Quando estudei no colégio militar, recebíamos punição como forma de correção e aprendizado (para não insistir no erro). Existia um ditado interessante: “quando a cabeça não funciona, o corpo padece“.
O Governo Brasileiro já cedeu a pressão dos caminhoneiros e, mesmo assim, o problema persiste.
Vejam como o mercado reagiu (mais de 4% de queda em um único dia): As principais estatais simplesmente derreteram. Talvez você possa não se importar por não investir em renda variável, mas saiba que: “se expectativa negativa se confirmar“, estes números servirão como termômetro para dias difíceis que estão por vir. Como disse no artigo anterior… no final, a conta será nossa.
Não é de espantar que o preço de mercado da Petrobras está afundando dia após dia: Na semana passada, a ação custava aproximadamente R$ 30. Este não é um sinal de que o mercado está contra a população, mas sim uma antecipação da expectativa futura. Ou seja, está difícil ser otimista. O país está prestes a quebrar a “estabilidade econômica” que vinha “tentando manter”. Sei que não está fácil para grande parte da população, mas, dependendo dos próximos acontecimentos, é possível piorar.
Conversei com algumas pessoas para entender como pode haver ainda algum otimismo. Ouvi argumentos de que, ao menos, os interesses dos caminhoneiros foram atendidos. Pois é, mas tudo indica que não honrarão o acordo. E boa parte dos brasileiros abraçou a causa como “forma de protesto” (falava-se até em intervenção militar). A pergunta que me faço é: “o que ganhamos?”
É aceitável perder 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos por falta de ração? Você acredita que existe alguma chance do consumidor não arcar com este prejuízo? Praticamente impossível.
Particularmente, entendo que o período de negociação encerrou!
“Infelizmente o estrago está feito e não adianta chorar pelo leite derramado. Confesso que estava preparado para lidar com fortes turbulências neste ano, mas não esperava tanto. Procurem seguir sua estratégia de investimentos. Não há muito o que fazer. Não saiam comprando ou vendendo ativos no desespero. Agora seremos testados… mantenham a calma“
Não restam dúvidas de que o assunto mais discutido durante a semana foi a greve dos caminhoneiros. O motivo para tanta revolta é legítimo, mas será que a população entende realmente o que está em jogo e por quais interesses estão realmente lutando? Tenho algumas dúvidas.
Antes de mais nada, gostaria de lembrar que, financeiramente falando, o Governo somos nós. Por mais que o movimento seja legítimo é preciso tomar cuidado para não cair em autossabotagem.
Então, quando falamos que o Governo que se vire para pagar algo – estamos falando de nós mesmos. O Governo JAMAIS perde. Não cabe aqui discutir se é justo ou não. O que podemos fazer é escolher melhor nossos representantes e cobrar mais eficiência nos serviços prestados e promessas de campanha. Felizmente, o trabalho da Polícia Federal também tem sido de grande valor. Existe uma luz no fim do túnel.
É uma questão complexa. No ambiente privado (por exemplo), as empresas visam lucro, até porque dele depende também sua sobrevivência. Isto não acontece e nunca acontecerá com estatais. Quando uma estatal vai mal, “não tem problema” – nós pagaremos a conta de um jeito ou de outro. De que forma uma estatal conseguiria sobreviver à uma dívida de R$ 500B? Parece inacreditável, mas estou falando da Petrobras. Por isto a ideia de privatizar algumas empresas não é algo tão ruim como muitos imaginam (até por questões de concorrência).
Em 2010, por exemplo, a dívida líquida da Petrobras estava em 60 bilhões e lucro líquido de R$ 35 bilhões. Bastou apenas 5 anos para a dívida pular para R$ 391 bilhões, com lucro líquido negativo em R$ 35 bilhões. Mesmo com dívida crescente, a empresa continuou patrocinando a produção de filmes e ainda sofreu controle de preços quando os preços do petróleo internacional dispararam – apenas com este controle, as perdas acumuladas atingiram o incrível patamar de 56,5 bilhões de dólares em outubro de 2014.
Todos nós estamos cansados de pagar pela falha de governos corruptos e ineficientes. No entanto, não podemos fugir da realidade. Assim como no exemplo das estatais, se tentarmos sabotar financeiramente o Governo, não sairemos vitoriosos – ele simplesmente repassará a conta. Vale lembrar que nem sempre quando o Governo cede é para o nosso bem – na maioria das vezes é para ganhar apoio popular e votos no futuro. A população, por exemplo, gostou e apoiou quando a Dilma optou pelo controle de preços dos combustíveis, mas pagamos por isto até hoje.
