 Atingiu o objetivo de médio prazo

O resultado foi excelente e reinvesti em FIIs, visando diminuir a volatilidade da carteira e incluir um rendimento mensal para potencializar os próximos aportes. Utilizei os relatórios de FIIs como referência para auxiliar na escolha dos fundos.

Nos meses seguintes, meu grau de satisfação com as MicroCaps diminuiu e resolvi priorizar os FIIs. Sendo assim, ajustei a carteira e encerrei algumas operações por conta própria:

Ação Meu ganho (%) Motivo da venda
FESA4 +20,93 Compra de FIIs a partir do lucro da operação
SNSL3 +33,74 Compra de FIIs a partir do lucro da operação
SGPS3 +23,71 Compra de FIIs a partir do lucro da operação
PTBL3 -2,66 Não correspondeu aos meus interesses ou expectativa (aproximadamente 2 anos)

Até mesmo a avaliação destes resultados pode ser relativa (risos). No meu caso, o balanço final foi positivo (lucrativo). Mas, não é possível deduzir isto observando apenas as tabelas que exibi, pois não deixei claro qual foi a proporção em dinheiro empregada em cada operação. Isto faz toda a diferença.

De qualquer forma, aproveitei o momento para ajustar a carteira antes de solicitar a transferência de custódia da MyCAP para a corretora Rico (farei no início de fevereiro). Estou encerrando com 3 cotas de FIIs e apenas duas ações da carteira MicroCaps (após avaliar os balanços, achei o resultado interessante).

Seguir as recomendações para a escolha dos FIIs também pode ser outro dilema! 😉

Apesar de lidar com investimento de longo prazo, após dois anos, a carteira de FIIs da Empiricus mudou absurdamente. Há fortes indícios de que o objetivo principal da carteira é bater o índice IFIX. Não é uma meta de investimento que me interessa seguir. Achei fora de propósito recomendar a venda das cotas do fundo PQDP11, por exemplo. Então, não estou seguindo a risca tudo que é recomendado.

Como o relatório é rico em informações, considero uma “excelente fonte de pesquisa”. Infelizmente, alguns aspectos tem incomodado. As recomendações mudam de direção sem aviso prévio, por exemplo. Em uma semana encontramos uma recomendação de compra em aberto, e na semana seguinte pode surgir uma recomendação de venda. Esta transição poderia ser melhor tratada. As questões que influenciam nesta decisão não mudam de uma hora para outra. Não tenho o menor interesse em fazer trades com FIIs, nem vejo sentido.

Há vários meses atrás, avaliei a possibilidade de comprar cotas do fundo EDGA11B. A situação do fundo não era das melhores, porém os relatórios demonstravam um potencial interessante. Em função dos riscos envolvidos, resolvi fazer um aporte menor. Pasmem, na semana seguinte, a avaliação mudou e recomendaram “venda“. Para variar, dependendo do fundo, a recomendação influencia no preço da cota. A Empiricus poderia, perfeitamente, ter alertado que estava reavaliando a recomendação do fundo. Mantive minha posição e coloquei o fundo em quarentena (observando, sem novos aportes).

Conclusão…

Os relatórios que assinei são profissionais e muito bem escritos. Acredito que, em alguns casos, a assinatura vale a pena. Em relação às estratégias mais apelativas, prefiro manter distância (está beirando a enganação). No meu caso, o custo da assinatura MicroCaps tem sido incompatível com o volume em dinheiro que aceito (ou posso) arriscar. Quanto aos FIIs, o que me incomoda é a falta de transparência na transição das recomendações. Pretendo manter a assinatura de Fundos Imobiliários – a relação custo x benefício continua satisfatória.

Se houver interesse, seja criterioso com a escolha do relatório. Estude e não siga as recomendações cegamente!

Mais uma queda após denúncia contra Jucá

Assim fica difícil… esse pessoal não aprende!

O futuro do índice Ibovespa (BM&F:INDM16) abre em queda de quase 2% nesta segunda-feira após o jornal Folha de S.Paulo apresentar ligações telefônicas nas quais o atual ministro do Planejamento, Romero Jucá, conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, estudando alternativas para tentar conter o avanço da operação Lava Jato. Jucá teria dito em uma das conversas que uma mudança no governo federal poderia travar a operação. – Fonte ADVFN.

Screenshot_20160523-131225Após  cair 2% com o áudio de Jucá, Ibovespa “se acalma” com coletiva e alta da Vale:
http://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/5010181/apos-cair-com-audio-juca-ibovespa-acalma-com-coletiva-alta

Mais uma semana agitada! 😉

Vale e o rombo de R$ 155 bi da Samarco

Definitivamente, as coisas não andam nada bem para a mineradora Vale.

