Investindo em Renda Fixa

Trata-se de uma classe de investimento bastante segura e deve fazer parte da carteira de todo investidor, seja como forma de diversificação ou em função de um perfil mais conservador. Já afirmei, em diferentes oportunidades, que o momento atual de crise (JAN 2016) pode ser bastante oportuno para investidores conscientes e há inúmeras possibilidades. O objetivo aqui é procurar esclarecer as principais diferenças e “auxiliar no processo de escolha”.

A Renda Fixa é um tipo de investimento que possui o retorno do capital investido (rentabilidade) determinado no momento da aplicação financeira. Consiste basicamente no empréstimo de dinheiro ao emissor do papel, como “bancos” (Certificado de Depósito Bancário – CDB), “empresas” (debêntures) ou “Governo” (Letra do Tesouro Nacional, Nota do Tesouro Nacional, etc).

O principal objetivo é permitir que instituições possam captar recursos e financiar seus projetos ou negócios. Em contrapartida, o investidor recebe uma remuneração por “prazo determinado”, na forma de juros e correção monetária.

Investimentos em renda fixa, em sua maioria, contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante valores de até R$ 250 mil, por CPF e instituição financeira.

Em função da baixa exposição de risco (mais seguro), é um investimento que apresenta rendimentos menos expressivos. Mas, neste período de crise, a elevada taxa de juros mudou um pouco esta realidade. Há uma série de alternativas que se ajustam ao perfil e disponibilidade financeira de cada investidor. As opções mais comuns são: Poupança, Tesouro Direto (TD), Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e fundos DI.

Os fundos de investimentos, como DI, não contam com a proteção do FGC e normalmente recebem uma classificação própria (em breve farei um artigo mais específico).

Estamos vivenciando um período repleto de opções tentadoras. Mas, cuidado. A escolha de um bom investimento “não depende apenas da rentabilidade”. Evite investir em bancos pequenos ou pouco conhecidos, pois o risco será muito maior. Apesar do FGC oferecer proteção, no caso de falência (por exemplo), o intervalo de tempo com os trâmites legais pode lhe causar grandes transtornos.

Opte preferencialmente por investimentos de “longo prazo”, pois o tempo potencializará o efeito dos juros compostos. Investimentos de curto prazo resultam em resgastes mais constantes e isto gera custos mais elevados, reduzindo drasticamente o efeito dos juros compostos. Há inúmeros estudos comprovando que “rentabilidade não supera tempo”. E o motivo é simples: “os juros compostos atuam exponencialmente”.

O momento atual, com inflação alta e taxa de juros crescente, é oportuno e merece cautela. Não é tão simples. É realmente oportuno para quem se planejou durante o período de bonança (poucos fizeram isto), mantendo crescente sua reserva financeira e agora conta com recursos adicionais para lidar com as altas taxas. É isto que possibilita optar por novas aplicações e ainda obter um ganho maior com as já existentes. Para quem está começando é mais complicado, pois estas mesmas taxas refletirão negativamente e com maior peso sobre suas vidas – tornando ainda mais difícil (até para manter o padrão de vida). Portanto, a nossa estratégia de investimento deve ser mantida antes, durante e depois das crises. Volto a dizer: “faça um planejamento de investimento visando o longo prazo”.

Para compreender melhor as principais opções disponíveis, recomendo a leitura:
http://blog.bussoladoinvestidor.com.br/investimentos-renda-fixa/

Particularmente, tenho uma visão um pouco diferente em relação a caderneta de poupança.

O investimento na poupança vem sendo desaconselhado em função de sua péssima rentabilidade. Como o rendimento atual perde para inflação, é evidente que há alternativas mais interessantes. No entanto, devemos agir estrategicamente e com cautela. Não há razão para mover tudo às pressas, principalmente se for sua única aplicação. Fiz algumas ponderações sobre o assunto quando escrevi o artigo A Estratégia.

Não haja por impulso e fuja das modinhas do mercado financeiro. A realidade muda com o passar do tempo. Se o investidor buscar cada “oportunidade” pontualmente, perderá dinheiro repetidas vezes. A escolha do investimento depende de vários fatores, incluindo a disponibilidade financeira de cada um (recursos disponíveis ou renda), bem como da capacidade de poupar. Sendo assim, não há como afirmar diretamente que o investimento “x” é melhor que “y”.

O Tesouro Direto (TD), por exemplo, é uma alternativa muito interessante para quem conta com recursos financeiros limitados, mas não é via de regra. A necessidade de resgate antecipado pode resultar em prejuízo. É preciso avaliar o título escolhido e a capacidade de lidar com o investimento até a data de vencimento. Logo, é possível perder dinheiro com renda fixa.

Mas, nestas condições, o LCI é um forte concorrente e meu preferido (se comparado com TD). E digo isto porque o TD tem prazo estabelecido e incomoda-me um pouco sofrer taxação de IR tão alta (no mínimo 15%), sendo que o investimento visa a financiar a dívida pública. De certa forma, somos taxados pelo beneficiário direto de nosso investimento. Um tanto irônico, não?

Já o LCA tem se mostrado uma excelente opção para quem dispõe de maiores recursos e é isento de IR e IOF (a isenção também se aplica ao LCI). Portanto, o que tende a inviabilizar a escolha do LCA é o aporte inicial. Neste ano, o Banco do Brasil mudou o valor de R$ 30.000 para R$ 50.000. Infelizmente, o governo vem flertando com uma nova forma de tributação.

Para entender melhor como funciona o TD, LCI e LCA, recomendo assistir os vídeos da corretora Easynvest – o bastante instrutivos e didáticos, mas entendam que não é uma recomendação de investimento ou indicação de corretora (pesquise antes).

O TD é considerado hoje uma das melhores opções de investimento, valendo-se da segurança de um investimento de renda fixa em relação a alta taxa de juros ou inflação. Mas, cuidado. Analise bem os riscos e não caia na ilusão de que potencializará o resultado fazendo “trades”.

Para desmistificar a “tara” natural por rentabilidade ou tentativas de “trades com TD”, assistam este vídeo (é longo):

Acesse o site oficial do Tesouro Nacional para obter maiores informações sobre o TD.
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto

Para compreender um pouco mais a relação entre a economia e o TD (bastante didático):
Reserve um tempo um pouco maior porque o vídeo é longo (1h é suficiente). Apesar do material ser bastante instrutivo, ignorarem as dicas envolvendo operações de trade com TD. E também discordo da visão dele no que tange ao mercado de ações.

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