Resultado do mês de novembro (2017)

Desta vez, atrasei um pouco na publicação do resultado porque “precisei” viajar no último final de semana do mês. Em linhas gerais, não há grandes novidades no cenário político-econômico brasileiro. A economia permanece estável, mas o número elevado de incertezas continua gerando turbulências no mercado. Neste mês, fiz pequenos ajustes em minha carteira de investimentos e aproveitei as férias para reforçar algumas posições e também investir em minha saúde. Portanto, vamos aos resultados.

Inúmeras reformas estão em pauta, mas estão cercadas de incertezas e muita pressão. Até agora o Governo conseguiu, sob protestos, aprovar a reforma trabalhista, que já sofreu novas alterações. A Caixa também anunciou a liberação do FGTS e Previdência adaptados as novas regras. Particularmente, considero a proposta interessante, porém, ao contrário do que muitos acreditam, considero pouco impactante. O Governo vem se articulando para tentar apoio para aprovar a reforma da Previdência e Ministerial – acredito que a reforma da Previdência seja a mais importante, impactante e também a mais difícil. Toda esta incerteza tem causado certo estresse no mercado (sem confirmar a expectativa), fazendo com que o índice IBovespa apresente um resultado negativo nos últimos dias.

Algumas pesquisas de intenção de voto, para as eleições de 2018, estão apontando a liderança do ex-presidente Lula. Estranhamente, inúmeras manifestações, compartilhadas na Internet, demonstram o contrário. Aliás, a situação do Lula não é das melhores – há poucas semanas, por exemplo, o MP pediu o bloqueio de R$ 24 milhões dele e de seu filho. Aproveitando o assunto, recentemente, o Luciano Huck anunciou sua desistência. Particularmente, acredito que seria uma disputa interessante. Mas, para nossa surpresa, o nome que surgiu foi do Dr Rey. Vamos aguardar. Provavelmente, veremos turbulências ainda mais fortes no próximo ano. Apertem os cintos, pois 2018 promete (risos).

Felizmente, apesar de tantas turbulências, os indicadores econômicos continuam melhorando, apresentando redução da Inflação para 4,03%, crescimento do PIB em 2,51% e aumento na produção industrial em 2,96%. Com isto, naturalmente a taxa Selic cai e investimentos de Renda Fixa apresentam uma performance “menos atrativa”. Por outro lado, cresce o interesse por investimentos em Fundos Imobiliários ou renda variável em geral.

Novamente, inúmeros acontecimentos sacudiram o país e o mundo, principalmente nesta última semana:

Para “variar um pouco”, o movimento de euforia do Bitcoin (BTC) continua chamando a atenção e, durante a semana, a cotação ultrapassou U$ 10.000. É preciso ter cautela, pois a volatilidade permanece extremamente elevada – nos últimos dias conferimos flutuações de aproximadamente R$ 10.000. Não aposte uma parte muito significativa de seu patrimônio. Já compartilhei minha visão sobre o assunto: “acredito no futuro do Blockchain, porém vejo muitas limitações para o futuro do BTC“. Na forma como a “moeda” é apresentada hoje, não me interessa.

Por sorte (e com a ajuda das férias – risos), não precisei lidar com imprevistos, reforcei algumas posições e aproveitei as promoções da Black Friday para presentear minha mãe e comprar alguns itens essenciais para mim (algo que já vinha me planejando antecipadamente).

Quanto aos investimentos…

Houve pequenas alterações na carteira. Repensei minha posição no ETF IVVB11 e decidi encerrar. Apesar do resultado positivo, no meu entendimento, para formação de patrimônio, existem opções mais interessantes e também não pretendo reforçar posições em ETFs (logo, perdeu o sentido). Preferi reforçar algumas posições e optei por uma nova (pequena) em CARREFOUR BR (CRFB3). Por fim, fiz um novo position trade em opções de compra (com vencimento em janeiro) da Petrobras, mas não detalharei neste momento.

