Primeira experiência na bolsa: perda total!

Eu poderia contar apenas os casos de sucesso (foram vários), mas não seria justo e nem honesto.

Conforme exposto anteriormente, o mercado de ações pode oferecer excelentes oportunidades de ganhos financeiros aos investidores, mas pode ser o pior investimento facilmente. O sucesso depende da forma como cada um se posiciona, da experiência e conhecimento adquirido.

Normalmente, as pessoas recorrem a Bolsa de Valores sem compreender sua principal finalidade ou são movidas pela esperança de ter descoberto uma “oportunidade única” de ganho espetacular. Na maioria das vezes, não passa de uma grande ilusão. É fundamental compreender este mercado antes de entrar.

Investindo em ações

Não se iluda em acreditar que todas as respostas estarão disponíveis no Google de forma clara ou coesa. Não estão. Se fizermos pesquisas aleatórias, seremos bombardeados por inúmeras teorias ou “estratégias” de investimentos. Mas, será que você possui uma base de conhecimento sólida o suficiente para saber o que melhor se adapta ao seu perfil (ou experiência de mercado) e esquivar de técnicas enganosas ou inadequadas? Garanto que não é simples – já passei por isto.

Infelizmente, é fácil ficar iludido ao ler uma notícia como esta:
http://www.infomoney.com.br/vigor/noticia/4857750/investidor-ganha-232-mil-apenas-dois-dias-com-acao-esquecida

Muitos leitores ficariam esperançosos com os relatos do link acima. Cuidado. Para reforçar o quão danoso pode ser um mal posicionamento, compartilharei minha primeira experiência no mercado de ações e o custo deste aprendizado (bastante salgado) – “com grande prejuízo, quase desisti da Bolsa”. O meu objetivo é demonstrar o grau de risco a que pequenos investidores estão expostos quando recorrem a renda variável sem o devido preparo.

Comecei a investir, naturalmente, seguindo um perfil bastante conservador (renda fixa), espelhado em meu pai. Para conhecer melhor como isto se desenrolou, confiram o artigo A Estratégia.

Por vários anos fui reticente com investimentos em ações. Em 2010, alguns colegas de trabalho “abriram minha mente“, mostrando o quanto este mercado pode ser promissor e seguro, caso o investidor mantenha o “controle sobre suas operações”. Parecia simples. Alguns argumentos eram bem fundamentados, mas desconexos na maioria das vezes (algo perigoso). Naquela época, o meu conhecimento era limitado, então eu não tinha parâmetros suficientes para avaliar a qualidade das informações que recebia (de diferentes fontes). Para complicar, com conhecimento prematuro e falta de experiência, é comum fazer interpretações equivocadas.

No início, expressei certa resistência. Afinal, conheci pessoas que perderam até o apartamento. Para o meu azar, ao longo do tempo, presenciei os resultados positivos do grupo. E, vendo a reincidência dos ganhos, a tendência natural é querer participar o quanto antes (estudando ao mesmo tempo). Por que eu ficaria de fora daquela euforia toda? Sendo racional, é difícil acreditar que algo assim termine bem! Mas acredite, com pouco preparo, você acaba desprezando a razão.

Então, fiquei convencido de que “não era tão complicado quanto parecia” e não queria ficar de fora. Óbvio, não? Eramos todos analistas de TI e alguns com experiência, de longa data, em renda variável. Fiquei tranquilo, claro (risos). Eu não estava sozinho e ainda frequentávamos os fóruns da ADVFN, apesar disto não representar vantagem alguma (pelo contrário).

Confiram uma paródia que trata exatamente desta questão (é interessante e muitos se identificarão):

Reconheço que a responsabilidade sobre o resultado final foi minha, não estou tentando culpar terceiros. O meu objetivo é mostrar o risco real e a facilidade de ilusão”.

Para investir em ações é preciso abrir conta em uma “boa corretora” e compreender: a utilização do home-broker, identificação dos ativos, os diferentes tipos de operação, procedimentos para declarar IR, formas de tributação, estratégias de investimento e metodologias de análise, por exemplo.

