Apesar do cenário político-econômico continuar bastante turbulento e um tanto incerto, podemos fazer algumas ponderações quanto a situação atual e expectativa para o próximo ano (principalmente para aplicações de renda variável). Independente dos acontecimentos, devemos manter nossa estratégia de investimento intacta, mas nada impede analisar alguns fatos para auxiliar na tomada de decisão para melhor posicionamento ou até mesmo “proteção”.
Começaremos falando sobre a renda fixa…
“A queda da taxa Selic já era algo previsto e salutar para economia, mas confesso que conferir uma queda tão brusca de rendimento surpreendeu um pouco – estava ficando mal acostumado (risos) com taxas DI de aproximadamente 14% ao ano (atualmente na casa de 8%)“
Muitos analistas e educadores financeiros afirmam que a queda da taxa de juros é pouco significativa porque o importante, no final das contas, é a taxa de *juros real* (diferença entre a taxa Selic e Inflação). Quem dera fosse tão simples. Independente de qualquer coisa, o importante é manter uma carteira de investimento “bem diversificada” para ter a chance de surfar o melhor momento de cada investimento naturalmente, sem ficar pulando de galho em galho ou procurando acertar timing.
Confiram este vídeo da Nath:
O que ela diz é real. Mas, afirmar que, apesar da queda da taxa de juros, estamos diante de uma oportunidade de ouro é sacanagem (risos). O racional, do juros real, faz mais sentido quando o investidor já está consumindo parte do rendimento, não na fase de acúmulo. Imagine, por exemplo, a vantagem atual (com as taxas em queda) de investidores que optaram, naquela época, por títulos do Tesouro Direto de longo prazo com taxa de juros superior à 13% – não há como ser MAIS VANTAJOSO investir neste exato momento. Estou questionando apenas a comparação que estão fazendo.
A taxa de juros flutua ao longo do tempo, mas o seu ganho de capital será preservado!
Em qual cenário o seu volume financeiro aumenta mais rapidamente? Será que não importa mesmo? 😉
Na prática não há muito o que fazer. Resolvi comentar sobre o assunto por discordar um pouco da abordagem dada e por conferir uma queda de rendimento brusca (quase metade). Ainda assim, a taxa de juros brasileira é uma das mais altas e mantém o investimento em renda fixa como uma “excelente opção”.
É evidente que manter a taxa de juros tão elevada por muito tempo é prejudicial para o país, e sua queda é um dos sinais de recuperação econômica. Por consequência, investimentos em fundos multimercado ou renda variável passam a despertar maior interesse. Daí a importância da diversificação. Não precisamos acertar timing nenhum.
No auge da crise, priorizei o investimento em renda variável porque minha exposição em renda fixa já estava alta e por entender que o modelo Buy and Hold, quando bem compreendido, permite investir no mercado de ações com maior eficiência e segurança. Também surgiram assimetrias claras – o Banco do Brasil, por exemplo, está apresentando atualmente uma valorização de aproximadamente R$ 20,00 por ação. Estou bastante satisfeito com o resultado da carteira. Dificilmente uma aplicação de renda fixa permitirá uma evolução similar (não encontrei nenhuma opção que oferecesse um resultado próximo).
Infelizmente, as eleições de 2018 podem mudar este resultado drasticamente (por um longo período).
Não, não estou sendo dramático (risos). Assistam este vídeo:
Você pode até discordar de algumas afirmações, mas pesquise quais eventos causaram os movimentos mais relevantes e expressivos do índice Ibovespa nos últimos anos. Desde o impeachment da ex-presidente Dilma, estamos quebrando recordes de valorização. O mercado não considera mais a possibilidade do Lula se tornar presidente novamente, porém as principais pesquisas de intenção de voto estão divergindo disto. Não é uma mera questão de visão política. O que interessa para o mercado é simplesmente a evolução econômica que cada governo é capaz de oferecer. De que forma vocês acreditam que o país afundou? Pensem sobre o assunto.
Não é preciso dizer o que acontecerá caso o mercado seja “surpreendido”, não é mesmo?
A Empiricus afirmou que o mercado continuará reagindo positivamente com João Doria ou Geraldo Alckmin, abrindo espaço para valorizações ainda mais expressivas. Particularmente, compartilho da mesma opinião. Já o nome Bolsonaro continua uma grande incógnita; é difícil avaliar.
O jeito é manter a estratégia de investimento. Continuarei com aportes mensais normalmente, porém, conforme aproximarmos das eleições, ficarei atento aos nomes mais cotados para presidente. Caso entenda que o Lula tem chance real no segundo turno (como mostram algumas pesquisas), certamente comprarei algumas PUTs (opções de venda) para minimizar o impacto sobre a carteira.
Para outras informações sobre o mercado de opções:
http://opcoesdescomplicadas.infomoney.com.br/2017/10/09/o-que-sao-opcoes-de-acoes/
Um ótimo final de semana todos!