Previdência pública: dilema mundial

A proposta de reforma da Previdência, apresentada pelo atual governo, tem causado bastante discussão e existem diferentes informações circulando na Internet. Aliás, algumas com toques de desinformação bastante expressivos, como é o caso de uma tabela que demonstra a idade mínima de aposentadoria em diferentes países. Sinceramente, não sei a quem interessa criar tais distorções ou mentiras. No final, “a conta” chegará para todos. O objetivo deste post é compartilhar informações de fontes confiáveis para permitir melhor instrução e “proteção”.

Primeiro, esqueça os aspectos políticos envolvidos, foque nos elementos econômicos (é matemático)! 😉

Para compreender melhor o funcionamento e os custos das Previdências Públicas, sugiro a leitura do artigo:
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/07/02/Previd%C3%AAncias-p%C3%BAblicas-como-funcionam-a-quem-beneficiam-e-quanto-custam

Infelizmente, ao contrário do que algumas frentes procuram demonstrar, o sistema de Previdência Brasileiro é nitidamente deficitário. Já compartilhei outras pesquisas que reforçam a criticidade do rombo. Tentar iludir afirmando o contrário, não muda a realidade. Por incrível que pareça, o maior desafio ainda está por vir, devido uma mudança demográfica mais acentuada (inevitável) – a população está envelhecendo e vivendo mais tempo, gerando um desequilíbrio entre profissionais na ativa, período de contribuição e benefício.

Aliás, a mudança demográfica tem sido um desafio mundial, inclusive para países de primeiro mundo. O problema é que o Brasil não está fazendo seu “dever de casa” corretamente – estamos muito atrasados.

Para complicar um pouco mais, existe um excelente trabalho de desinformação.

Confiram a seguinte tabela (por exemplo):
Ninguém, em sã consciência, concorda com a perda de benefícios. Então, é preferível acreditar que existe uma distorção em relação a outros países e desprezar qualquer tentativa de mudança. Pois é, mas a tabela é claramente enganosa (para compreender melhor o que está em “jogo”, leiam a explicação no link ao lado).

O problema é delicado para países de primeiro mundo, quem dirá para os demais.

Vejam como funciona a aposentadoria em outros países (extraído do portal agenciabrasil.ebc.com.br):

Dinamarca: O sistema de aposentadoria da Dinamarca, considerado por especialistas como um dos melhores do mundo, combina benefícios pagos pelo Estado com sistemas de previdência obrigatórios entre empresas e funcionários no setor privado, e ainda planos individuais voluntários. No país, não há tempo mínimo de contribuição, mas o valor do benefício leva em conta os anos de pagamento no mercado de trabalho. Lá, a idade mínima da aposentadoria básica de caráter universal crescerá do atual patamar de 65 anos para 67 anos entre 2024 e 2027 ao ritmo de seis meses por ano. Depois disso, vai se basear nos índices de longevidade da população.

Estados Unidos: Segundo dados da Administração de Seguridade Social do país, até 2014, a idade para aposentadoria para quem nasceu após 1955 era de 66 anos, para homens e mulheres. A partir de 2015, sobe em dois meses ao ano até alcançar 67 anos. Nos EUA, é possível antecipar a aposentadoria para os 62 anos, mas com desconto do valor a ser recebido. Ou, ainda, adiar até os 70 anos, nesse caso com acréscimo no benefício.

Canadá: Assim como no Brasil, o Canadá adota um teto para o benefício pago na aposentadoria. No país, o plano de previdência do governo exige contribuição durante 35 anos e o trabalhador tem direito ao valor máximo do benefício a partir dos 65 anos de idade. Quem se aposenta antes, com no mínimo 60 anos de idade, recebe menos. Já quem se aposenta mais tarde, com idade avançada, recebe um abono de permanência, o chamado Old Age Security.

Japão: O Japão é o campeão mundial da longevidade com uma expectativa de vida de 84 anos. A idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres é de 65 anos. Para receber o valor integral da previdência é necessário ter contribuído por 40 anos.

Vejam também um artigo, publicado em 2010, que demonstra a preocupação da Europa com o envelhecimento da população:
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,europa-envelhece-e-reforma-previdencia-imp-,628961

Acredito que a proposta atual possa ser melhor discutida e ajustada (como tem acontecido). Mas, não se iluda. A reforma é, sem sombra de dúvidas, indispensável e fundamental. Do contrário, “alguém” terá que pagar a conta! 😉

Se você almeja um futuro melhor e tranquilo, monte você mesmo um plano de aposentadoria:
http://dinheirama.com/blog/2016/10/13/plano-aposentadoria-tranquilo/

INVISTA!

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