Aceite que o aprendizado é gradativo, linear e não há como dominar tudo ao mesmo tempo, mesmo que você faça centenas de cursos (atrapalharia). Porém, conquistar uma base teórica suficiente para começar a investir é rápido e fácil. O problema vem depois. Antes de galgar lucros financeiros, aprenda a sobreviver na Bolsa. É algo que requer conhecimento e experiência.

No meu caso, o básico para começar a investir foi fácil alcançar. Para acompanhar o movimento bem sucedido dos colegas de trabalho (aproximadamente 8 pessoas), resolvi “seguir a manada” – alguns até adquiriram cursos on-line. Conclui que seria o mais lógico e simples. Afinal, costumam dizer que “várias cabeças juntas pensam melhor”. Infelizmente, não é bem assim!

Naquela época, estudei superficialmente sobre análise técnica. Não segui à risca porque tinha pouco tempo livre, minha experiência era limitada e ainda estava analisando quais indicadores eram mais adequados ou precisos para cada “tipo de operação”. Aliás, não são poucos: “médias móveis, rastreador MACD, bandas de bollinger, IFR, oscilador estocástico, fibonacci e etc”.

Há muito o que estudar. Mas, por onde começar? Eu acreditava que, por ser analista de TI, teria maior afinidade e desenvoltura com a análise técnica (ou gráfica). Assim, teria o “controle” sobre a volatilidade dos preços em minhas mãos. Também acreditei que em grupo a margem de erro seria menor. Ledo engano. Sei que parece tolice, mas isto pode se tornar uma armadilha!

Erroneamente, também julguei a análise fundamentalista como algo essencialmente conceitual e limitado. Com isto, naquela época, perdi a oportunidade de estudar ou pesquisar sobre análise de balanço, B&H ou Value Investing.

Como já havia começado a operar na Bolsa, fui obrigado a estudar às pressas (outro erro grave).

Fiquei diante de uma combinação perigosa: “conhecimento prematuro, confiança excessiva e quase nenhuma experiência de mercado”. Logo no início, obtive lucro em várias negociações e, em curto espaço de tempo, fiquei convencido de que já dominava o essencial para lidar com a Bolsa (parecia simples). Ironicamente, nem sabia que é possível alugar ações ou receber bonificação, por exemplo.

Comecei baseado em informações distorcidas e fiquei iludido com os ganhos que conferi no início. Sem perceber, assumi uma posição de jogador rapidamente. Não tinha, sequer, uma estratégia bem definida. O interessante é que ninguém reconhece isto, até ficar claramente “estampado na cara”.

Pois bem, ficou claro que comecei errado.

Descreverei, a seguir, como tudo aconteceu…

Feito o cadastro na corretora de valores, transferi um montante próximo ao custo de aquisição de um carro popular e, em seguida, comecei a investigar quais ações seriam mais interessantes para investir. É evidente que, com pouca experiência, assumi um risco desnecessariamente alto.

Recorri aos colegas de trabalho e fóruns da ADVFN. Alguns colegas chegaram a movimentar pouco mais de 100K. Apesar de insano, saber disto me tranquilizava!

Não lembro exatamente por quais ações comecei, mas lembro que escolhíamos pelo menor preço e “margem de valorização”. Muito esperto (risos), tentei seguir o “lenga-lenga” de comprar barato para vender caro. No início, fiz pequenos trades sem grandes resultados (para esquentar)!

Meses depois, avistamos uma grande oportunidade com as ações da Gradiente (IGBR3). Um colega de trabalho contou-me que, depois de ter feito uma análise apurada, visualizou um espaço de valorização de quase 2x a cotação atual. Parecia algo realmente lógico. Fiquei convencido, separei uma parte do dinheiro e armamos o “trade”.