Quanto ao combustível, sugiro que assistam o vídeo:
Esqueçam as crenças ideológicas ou políticas, atenham-se aos fatos.
É muito fácil escrever ou falar o que uma grande massa quer ouvir. Dizem por aí que nem tudo que reluz é ouro (risos).
Para obter melhores resultados no blog, seria mais eficiente e vantajoso escrever sobre criptomoedas e opções de investimentos muito mais arriscadas. Poderia compartilhar vídeos e estratégias que não sigo e nem acredito, mas sei que desperta grande interesse em função da frequente ganância por lucro rápido. Mesmo sabendo que a maioria perde, poderia selecionar facilmente apenas os casos de sucesso.
Cuidado quando a sua decisão é baseada em algo que você deseja ouvir.
Se comparado com o vídeo anterior, tenho certeza que o próximo agrada muito mais (óbvio):
Se identificou, não é mesmo? Retrata o que estamos passando e reforça a razão para tanta revolta. Ele não está mentindo. Também não estou afirmando que não exista motivo, mas quero mostrar como é possível direcionar os argumentos conforme o “interesse”.
Sem sombra de dúvidas, o discurso anterior é mais envolvente e agradável (vai ao encontro do pensamento da grande massa). Tente identificar se existe outra razão por trás. Não é fácil identificar, porém existe sim. Tudo isto faz parte do negócio dele nos Estados Unidos.
E, segundo alguns depoimentos, não sei se ele tem moral para tais questionamentos:
No Youtube há uma infinidade de depoimentos similares!
Não acredito que a greve gere o impacto “esperado”, e temo que possa ampliar o tamanho do problema – gerando prejuízos ainda maiores. Adivinhem quem vai pagar novamente? Vai uma dica: é quem SEMPRE paga.
Também não se pode observar cada elemento isoladamente. É preciso enxergar a nação como um todo. Sem os caminhões não há transporte. Verdade. Mas, sem produção não há o que transportar.
Vi diferentes comentários, e muitos eram hipócritas. Existe razão – de sobra – para o descontentamento com o governo, porém algumas pessoas estão apenas defendendo seus próprios interesses ou por um falso “sentimento de patriotismo e união”. Digo isto porque pacientes estão sendo prejudicados no tratamento de hemodiálise (com risco de vida), medicamentos estão em falta e até a segurança pública está mais vulnerável (afetando as rondas). Estamos aceitando até desperdício de alimentos. É óbvio que quem depende destes serviços não está satisfeito. Logo, para quem não depende ou não está sendo lesado, é fácil dizer: “dane-se, não me afeta!”. Basta a água bater na bunda, que o argumento mudará.
Ainda não concorda?
Só há uma forma de ignorar isto… desde que não atinja alguém de sua família.
É possível que demore alguns anos para que possamos descobrir de que lado realmente estamos e o preço desta escolha. Não estou contente com o que está acontecendo, apenas tenho receio de consequências ainda piores.
Existem vários fatores que, muitas vezes desconhecidos, influenciam na condição atual:
Lembrem-se: para qualquer governo é muito mais vantajoso e conveniente adotar medidas populistas para ganhar votos e apoio popular, empurrando o problema para o próximo – até que se torne insustentável, se manifestando como outra grande crise. Precisamos exigir serviços de melhor qualidade, com impostos “compatíveis e justos” (fácil na teoria). Quanto a isto, todos concordam. Infelizmente, quando “conseguimos” penalizar (ou sabotar) o Governo financeiramente, estamos nos autossabotando – no final, como sempre, a conta será nossa!
Confiram uma análise interessante em relação ao impacto sobre as ações da Petrobras:
“Apesar de um longo dia de trabalho, dedico algumas horas para pesquisar, selecionar e produzir conteúdo que possa acrescentar de alguma forma. Não sou dono da verdade, apenas compartilho informações. Cada um que tire suas próprias conclusões. Só estou compartilhando fatos que estão acontecendo. Quem quiser ignorar que ignore.“
Com a disparada do dólar, muitas pessoas estão se perguntando se, neste exato momento, “investir” na moeda é uma boa opção. Infelizmente, não há uma resposta única e direta – a decisão, como sempre, é bastante pessoal. Mas, nada impede que façamos algumas avaliações para compreender melhor o que está em jogo e riscos envolvidos.