A ação civil pública que pede R$ 155 bilhões em indenizações em relação ao acidente com a barragem de rejeitos da mineradora Samarco, não foram determinados em função do acidente em si, mas através de uma comparação não fundamentada de derramamento de óleo no Golfo do México (Deepwater Horizon) segundo comunicado da Vale (BOV:VALE5), uma das donas da Samarco. A companhia informou que foi homologado em audiência de conciliação no Tribunal Regional Federal o acordo celebrado em 2 de março de 2016 entre Samarco seus acionistas, Vale e BHP Billiton (ASX:BHP), e autoridades federais e estaduais de Minas Gerais e Espirito Santo. – Fonte ADVFN.

Há poucas semanas, comentei sobre um trade posicional feito com VALE5. Defini um stop móvel com deslocamento de 6%, e poucos dias depois deu gatilho a R$ 14,88. Encerrei minha posição em VALE5 no dia 22/04, depois de uma valorização superior a 40%. No momento, não tenho intenção em seguir como sócio da empresa (até que apresente resultados melhores).

Position Trade com VALE5

Position Trade é uma operação de trade com prazo que pode ir de algumas semanas a alguns meses. Apesar do meu foco não ser trades, em fevereiro de 2016, enxerguei uma oportunidade interessante para armar uma pequena operação com VALE5.

Comprei alguns “papéis” a R$ 8,12 e, neste instante, estão negociando acima de R$ 15,00. Mas, não pretendo me tornar sócio da empresa, por enquanto, porque os resultados financeiros não me agradam.
https://www.bastter.com/Mercado/Acao/VALE.aspx

Ontem saiu uma nota desfavorável para a Vale e o resultado não poderia ser diferente:
As ADRs da Vale (NYSE:VALE) despencaram (-8,7%) na bolsa de valores de Nova Iorque no pregão de ontem, enquanto o mercado nacional estava fechado. A companhia apresentou o relatório de produção do primeiro trimestre deste ano, com produção de 77,5 milhões de toneladas de minério de ferro no período, queda de 12,3% na comparação com o trimestre anterior, e abaixo do esperado pelos analistas. – Fonte ADVFN.

Não tenho a pretensão de “acertar o olho da mosca”, pois “já acertei a mosca!” (risos).

Resumindo, é hora de controlar a ganância…

Já armei um “stop móvel” em R$ 14,90, com deslocamento de 6% (ajuste inicial), preço limite em R$ 14,50 e validade de um mês.

Estou torcendo para não dar gatilho hoje, mas já estou satisfeito.

Análise fundamentalista: Aprenda a analisar empresas antes de investir!

A bolsa de valores é comparada, muitas vezes, a um cassino por acreditar-se que o resultado “depende apenas de sorte”. Isto é “relativo” e dependerá da forma como cada um se posiciona: como “jogador ou investidor”. Assuma uma posição de investidor e seja consciente em suas decisões!

Os vídeos, a seguir, auxiliarão adeptos do B&H a compreender e escolher empresas que apresentam resultados positivos, com expectativa de crescimento e lucros consistentes, de tal forma que facilite, também, na identificação e exclusão de empresas sem boas perspectivas futuras.

Como investir em renda variável implica em risco maior, é essencial estabelecer critérios que limitem perdas.

Para isto, basear-nos-emos na análise fundamentalista, através da avaliação do balanço patrimonial, demonstrativo de resultados (DRE) e demonstrativo de fluxo de caixa.

Para compreender melhor o que é e no que consiste a análise fundamentalista, assistam este vídeo:

O objetivo principal é a identificação de empresas lucrativas, com dívida sob controle e que ofereçam o melhor “retorno sobre investimento” (ROE) possível. Para facilitar nesta análise, podemos nos valer de indicadores fundamentalistas que permitam estimar possíveis ganhos futuros, precificação e valor de mercado.

Nossas decisões serão baseadas, essencialmente, na representação de “valor”, não no preço de negociação. “Preço é quanto pagamentos, valor é o que levamos”. Esta é uma das bases do Value Investing.

Como inúmeros fatores podem influenciar no resultado, a tomada de decisão deve ser baseada na avaliação de “diferentes indicadores em conjunto”, não individualmente.

Os indicadores fundamentalistas mais conhecidos, para precificação, são: P/L (Preço sobre Lucro), P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial por Ação) e DY (Dividend Yield).