E não é que deu certo! Mas…

O trade com IGBR3 foi “perfeito”, superando minha expectativa. O colega de trabalho, responsável pela indicação, foi violinado por ter definido um “stop” muito curto. Ou seja, ele acabou vendendo cedo demais, depois de um repique de queda. Arrisquei um stop mais distante e, no final, obtive um excelente lucro. Ainda assim, passei por apuros porque não controlei a ganância. Não vendi quando a cotação dobrou de preço. Eu queria ter certeza que chegaria ao “topo” (na cotação máxima). A sensação ao visualizar uma alta expressiva em curto intervalo de tempo é indescritível. A verdade é que eu ainda não sabia o que estava fazendo. Meu controle de risco era imaginário (inexistente). Entretanto, sai com um bom lucro e paguei o DARF sorrindo. O lucro só não foi maior porque fui ganancioso.

Para o meu azar, fiquei ainda mais confiante. Parecia muito fácil (cada vez mais)!

Operando desta forma, investir em “Blue Chips” (empresas de grande porte) não aparentava ser vantajoso, pois o custo tende ser maior e a volatilidade menor. Passamos a focar nos preços. É neste momento que aflora o espírito de jogador. Infelizmente, pensamentos assim afastam o investidor de empresas sólidas e lucrativas. Logo, as ações que colocamos em “radar” não poderiam ser diferente: AGEN11, MILK11, KEPL3 e JBDU4. Como diria o Bastter: só tranqueira!

Se não me engano, a cotação da JBDU4 estava em torno de R$ 0,10. O problema é que as ações eram pouco negociadas e o spread não compensava (diferença entre o preço de compra e venda). Seria literalmente uma APOSTA de longo prazo. Negociei poucas vezes e desisti rapidamente.

Em seguida, fiz pequenas operações com AGEN11 e KEPL3 (nada muito significativo). Obtive um pequeno lucro com AGEN11, apesar de ter feito poucos trades. Também tentei algumas operações, sem sucesso, com KEPL3, mas, por razões específicas (como manipulação), desisti também.

Naquela época, cotada a poucos centavos, KEPL3 apresentava movimentações “suspeitas”. Em diferentes dias, ao acompanhar o “book de ofertas”, uma corretora específica aparecia em primeiro lugar na ponta compradora e vendedora (no mesmo instante), negociando volumes gigantescos – refiro-me à alguns milhões de papeis em um único negócio. Era, nitidamente, uma manipulação. Vale lembrar que a mesma corretora aparecia em primeiro lugar na ponta compradora, negociando um volume relativamente grande. Assim, o pânico era instaurado, provocando um ímpeto vendedor maior e, com isto, de tempos em tempos, aquelas ordens gigantescas eram redefinidas por preços inferiores. Quando acontecia (a qualquer momento), a cotação caia bruscamente. Esta foi uma das razões que me levou manter distância de KEPL3! 😉

Apesar de tudo, estávamos indo bem, acima de minha expectativa.

É impossível não ficar entusiasmado com os lucros frequentes, mesmo que pequenos. Mas, por mais incrível que pareça, até isto causa confusão. Com inúmeras operações sendo executadas, fui um cliente perfeito para a corretora (pagando por ordem executada) e para o governo (pagando DARF), apesar de ter feito raras operações de day-trade. Este é o primeiro obstáculo sutil que deve ser analisado – para não ser surpreendido com os custos da operação.

Entretanto, lidar com lucro é relativamente fácil e prazeroso. O desafio é saber lidar com as perdas. Será inevitável, ou você acredita que ganhará sempre? Por esta razão, o sucesso de um trade depende da execução fria de uma estratégia (no lucro ou prejuízo). Do contrário, o seu emocional influenciará fortemente na tomada de decisão. Paguei caro por ignorar isto!

Tudo bem, meu grande desafio ainda estava por vir…

Depois de alguns meses, todos os holofotes apontaram para LAEP Investiments (MILK11), que em seu IPO (Oferta Pública Inicial), tinha como único ativo as operações oriundas da antiga Parmalat no Brasil (adquirida em 2006, ainda em processo de recuperação judicial). Só para constar, a sede desta empresa fica nas Ilhas Bermudas (um paraíso fiscal). Entre 2010 e 2011, houve uma grande expectativa de valorização devido uma possível saída da recuperação judicial.