Para quem ficou interessado na valorização do dólar e pretende especular, é importante lembrar que a cotação atual (na casa de R$ 3,70) está muito próxima da máxima histórica dos últimos 10 anos. Portanto, o ideal seria ter especulado bem antes. O risco agora será maior.
Particularmente, não é uma “manobra” (trade) que desperte meu interesse. Hoje cedo, em 20/05/18, compartilhei um vídeo expondo minha visão sobre o assunto.
“Ao especular, precisamos avaliar friamente a relação risco x retorno. Ou seja, procuramos nos expor ao risco de uma perda pequena e limitada, frente a possibilidade de um lucro maior. No patamar atual, para que a operação faça sentido, o volume financeiro precisaria ser *expressivo*. Como a volatilidade do dólar é moderada, não vejo que a relação risco x retorno seja interessante.“
Sinceramente, não sei se faz sentido dedicar tempo e esforço para alertar sobre os riscos de opções de investimentos como este. É sempre a mesma coisa e com uma enxurrada de pessoas entrando, defendendo com unhas e dentes, até o barco afundar com todos juntos.
Ontem mesmo, compartilhei um vídeo sobre o assunto:
Mas, a bola da vez é a BerkeyInvest:
Por mais incrível que pareça, é simples identificar quando você está diante de uma “proposta duvidosa” (para não dizer pior). Na realidade atual, qualquer oferta de investimento que ofereça remuneração acima de 1% ao mês traz consigo um nível de risco bastante elevado. Ou seja, não há como oferecer garantias – o prêmio é alto justamente para compensar o risco elevado de possíveis perdas. Então, como saber se estamos “investindo” sabendo dos riscos envolvidos ou estamos “apostando” em um barco furado? Muito simples, basta ficar atento com a promessa de “rendimento garantido“.
Pronto, com isto, termina qualquer análise adicional para a Berkley! 😉
A título de curiosidade, você sabe como a empresa atua para prometer este rendimento enorme?
“Todos os dias fazemos investimentos nos mais diversos nichos do mercado financeiro, como: Ações em diversas Bolsas de Valores, Opções, Forex, Bitcoins, etc.“
Certamente, com este tipo de operação, a empresa não tem aval da CVM para atuar no Brasil. Aliás, já deram baixa no CNPJ 28.327.281/0001-00, a título de extinção espontânea – provavelmente para transferir a sede para outro país.
E, mesmo depois da experiência com a Alcateia, é inacreditável que as pessoas ainda entrem nisto.
Estou aproveitando o feriado do dia do trabalhador para compartilhar uma informação que venho me programando faz quase uma semana. Um amigo chamou a minha atenção ao mostrar o número de CPFs cadastrados na Bolsa de Valores brasileira, subdivididos por idade, região e sexo. Achei a informação bastante interessante. Eu não poderia deixar de compartilhá-la, mas aproveitei para cruzar com outros números que podem chamar ainda mais a sua atenção.
Pois é, o brasileiro sempre considerou a Bolsa de Valores como uma opção extremamente arriscada e, em função de nossa elevada taxa de juros, naturalmente, boa parte dos investidores tende(iam) a optar por investimentos de Renda Fixa. Porém, com o avanço da “inclusão digital”, o acesso à opções mais arrojadas vem mudando este cenário. Esta mudança pode ser vista com bons olhos, mas, ao mesmo tempo, oferece riscos muitas vezes desconhecidos por grande parte da população (que, até então, desconhecia este universo).
Confiram, a seguir, a distribuição dos investidores na Bolsa de Valores brasileira: Ou seja, são ao todo 652.969 investidores pessoa física.
Em relação a esta tabela, percebam que o número de homens supera em mais de 3x o número de mulheres, e o maior número de investidores está na faixa etária entre 36 e 45 anos (a minha… risos). Ainda assim, as maiores fortunas estão entre os mais velhos (acima de 66), que estão em menor número e com um montante 4x superior. Não seria este um forte indício que o tempo é nosso maior aliado e que estratégias de B&H são realmente eficientes? Entendo que sim.
