O assunto é extremamente polêmico e, em função da complexidade e distorções colocadas por grupos específicos, é pouco compreendido também. Tem sido comum encontrar pensamentos movidos por ideologia ou aspectos emocionais. Mas, a matemática é uma ciência exata e comprova facilmente a criticidade do caminho em que a economia brasileira está tomando, bem como a necessidade real das reformas. Infelizmente, não é apenas uma questão de opinião.
O governo do atual presidente (Michel Temer) vem apresentando propostas de reformas extremamente impopulares, mas indiscutivelmente necessárias. E, fatalmente, isto vem resultando na queda de sua popularidade. A PEC 241 e a reforma da previdência, por exemplo, são temas de muita discussão e tem surgido distorções sobre o assunto. Pense bem… “ao invés de começar com medidas tão impopulares, não seria mais simples e cômodo para o presidente ignorar estas questões e deixar a bomba estourar na mão do próximo?”. Separei alguns vídeos e artigos técnicos que auxiliarão neste entendimento.
Se você ainda acredita que não existe déficit e que tudo isto é uma manobra para favorecer os mais ricos, é melhor rever seus conceitos. As classes menos favorecidas serão as mais afetadas e castigadas.
Para compreender melhor a dimensão do problema e como nos afeta, leiam os seguintes artigos (é muito sério):
http://mercadopopular.org/2016/10/a-pec-do-teto-dos-gastos-publicos-mitos-e-verdades/
http://mercadopopular.org/2016/08/a-previdencia-social-e-superavitaria-mito-ou-verdade/
O vídeo acima é longo, bastante esclarecedor e ajuda compreender melhor a urgência destas reformas. É injusto? De certa forma, sim. Porém, se nada for feito o resultado será muito pior. E, ao contrário do que alguns estão afirmando, para os ricos é indiferente, pois não dependem do INSS.
Não adianta fingir que o problema não existe:
A título de curiosidade, o Brasil é um dos seis países, junto com Nigéria, Argélia, Turquia, República da Eslováquia e Egito, que ainda permitem aposentadoria sem limite de idade, considerando somente com o tempo de contribuição ou serviço. Pelo visto, não são casos de sucesso para seguir.
Não cabe aqui discutir se é injusto ou não. Independente dos próximos acontecimentos, se você quer contar com uma aposentadoria tranquila, não dependa exclusivamente do INSS. A condição do INSS é preocupante e a recomendação dos principais economistas tem sido a construção da própria previdência, investindo em Títulos do Tesouro Nacional ou Mercado de Capitais (como FIIs ou ações, por exemplo).
Confiram o texto extraído do Instituto Mises Brasil:
João recebe R$ 1.000 por mês. Esse é o seu salário bruto.
Desse valor, João paga 8% para o INSS. Isso dá R$ 80.
Seu patrão paga 20% desse valor também para o INSS. Isso dá R$ 200.
Por mês, portanto, João e seu patrão repassam R$ 280 ao INSS.
De acordo com as futuras novas regras da Previdência, João terá de trabalhar por 49 anos para conseguir se aposentar com seu salário integral. Ou seja, João e seu patrão terão de pagar, mensalmente, R$ 280 ao INSS durante 49 anos para que, no ano de 2066, João se aposente e receba uma aposentaria mensal de… R$ 1.000.
(Para facilitar o exemplo, estamos considerando inflação zero pelos próximos 49 anos. Isso significa que, em 2066, R$ 1.000 terão o mesmo poder de compra que têm hoje. Essa forma de raciocinar tem a vantagem de pensarmos tudo em valores de hoje para qualquer época futura, o que mantém o raciocínio mais claro.)
Agora, qual seria a situação de João caso ele investisse esses R$ 280 em aplicações de alto rendimento corrigidas pela inflação?
Como mostra esse artigo, se João fizesse isso, daqui a 49 anos ele teria à sua disposição uma quantia cujo poder de compra equivale a nada menos que *R$ 1,038 milhão* em valores de hoje.
Mas agora vem o principal: esse R$ 1,038 milhão (em valores de hoje) que João terá daqui a 49 anos, caso continuem aplicados, renderão a ele nada menos que R$ 5.086 por mês (em valores de hoje).
Apenas compare e se espante:
No primeiro cenário, tudo o que restou a João é receber R$ 1.000 por mês (em valores de hoje). E só. Ele não tem mais nada. Toda a dinheirama que ele deu ao INSS (um total de R$ 178.360 durante 49 anos) se perdeu. Ele não tem acesso a ele. Tudo o que lhe restou, repetindo, é receber R$ 1.000 por mês.
Já no segundo cenário, João não apenas estará em posse de R$ 1,038 milhão (em valores de hoje), como ainda estará ganhando mais R$ 5.086 por mês (em valores de hoje) só com os juros incidentes sobre esse R$ 1,038 milhão!
Eis, portanto, as alternativas de João: patrimônio nenhum acumulado e apenas R$ 1 mil por mês para sobreviver; ou patrimônio de R$ 1,038 milhão acumulado mais uma renda mensal de R$ 5.086 por mês.
Isso, e apenas isso, já deveria bastar para acabar com qualquer debate sobre a Previdência.
Aliás, o exemplo do Instituto Mises Brasil foi bastante modesto. Há uma série de aplicações conservadoras que oferecem, ao longo de muitos anos, taxas de juros na ordem de 0,80% ao mês. Então, se investirmos R$ 280, por 49 anos, a uma taxa mensal de 0,75%, nosso patrimônio atingirá incríveis R$ 3 milhões. Isto representará uma renda mensal superior a R$ 20.000,00.
Alguns simuladores de juros compostos:
http://www.clubedospoupadores.com/simulador-de-juros-compostos
http://carteirarica.com.br/juros-compostos/
Perceberam a diferença? Bem diferente dos resultados oferecidos pelo INSS.
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