O lucro era visto como algo QUASE certo (rali a vista – costumavam dizer)! (risos).

Não seguíamos fundamentos concretos e, sem perceber, viramos jogadores. Os lucros anteriores nos tornavam mais confiantes e as apostas cresciam naturalmente. É comum que você duvide que algo assim lhe aconteça ou influencie. Pensávamos da mesma forma (todos) e veja o que aconteceu.

A Agrenco (AGEN11) também prometia “valorização explosiva” e aproveitamos a “oportunidade”. Fiz algumas operações e sai do papel com lucro. Um dos colegas apostou alto (não entrarei em detalhes) e, para acabar com a sua tranquilidade, a negociação destas ações foi suspensa por tempo indeterminado. Por sorte, durou pouco. Depois do susto, antes do ativo despencar, ele realizou o lucro (foi grande) e encerrou sua posição (saindo da Bolsa). Do grupo, foi o único que saiu a tempo, sem ter que arcar com prejuízo. Eu diria que foi sorte, pois fomos imprudentes boa parte do tempo.

O resto da equipe continuou. Era impossível ignorar a euforia generalizada que havia se formado em torno da LAEP (MILK11) – encontramos a galinha dos ovos de ouro. Surgiam notas favoráveis sobre a LAEP constantemente (estávamos atentos). E, depois de alguns trades com AGEN11, resolvi migrar tudo, disponível na corretora (sem novas transferências), para MILK11.

No intervalo de poucas semanas o papel disparou, saindo da casa de centavos para “R$ 3,00”. Seria o melhor trade de minha vida (nas devidas proporções), pois o montante investido dobrou de valor. Vendi todas as ações e paguei um belo imposto (DARF). Novamente, paguei sorrindo.

Trade concluído com sucesso, certo? Errado. Infelizmente, fiz besteira!

Os indícios da saída da recuperação judicial da Parmalat estavam cada vez mais “evidentes” – até consultei o processo algumas vezes. Pouco tempo depois, a LAEP anunciou a compra da Daslu. Fiquei cego e acreditei que, no longo prazo, tais noticias representariam uma “evolução financeira ainda maior”. Para o meu azar, não existiam fundamentos concretos que justificassem.

Por ter desprezado a análise fundamentalista, não levei em consideração o balanço da empresa. Nem pensava neste tipo de análise. Senão, teria informação suficiente para saber que a LAEP não tinha condições para manter a tendência de alta anterior – que já era inexplicável. Apesar disto, tive a brilhante ideia de comprar os papeis novamente e segurar até a “efetivação das notícias” (nunca faça isto). Foi aí que confundi trade com B&H, sem um discernimento claro das diferenças.

Em seguida, a LAEP anunciou que parte de sua dívida seria paga, em ações, aos credores e que, em breve, faria subscrição de ações (provavelmente abaixo da cotação). É difícil mensurar o impacto destas decisões. Não lembro as datas ou valores exatos, mas pouco tempo depois a cotação desabou.

O primeiro susto veio com uma queda de 50% sobre o preço da ação no fechamento do dia. Como já havíamos conferido movimentos de manipulação com KEPL3, não fizemos nada. Ingenuamente, acreditei se tratar de uma tentativa de tornar a cotação interessante para novas entradas. Afinal, a saída da recuperação judicial estava “logo ali”. A expectativa em diferentes fóruns era grande.

Para nossa surpresa, a cotação caiu mais 50% no dia seguinte. Difícil acreditar, mas aconteceu.

Eu não contava mais com o dobro do valor investido, mas ainda contava com um lucro interessante. Acreditei que não seria possível piorar e que deveríamos esperar por um posicionamento mais claro da empresa, pois não surgiam notas desfavoráveis que justificassem aquele movimento.

Mesmo assim, a cotação continuou caindo, até retornar a alguns centavos novamente.