Recebi proventos de ITUB3, BBAS3, GRND3, BRCR11 (0,416%), FCFL11 (0,511%), PQDP11 (0,389%), KNRI11 (0,543%), RNGO11 (0,560%), SAAG11 (0,605%), GGRC11 (0,680%), MXRF11 (0,624%), KNCR11 (0,660%), HGRE11 (0,592%) e FIGS11 (0,926%). O desempenho dos FIIs permanece estável. A princípio, o “pior” resultado continua sendo do fundo PQDP11, mas isto se deve a expressiva valorização de suas cotas. O fundo GGRC11 distribuiu, aos cotistas (na proporção de 127%), o direito/preferência de subscrição. O rendimento mensal da carteira continua muito bom, reforçado com o pagamento de dividendos e JCP de ITUB3, BBAS3 e GRND3 (em torno de R$ 295).

Com o rendimento da própria carteira, somado ao capital que me prontifico separar para investir mensalmente, comprei mais ações ou cotas de ITUB3, ITSA3, HYPE3, GRND3, EZTC3, CRFB3, BRCR11, HGRE11, MXRF11 e GGRC11. O aporte mais expressivo foi para o fundo GGRC11 e o menor para EZTC3. Nos demais, a distribuição foi equilibrada. Como entrei em férias, “não fiz nenhuma viagem programada” (apenas visitamos os pais de minha namorada) e encerrei a posição no fundo Multimercado, a capacidade de aporte foi expressivamente maior. Aproveitei para reforçar diferentes posições.

Encerrei a posição no fundo Macro Multimercado LP porque, conforme minha suspeita anterior, as regras mudaram realmente, limitando o aporte seguinte em R$ 1.000.000,00). Sinceramente, fiquei um tanto desapontado com a atitude do Banco Bradesco, pois o Banco mudou as regras no meio do caminho – não me parece muito correto, pois eu já estava posicionado (sob regras diferentes). Redistribuí o valor do resgate entre os FIIs.

Confiram a distribuição dos ativos, segundo o portal CEI (NÃO inclui o Fundo DI):

A composição atual ficou assim (gráfico do IrpfBolsa):

Vale lembrar que o gráfico acima representa uma distribuição baseada no custo de aquisição, não no valor de mercado“.

Diante do que foi exposto, não é de espantar que o índice Ibovespa continue volátil. Ainda assim, a composição da carteira tem oferecido resultados espetaculares. Felizmente, apesar de tantas turbulências e impopularidade do atual governo, continua prevalecendo uma expectativa positiva para recuperação e crescimento econômico. Vale ressaltar que é importante ter consciência que, no curto prazo, oscilações são naturais e esperadas (com movimentos de repique, por exemplo).

Estou apenas demonstrando o potencial de crescimento, isto não é recomendação de investimento.

Petrobras anuncia oferta secundária da BR Distribuidora

Finalmente, é uma excelente notícia.

Segundo a ADVFN, “A Petrobras protocolou junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) documentos relacionados à oferta pública de distribuição secundária de ações ordinárias da BR Distribuidora, sua subsidiária de distribuição de combustíveis, de acordo com comunicado da companhia nesta quarta-feira. A empresa espera levantar R$ 4,96 bilhões com o IPO da sua subsidiaria BR Distribuidora sugerindo um preço-alvo para o IPO na faixa de R$ 15 a R$ 19. O preço será fixado após o procedimento de bookbuilding, não sendo admitido distribuição parcial”.

Para maiores informações, confiram o seguinte link:
https://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/petrobras-protocola-documentos-para-oferta-de-acoes-da-br-distribuidora.ghtml

Oferta de ações: Petrobras protocola pedidos na CVM

Segundo a ADVFN, “A Petrobras protocolou os pedidos de registro de companhia aberta e o registro de distribuição pública secundária de ações da BR Distribuidora. Segundo a Petrobras, ainda será preciso definir o preço e percentual das ações a serem ofertadas, que deverá ficar entre 25% e 40% da participação acionária detida pela companhia na BR. A oferta também está sujeita ao registro na CVM e na B3, que deverá aprovar o pedido de listagem ao Novo Mercado.