Mas, conforme exposto anteriormente, o investidor brasileiro se sente mais confortável com investimentos em Renda Fixa por contar com rendimentos expressivos (se comparado com o resto do mundo), com baixíssimo risco, simplicidade e por ser uma opção bem conhecida e de “fácil acesso”.
Então, para efeito de comparação, no mês de março (de 2018), o Tesouro Direto atingiu a marca de 2.050.454 CPFs. Um número expressivo, não? Corresponde à 3x o número de investidores na Bolsa. Até aqui não é tão surpreendente.
Novamente, o público feminino é expressivamente menor. Nem venham me “questionar”, estou apenas compartilhando os números (risos). De qualquer forma, é possível ver que este número vem crescendo rapidamente.
“Isto demonstra a insegurança de boa parte dos investidores em relação a renda variável. Felizmente, esta realidade vem mudando, pois a facilidade de acesso à informação está cada vez maior – e a Internet vem colaborando com isto, claro! Para se ter uma ideia melhor, nos últimos 15 anos, o número de CPFs na Bolsa cresceu mais de 600%. O difícil é conscientizar que a Bolsa não é um cassino, apesar de permitir a especulação direta.“
Agora vem a parte mais curiosa…
De maneira geral, o brasileiro costuma ser “averso ao risco”, já que o país conta com uma das maiores taxas de juros do mundo, com baixíssimo risco e proteção de mecanismos como o FGC (Fundo Garantidor de Crédito). É claro que estou falando de investidores, independente do nível de conhecimento e perfil.
“Aliás, já comentei em outros artigos que a Bolsa também permite uma posição conservadora – dependerá do seu perfil, experiência e conhecimento.“
Infelizmente, o mundo atual é bastante imediatista e a realidade econômica de nosso país faz com que muitas pessoas busquem alternativas de maior ganho em curto espaço de tempo. Pois é, agora junte isto ao volume de informação que circula rapidamente na Internet, e o resultado é uma enxurrada de pessoas sendo enganadas ou aceitando níveis de risco que desconhecem. Quanto maior o retorno, maior o risco. Simples assim!
Sabendo disto, o que explica o número de “investidores” em criptomoedas, em aproximadamente um ano, superar em mais de 2x o número de investidores na Bolsa brasileira? E pasmem, está prestes a atingir o total de investidores em Tesouro Direto – aparentemente, com potencial para ultrapassar ainda em 2018. Se boa parte de população não se sentia a vontade com o mercado de capitais, como pode estar com o mercado de criptomoedas? Parece um pouco incoerente.
Obviamente, não há fontes oficiais quanto ao número de CPFs no mercado de criptomoedas, até porque, fora do universo das exchanges, este vínculo não é obrigatório (e atualmente, não há como ser). Portanto, a avaliação atual é baseada em informações fornecidas por algumas exchanges como a FoxBit ou Mercado Bitcoin. Ainda assim, não encontrei uma estatística exata em nenhuma delas. Então, de acordo com uma matéria do Estadão, publicada em fevereiro deste ano, o número de CPFs registrados nas principais exchanges era de aproximadamente 1.400.000 (1.4 milhão) no Brasil.
É inegável que, nos últimos anos, o crescimento de investidores brasileiros tem sido expressivo e vem despertando o interesse do público feminino (costuma ser menor) também. Por um lado pode representar maior conscientização da população, proporcionando um horizonte de vida cada vez melhor. É um ponto positivo.
Infelizmente, avaliando o “outro lado da moeda” (risos), a realidade brasileira cobiça o pequeno investidor assumir uma posição quase exclusiva de especulador (para não dizer apostador). É aí que mora o perigo.
Não sou dono da verdade, mas a minha opinião é que muitos brasileiros estão apostando demasiadamente no mercado de criptomoedas, com pouco ou nenhum embasamento – simplesmente, na esperança de estar diante de uma grande revolução, capaz de oferecer uma reserva de valor sólida (é difícil). Particularmente, não compartilho desta visão e no meu entendimento não terminará bem para a grande maioria. Ao contrário do que muitos imaginam, os requisitos para sobreviver neste mercado não são muito diferentes do mercado de capitais – se não for maior.
A evolução destes números, em relação ao perfil do investidor brasileiro, parece desencontrada.
Portanto, independente de sua visão… não seja torcedor, saiba o que está fazendo.