Chegou a um ponto em que imaginei não haver mais espaço para desvalorização. É incrível, sempre há como piorar. Pouco tempo depois, a LAEP decidiu agrupar os papeis na proporção de “10:1”. Ou seja, para manter o “valor patrimonial”, dividiu o número de ações por 10 e multiplicou a cotação por este mesmo valor. Com isto, abriu um grande espaço para desvalorização novamente (a partir de uma cotação superior a R$ 2,00 – não lembro o valor exato).

A cotação despencou novamente (era esperado), retornando a centavos. Neste momento, perdi todo lucro conquistado até então e o prejuízo foi consolidado. Depois disto, tive a certeza de que havia alcançado o fundo do poço e não haveria mais espaço para desvalorização. Será?

A desvalorização tomou proporções inimagináveis. Neste momento, eu estava ciente de que não recuperaria mais o valor integral da primeira venda (quando dobrei). Foi a primeira vez que presenciei um movimento assim e tive receio de sair “precipitadamente” – não estava preparado para reagir a uma situação como esta e tinha expectativa de recuperar parte do lucro anterior.

Algo estava errado e muito. Surgiram passeatas e manifestações, cobrando explicações da LAEP. A idoneidade da empresa começou a ser questionada, mas custávamos acreditar que se tratava de um golpe. A CVM estava ciente e imaginávamos que um movimento ilícito seria facilmente rastreado e contido. Porém, em um dos fatos relevantes (FR), a LAEP informou que sua sede fica nas Ilhas Bermudas e que os processos jurídicos se desenrolariam fora do Brasil. No mínimo, estranho.

O que fazer? Realizar prejuízo? Tudo aconteceu muito rápido. E piorava na medida que o tempo passava. Não queríamos tomar decisões precipitadas. Já havíamos presenciado outras manipulações, e a compra da Daslu era um indicativo de que empresa dispunha de recursos financeiros. Então, entendemos que a melhor alternativa seria segurar os papéis e aguardar.

Foi uma sucessão de erros.

Eu sabia que diversificar é fundamental, mas acabei ignorando e aceitei fazer all-in em MILK11.

Deveríamos ter encerrado nossas posições muito antes, mas não fizemos (inexperiência). Em parte, isto se deve, também, a falta de uma estratégia clara, suficiente para reagir friamente. Na realidade eu não deveria ter recomprado as ações (foi uma operação maluca). Operações de trade não podem ser baseadas em achismos ou esperança. Investidor não é torcedor.

Se você achou que este foi o fundo do poço, errou. Acredite, agruparam na proporção “10:1” outra vez. Em poucos dias a cotação desabou e minha carteira de renda variável passou a valer aproximadamente R$ 200,00.

Foi um aprendizado salgado. E, como se não bastasse, ainda paguei um imposto “enorme” por algo que não disponho mais.

E como isto terminou?

O papel foi suspenso, a LAEP e os responsáveis estão sendo investigados pela Polícia Federal, perdi TUDO e ainda precisei pagar quase R$ 200,00 de taxa de custódia.
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/07/laep-investiments-uma-empresa-que-deu-um-golpe-de-r-5-bilhoes.html

Dos colegas de trabalho, apenas um saiu sem prejuízo (o investidor da AGEN11). Que esta experiência sirva de lição para os mais incautos. Afaste-se da manada, aprenda como funciona o mercado de ações verdadeiramente e não tente começar como se fosse um trader profissional.

Mais uma queda após denúncia contra Jucá

Assim fica difícil… esse pessoal não aprende!

O futuro do índice Ibovespa (BM&F:INDM16) abre em queda de quase 2% nesta segunda-feira após o jornal Folha de S.Paulo apresentar ligações telefônicas nas quais o atual ministro do Planejamento, Romero Jucá, conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, estudando alternativas para tentar conter o avanço da operação Lava Jato. Jucá teria dito em uma das conversas que uma mudança no governo federal poderia travar a operação. – Fonte ADVFN.