Leiam, na íntegra, a matéria:
https://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/petrobras-pede-registro-de-companhia-aberta-para-br-distribuidora.ghtml

Petrobras venderá até 40% da empresa dos postos de gasolina

Segundo a ADVFN, “A Petrobras definiu ontem que irá vender entre 25% e 40% da Petrobras Distribuidora, a BR, empresa dos postos de gasolina da companhia, em oferta pública a ser realizada no Brasil. A Petrobras vai protocolar o registro de oferta pública e de companhia aberta da BR na CVM e o pedido de adesão ao Novo Mercado da B3“.

Leiam, na íntegra,, a matéria:
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/09/1922618-conselho-da-petrobras-aprova-venda-de-ate-40-das-acoes-da-br-distribuidora.shtml

Vejo como uma oportunidade interessante para a Petrobras.
Sigo como sócio! 😉

Economia x política: Câmara rejeita denúncia contra Temer

O resultado da votação desta quarta-feira causou bastante discussão e indignação. Mas, antes de compartilhar minha opinião, gostaria de fazer uma breve reflexão sobre a relação existente entre economia e cenário político. Pessoalmente, fico receoso com a crescente linha de pensamento de que todos os partidos ou políticos são iguais, não importando quem está no poder. Não é bem assim. Aliás, é um pensamento perigoso. Também não desejo a absolvição gratuita do atual presidente – ele deve responder por seus atos. No entanto, prefiro que o processo ocorra da forma menos traumática para o país.

Vale lembrar que, até pouco tempo, estávamos em recessão técnica.

Por apresentar inúmeras medidas impopulares e por ser citado recentemente na operação Lava Jato, o índice de rejeição do atual presidente (Temer) tem sido crescente. Não é para menos. Mas, será que afastá-lo agora é a melhor alternativa? Particularmente, entendo que não. Qualquer tumulto neste momento não trás benefícios (pelo contrário), visto que estão surgindo os primeiros sinais de recuperação econômica, resta pouco mais de um ano para as eleições presidenciais e existem outras investigações “emperradas”. Nesta semana, por exemplo, o ex-presidente Lula (já condenado) fez discurso sobre a legitimidade do atual governo e índice de desemprego. Complicado!

Não é novidade que as reformas propostas castigam grande parte da população.
Infelizmente, elas são necessárias!

Normalmente, para evitar uma visibilidade negativa acentuada (característica populista), é comum fugir de medidas que exijam “sacrifício coletivo”. Trata-se de uma forma de ganhar alguns pontinhos com a população, mesmo que sejamos sacrificados no futuro. Sempre que possível, é preferível fingir que o problema não existe, esconder a sujeira debaixo do tapete e torcer para que apareça apenas na administração seguinte. Cedo ou tarde, perde-se o controle.

Para refrescar a memória:

A questão não está na disputa presidencial ou no debate em si, mas na conduta populista do partido e da ex-presidente Dilma. O meu objetivo, com o vídeo anterior, foi demonstrar o preço que pagamos por desprezar deficiências conhecidas, permitindo potencializar a evolução do problema. Medidas impopulares se tornam praticamente imperativas quando a evolução de uma crise (como a que passamos) entra em descontrole.

Apesar da trajetória clara de estagflação, a ex-presidente, além de negar o problema, conseguiu apresentar números “comprovando o contrário“. Assumir o problema representaria mais munição para os adversários na disputa presidencial. Pois é, mas a matemática é uma ciência exata e impiedosa. Se as despesas superam as receitas frequentemente, cedo ou tarde a fonte seca. A conta chega de um jeito ou de outro. Ironicamente, na semana seguinte, depois de reeleita, o governo anunciou a revisão da taxa Selic para controlar a inflação.

O governo do PT alegava que a inflação e o índice de desemprego estavam sob controle! Ops… 😉

Cenário político econômico

Você pode pensar: “Ahhh, mas todos os partidos ou governantes são iguais“.
Será mesmo?