É comum utilizar o P/LPA como termômetro para identificar se o preço de uma determinada ação está sobrevalorizado (caro) ou não, pois representa o número de anos necessários para obter o valor pago pela ação por intermédio dos lucros distribuídos. Logo, quanto menor, melhor. Segundo a Empiricus, a média brasileira é de 12, americana 10 e chinesa 100 (aproximadamente). É perceptível que o P/L Chinês atingiu níveis preocupantes.

O VPA representa o valor contábil de cada ação (valor intrínseco), portanto também é utilizado na avaliação do preço atual de uma ação. Sendo assim, quanto maior o valor, melhor. Já o P/VPA é empregado na comparação entre empresas para identificar qual apresenta maior expectativa de crescimento. A princípio, “quanto maior, melhor”. Significa que o mercado está aceitando pagar um prêmio maior para o patrimônio liquido da empresa. Mas, existe um limite para esta interpretação. Um P/VPA muito alto representa risco maior – em momentos de crise, a desvalorização desta ação tende ser mais acentuada.

Uma ponderação interessante sobre patrimônio liquido, valor de mercado e valor justo:
http://www.estrategista.net/o-patrimonio-liquido-o-valor-de-mercado-e-o-valor-justo/

A análise do dividend-yield não é tão simples quanto aparenta e costuma ser feita de forma equivocada. É necessário levar em consideração o payout (porcentagem dos lucros que é distribuído) e outros fatores, como o reinvestimento na empresa e sua evolução financeira. Não adianta investir em empresas com maior distribuição de dividendos (DY maior) se a evolução financeira for comprometida. Neste caso, a capacidade de manter os dividendos, ao longo dos anos, tende diminuir. Por outro lado, uma “empresa de crescimento”, com payout moderado, tende remunerar melhor, ao longo dos anos, do que outra com dividend-yield maior e menor potencial de crescimento. Compartilharei, mais adiante, vídeos do Bastter, que tratam detalhadamente sobre este assunto.

Por hora, confiram esta análise sobre empresas de crescimento e distribuição de dividendos:
http://www.bastter.com/mercado/grupos/forum.aspx?g=226&t=694899

Todos estes dados podem ser levantados pelo site www.fundamentus.com.br, do grupo Uibo:
http://www.fundamentus.com.br/detalhes.php?papel=BBAS3&x=0&y=0
http://www.fundamentus.com.br/detalhes.php?papel=ABEV3&x=0&y=0

Conforme exposto, devemos avaliar diferentes indicadores antes da tomada de decisão. Sendo assim, tenho preferência pela análise horizontal e vertical (alternadamente), comparando a evolução do patrimônio líquido, consistência do lucro líquido, margem a partir de 20%, ROE superior a taxa de juros da economia e dívida sob controle (baixa alavancagem). É um “excelente filtro” para seleção de empresas. Neste quesito, os quadros do Bastter são muito bons.

É verdadeiro dizer que este tipo de análise não garantirá que o resultado futuro seja o mesmo, mas diz muito sobre a solidez de uma empresa quando os dados são consistentes e persistentes no decorrer dos anos“.

A capacidade lucrativa de uma empresa pode ser estimada pela “margem” e “ROE“.

A “margem” expressa o quanto da receita é convertido em lucro (lucro liquido/receita liquida). Quanto maior a margem, melhor. Demonstra a capacidade de manter a empresa lucrativa diante de situações adversas, como diante de crises. É também um bom parâmetro comparativo de vantagem competitiva entre empresas de um mesmo setor.

Já o “ROE” determina a capacidade da empresa em gerar lucros a partir do patrimônio líquido (lucro liquido/patrimonio líquido). Ou seja, determina a rentabilidade sobre o patrimônio. O ideal é que seja superior a taxa de juros da economia.

A avaliação do nível de endividamento é importantíssima, e pode ser feita pelo acompanhamento da evolução ou controle da dívida ao longo dos anos. Podemos utilizar como indicador a divisão da dívida bruta pelo patrimônio líquido, sendo que o resultado ideal deve ser inferior a 0,5%.

Para tal análise, tenho utilizado como referência a seguinte metodologia (do canal do Bastter):

O vídeo acima trata detalhadamente como analisar de forma simples, didática e eficiente. Apesar de ser “um pouco longo”, recomendo separar alguns minutinhos de seu tempo, pois será muito instrutivo.

O quadro, exibido pelo site, é subdividido em “evolução patrimonial”, “capacidade lucrativa” e “solidez da empresa (caixa e dívida)”. Confiram alguns exemplos: AMBEV, EZTEC e VALE.

O essencial, para separar o joio do trigo, foi abordado. Para conhecer o “potencial de geração de caixa” de uma empresa é comum avaliar, também, o EBITDA (lucro antes dos impostos, juros, amortizações e depreciações).