Screenshot_20160523-131225Após  cair 2% com o áudio de Jucá, Ibovespa “se acalma” com coletiva e alta da Vale:
http://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/5010181/apos-cair-com-audio-juca-ibovespa-acalma-com-coletiva-alta

Mais uma semana agitada! 😉

Bonificação de ações: como lançar no IrpfBolsa e preço médio

No domingo passado (dia 15/05/16), comentei sobre a bonificação de ações que recebi das empresas EZTEC e ITAUSA. Entrei em contato com a equipe do IrpfBolsa para questionar como proceder com o lançamento destas ações. É preciso constar na próxima declaração de IR, com o preço médio atualizado corretamente.

Não recebi uma resposta direta para esta questão. Então, vou proceder de acordo com o que considero lógico.

Vamos começar entendendo o que é uma bonificação:

Resumindo: de acordo com o site daltonvieira, “Bonificação é a distribuição gratuita de novas ações aos acionistas de uma empresa. O recebimento será proporcional ao número de ações que o investidor detém, e provem do aumento de capital de uma empresa mediante a incorporação de reservas. Para que a posição financeira permaneça inalterada ao receber novas ações, há a necessidade de ajustar o valor das ações“. Ou seja, o preço da ação cai para compensar a diferença – o valor patrimonial é preservado.

Minha dúvida inicial foi como lançar estas ações no IrpfBolsa. De imediato pensei em lançar como uma “operação de compra” qualquer. A dúvida permanecia em relação ao preço e os custos da operação, pois isto afetaria no cálculo do preço médio. Mas, lembrei que na bonificação não há custos para o investidor. Pesquisando um pouco percebi o óbvio, o preço é o valor anunciado na bonificação (claro… risos).

Sendo assim, farei o lançamento destas ações como se fosse uma operação de compra qualquer, com custos de corretagem zerados e o preço anunciado no portal CEI (Canal Eletrônico do Investidor).

Porém, de acordo com o blog blogdoini2011, a bonificação pode ter algum custo:

Em relação a Bonificação, pode ser atribuído um custo ou não, dependendo da origem das reservas que as criaram, conforme segue:

· Bonificação com custo: são ações emitidas em decorrência da capitalização de reserva de lucros já tributados. O acionista tem direito de receber essas ações e atribuir-lhes um custo, pois indiretamente está recebendo-as em troca de dividendos, os quais são isentos.

· Bonificação sem custo: são ações emitidas em decorrência da capitalização de reservas de capital. Como essas reservas não sofreram tributação, o acionista não pode atribuir o respectivo custo às ações recebidas.

“Para descobrir se a bonificação tem custo ou não, é preciso ler a Ata da Assembléia que definiu a bonificação. Nessa ata estará escrito o custo da bonificação quando for o caso.”

Quanto ao IRPF, consultei minha situação no e-cac recentemente e posso ficar tranquilo, pois já estou na fila para restituição.

Bolsa afunda durante a semana; o que deu errado?

Aproveitando parte do título do artigo publicado, ontem, pela infomoney, tecerei alguns comentários sobre o que vem acontecendo nos últimos dias. Mas, trata-se de uma visão pessoal.

Profissionalmente, não sou economista e nem analista financeiro; sou analista de suporte (TI) e minha opinião é baseada na visão de um pequeno investidor, que vem estudando e acompanhando o movimento da Bolsa diariamente, bem como a realização de operações mensais no mercado de renda variável (moderadamente e com cautela). Ou seja, tenho colocado em prática o que escrevo.

Como o Bastter costuma dizer: “é inútil tentar entender, no curto prazo e pontualmente, a causa da volatilidade no mercado de ações para cada evento noticiado”. Para quem é SÓCIO, isto não é tão importante. Mas, não significa que não podemos avaliar ou tirar algum “proveito”, apesar dos riscos. O que realmente importa é o resultado financeiro e a saúde das empresas das quais somos sócios. NO CURTO PRAZO, OS PREÇOS VARIAM (daí o nome “renda variável”). Não tente acertar o momento exato para compra ou venda de ações. Ao longo do tempo, o preço médio tende ser diluído porque os aportes serão feitos em diferentes momentos, do “fundo” ao “topo” dos preços. Procurando diversificar, claro.