O ex-presidente FHC, por defender privatizações e evitar a falência de inúmeros Bancos, costuma ser questionado frequentemente. Tentam fazer parecer que não governou para o “povo”. Mas, goste ou não, foi no governo dele que a economia entrou nos eixos. Tanto é verdade que seus sucessores (Lula e Dilma) puderam ampliar os programas sociais e cometer atrocidades financeiras por tantos anos seguidos. Como teriam feito tudo isto sem recurso disponível (sobrando)? E porque (ou como) os recursos se esvaíram? No próximo vídeo, é possível conferir algumas razões.

É fácil prometer a manutenção de benefícios sociais para garantir votos, porém a disponibilidade dos recursos financeiros – que financiam estes programas – não se sustenta na base de promessas“.

Gastou-se como se não houvesse amanhã… Confiram alguns números:

Dentre várias razões, tudo isto permitiu certo grau de previsibilidade da crise que estava por vir.

Alguns indicadores econômicos deram sinais de alerta ao apresentar o aumento dos índices de desemprego, inflação, dívida interna e retração do PIB. No entanto, além de não demonstrar propostas efetivas para combater o resultado negativo, a conduta do governo se manteve inalterada – gastando mais do que arrecadava e destinando o dinheiro do contribuinte inadequadamente. Ao negar os indicadores, o governo não se mostrou propenso em atacar o problema.

Levantar a bandeira anti-privatização pode até soar bonito inicialmente, mas vejam como pode ser incoerente…

Diante de uma sucessão de “erros”, depenaram a Petrobras sem dó. Em 2010, a dívida líquida da empresa estava em 60 bilhões e lucro líquido de R$ 35 bilhões. Bastou apenas 5 anos para a dívida pular para R$ 391 bilhões, com lucro líquido negativo em R$ 35 bilhões. Mesmo com dívida crescente, a empresa continuou patrocinando a produção de filmes e ainda sofreu controle de preços quando os preços do petróleo internacional dispararam – apenas com este controle, as perdas acumuladas atingiram o incrível patamar de 56,5 bilhões de dólares em outubro de 2014. Na iniciativa privada, quem em sã consciência faria isto? Ninguém, claro!

Em relação ao controle de preços, o mesmo aconteceu com a tarifa de energia:
https://oglobo.globo.com/opiniao/a-ilusao-do-controle-de-precos-16241142

Com os Correios não foi muito diferente também. Segundo o site Extra da Globo, “A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) fechou 2016, pelo segundo ano consecutivo, com prejuízo em torno de R$ 2 bilhões. Para remediar a mais grave crise de sua história, o Correios apostou, entre outras medidas, num Programa de Demissões Voluntárias (PDV)”. O quadro de pessoal, naquela data, chegou a 117 mil funcionários, e cálculos da empresa mostravam que até 14 mil se enquadram nos critérios exigidos pelo plano.

Como se não bastasse, o mais irônico é ver indivíduos da classe média contrários a privatização, mas não percebem que pagam dobrado por serviços essenciais. Basta ver que é considerado insano não contratar um plano de saúde particular (mesmo “contando” com o SUS), plano de previdência privada (apesar da contribuição obrigatória do INSS), seguro de carro (mesmo pagando o DPVAT) e ainda se sentem extremamente felizes em pagar pedágio para contar com estradas de qualidade. Nem Freud explica (risos)“.

Exemplos não faltam. E vejam que nem falei sobre os fundos de pensão! 😉

Resumindo, o impeachment da presidentA Dilma foi importante para o país. Apesar de tantas incertezas, a troca de governo representava a quebra de um ciclo extremamente danoso. O atual presidentO (risos) formou uma equipe econômica eficiente e tomou medidas duras (ainda que insuficientes) para combater a crise, propondo reformas importantes. Os “primeiros sinais” de recuperação estão surgindo neste semestre. A situação do país ainda é delicada, basta ver a escassez de recursos de alguns Estados como RJ e RS.

Sendo assim, acredito que o afastamento do presidente Temer causaria ainda mais tumulto, abalando na continuidade do trabalho executado até então e prejudicando no combate à crise. Não se engane, a situação do país ainda é delicada e está apenas sob controle. Isto não significa abandonar as investigações. Ninguém deseja isto. As responsabilidades devem ser apuradas e, se condenado, que seja enquadrado dentro dos critérios da lei.