Apesar da “péssima” performance do IBOV (desta semana), obtive um excelente rendimento com ativos de renda variável (o melhor, desde o início do ano). Aliás, continuo com uma boa vantagem por ter feito diferentes aportes há poucos meses. “Fui testado” em alguns momentos (desde o final do ano passado), mas já estou colhendo alguns frutos.

Para compreender o que vem acontecendo, procure refletir sobre alguns aspectos importantes…

A reação do mercado a cada notícia envolvendo o cenário político foi algo cristalino ao longo dos últimos meses. E, para deixar registrado, em 05/05/16, compartilhei um exemplo de uma semana agitada. No entanto, presenciei inúmeros casos similares. Goste ou não, a expectativa do mercado foi claramente pró-impeachiment. E a razão é óbvia 😉

Mudanças no cenário político x expectativa do mercado

Então, o que mudou?

É simples. No curto prazo, a “relação entre expectativa e realidade” reflete diretamente sobre a cotação de uma ação. É fato. Quando o mercado percebeu que o governo atual (PT) estava enfraquecido e sob uma ameaça real e tangível, gerou uma grande expectativa de mudança e, com isto, a cotação das principais ações subiu fortemente. Não me refiro a meia dúzia de ativos apenas. Dentre outros fatores, isto tornou o país mais sensível a especulação. A volatilidade foi acentuada para as principais estatais negociadas na Bolsa. Você acredita, por exemplo, que a oscilação de preço das commodities justifica uma volatilidade tão agressiva na cotação da Petrobras? Em pouco tempo, o valor simplesmente DOBROU. E continua assim, mesmo com o fechamento negativo de hoje (em 20/05/16). Traders profissionais tiveram a chance de conferir um lucro acima do dobro por ação. Não foi muito diferente com o Banco do Brasil também.

Mas, na última semana da aprovação do pedido de impeachiment, o mercado começou apresentar sinais de tensão. E, como a valorização anterior foi forte e rápida (diante dos acontecimentos), acredito que o mercado teria devolvido todo lucro conferido caso o processo fosse cancelado. Por esta razão, comentei em outro post que o risco seria maior para quem estivesse investindo naquele exato momento.

Quando a primeira etapa do processo de impeachiment foi concluída, a realidade veio à tona. Logo, a relação entre expectativa e realidade mudou. A partir de agora, o mercado espera por ações concretas. O problema é que o rombo é grande (acima do esperado) e é ilusão acreditar que alguma solução será apresentada rapidamente. O mercado está ansioso. É aí que reside o problema! 😉

Pode ser que surja outra grande valorização caso o impeachiment seja efetivado (aparenta ser o mais provável), mas as medidas anunciadas nas próximas semanas determinarão a intensidade na movimentação dos preços.

Ainda é cedo. O jeito é aguardar!

Boa sorte a todos!

Principais eventos do mês de maio

Conforme dito anteriormente, o mês (maio) promete e tem sido bastante agitado (sob diferentes aspectos). Aliás, os acontecimentos políticos da semana passada que o digam! (risos).  😉

Dá-lhe emoções…

A economia continua apresentando resultados negativos (aumentando a volatilidade no curto prazo), mas o mês está sendo interessante para muitos investidores. É difícil até para avaliar. Confiram!

Confesso que, diante do desfecho no cenário político da semana passada (a “primeira etapa” do impeachment), eu esperava um resultado melhor para o índice IBovespa, que fechou em queda de 2,7% em 13/05/16. Há quem acredite que o movimento se deu em função da “realização de lucros” de grandes investidores, pois grande parte da expectativa gerada pelo pedido de impeachment já havia refletido sobre o mercado – basta ver a valorização do IBovespa desde o anúncio. Particularmente, acredito que o resultado negativo dos indicadores da economia brasileira “falou mais alto”.

Segundo a Empiricus, “O IBC-Br relativo ao primeiro trimestre de 2016, veio bem pior do que as projeções, sugerindo a aceleração no ritmo de contração econômica. O indicador apontou retração de 1,44% no trimestre, bem abaixo das projeções (de queda de 0,05%)”.

O governo também pretende flertar com o Congresso a permissão para um déficit próximo de R$ 130 bilhões este ano. E, para complicar um pouco mais, no primeiro trimestre de 2016, a Petrobras apresentou prejuízo de R$ 1,2 bilhões, contra lucro de R$ 5,3 bilhões no mesmo período do ano passado. Vale lembrar que, há poucos dias, sofremos outro rebaixamento da nota de crédito brasileira pela agência de classificação Fitch.

Ainda há muito por vir. Apertem os cintos.

Os reflexos da crise econômica são nítidos. O índice de desemprego continua assombrando, e muitas empresas (de diferentes portes) estão se adaptando para sobreviver. Na semana retrasada fui ao Habib’s e pedi alguns Bib’s Dog. Disseram que estava em falta, alegando aguardar a próxima entrega. Na semana passada tentei novamente, mas só consegui comprar no dia seguinte. É evidente que estão reduzindo os pedidos, para controlar prejuízo. Já o Walmart, no ano passado, alegou ter reduzido o número de lojas “estrategicamente” (apenas). Será mesmo? O jeito tem sido dançar conforme a música. Hoje, vi uma promoção do Giraffas (tamojunto) oferecendo 25% de desconto para quem trouxer um amigo (vale para ambos). Estes são apenas alguns exemplos que recordei logo de imediato. Infelizmente, muitas empresas estão fechando as portas.

A partir de agora compartilharei alguns pontos positivos que estou conferindo neste mês.

No dia 10 de abril comentei sobre a experiência que tive com o pagseguro e a intenção de aquirir uma máquina de cartão para minha namorada, que é esteticista e deseja oferecer diferentes meios de pagamento aos clientes. Como o suporte da empresa pagseguro foi muito precário e amador (estressante), descartei a solução “Moderninha”. Só para constar: “perdi a compra que havia feito”.

Experiência com o pagseguro

Sendo assim, optamos pela sumup (modelo TOP), com desconto especial apenas até o mês de maio. O cadastro foi muito tranquilo, a entrega rapidíssima (por e-sedex) e a instalação não apresentou dificuldade alguma. Infelizmente, o bluetooth do celular não apresentou compatibilidade com a máquina e precisamos parear pelo cabo de áudio. De qualquer forma, foi simples e não vejo como um problema. Em menos de meia hora já havíamos feito teste de pagamento. A princípio, posso dizer que superou nossa expectativa.

sumup-top

Se houver surpresas ao longo do tempo, compartilharei. Por enquanto, estou otimista.

Em relação aos investimentos…

Para quem costuma dizer que o B&H não é eficiente, recomendo rever os conceitos o quanto antes. No dia 04/05/16 recebi bonificação de ações de empresas como EZTEC e ITAUSA. Ou seja, o número de papéis aumentou sem custo algum. Não demorou muito e, no dia 10/05/16, a EZTEC pagou um dividendo relativamente “gordo”. Grandes investidores lucraram bastante. Ainda não é o meu caso (sou um pequeno investidor), mas um dia chego lá.

Tente avaliar o impacto disto ao longo dos anos e seguido de repetidos aportes.

Fiquei muito contente com o resultado, claro. Agora preciso descobrir como lançar, no IrpfBolsa, as ações que recebi por meio de bonificação. Já fiz contato com a equipe do sistema, mas ainda não retornaram o e-mail.

Conforme os relatórios da Empiricus, já era esperado o pagamento de amortização do FII BRCR11 (com R$ 400 milhões em caixa para distribuir entre os cotistas). Por outro lado, como consequência, isto derrubou a cotação do fundo (algo esperado também). Obtive um bom rendimento neste mês, apesar de contar com poucas cotas. Pretendo reinvestir no fundo.

Nem é preciso comentar sobre os rendimentos dos fundos DI ou títulos do tesouro (TD). Estão excelentes.

Em breve compartilharei como foi minha primeira experiência na Bolsa (com prejuízo) e o que você não pode fazer (risos)!