Guia do investidor para declaração de IR

Já fiz minha declaração, mas revisarei antes de transmitir. A meu ver, não houve mudanças muito significativas – a sequência lógica se mantém. Desde 2017, o software para preenchimento e transmissão é o mesmo. A maior dificuldade, neste ano (2018), está nos campos adicionais para declaração de “bens e direitos“, como o renavam para automóveis, inscrição municipal e registro em cartório para imóveis e CNPJ para ativos financeiros.

Resolvi compartilhar algumas dicas para auxiliar no processo de preenchimento. Não é algo tão complicado quanto parece e evitará que o investidor exponha seu patrimônio (detalhadamente) a contadores.

Vale lembrar que não sou especialista em IR e existem especificidades que variam de acordo com a realidade de cada contribuinte. Como não invisto fora do país (por exemplo), ignoro as opções referentes à moeda estrangeira.

Antes de prosseguir, recomendo a leitura dos seguintes links:
http://www.adctec.com.br/blog/imposto-de-renda-pessoa-fisica-2017
http://idg.receita.fazenda.gov.br/interface/cidadao/irpf/2018/declaracao/preenchimento
http://dinheirama.com/blog/2015/02/27/7-erros-comuns-imposto-de-renda-acoes-como-evita-los/

Link para download do programa:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/interface/cidadao/irpf/2018/download

Para saber como funciona a tributação sobre investimentos imobiliários:
http://www.fundoimobiliario.com.br/leis.htm

Guarde todos os documentos por 5 anos (pelo menos) – Em caso de problemas (malha fina), a Receita Federal pode solicitar a apresentação dos comprovantes.

1. Se esta for sua primeira declaração, comece pela “Identificação do contribuinte” em “Fichas de declaração”.

irpf1

Não há mistério algum.

Mas, preste atenção para não cometer erros de digitação no preenchimento de informações que são imutáveis ao longo da vida. Apesar de pouco provável, pequenas inconsistências, como data de nascimento errada, podem fazer com que o contribuinte caia na malha fina. Já presenciei alguns relatos sobre isto.

Se o titular for casado, basta selecionar “sim” em “Possui cônjuge ou companheiro(a)?” e informar o CPF em questão. E, na ficha seguinte (dependentes), se for o caso, é possível cadastrar o(a) cônjuge como dependente (código 11).

2. Em seguida, ainda em “Fichas de Declaração”, identifique sua fonte(s) pagadora(s) em “Rend. Trib. Receb. De Pessoa Jurídica”.

irpf2

Esta ficha é obrigatória para trabalhadores assalariados ou prestadores de serviço.

O processo de preenchimento é simples. Utilize como referência o informe de rendimentos fornecido pela(s) empresa(s) em que trabalha ou prestou serviços. Atenção, nesta etapa é fácil para a Receita detectar qualquer tipo de inconsistência, pois ela cruzará seus dados com os informados pela fonte pagadora. O contribuinte cairá na malha fina caso uma das partes cause divergência de informações.

Diante do cenário econômico atual (de elevado grau de desemprego), muitas pessoas tem se posicionado, no mercado, como “Microempreendedor Individual (MEI)”. Não é o meu caso, mas para esclarecer as dúvidas mais comuns, separei alguns links interessantes:MEI também entrega DIRFcomo fazer a declaração anual do MEI (Sebrae)  e  como o MEI declara o IRPF (2016) .

3. A ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis” é muito comum para quem lida com investimentos com rendimento livre de IR (com isenção).

Esta ficha é utilizada para informar rendimentos livre de IR, como Caderneta de Poupança, LCI, LCA, Fundos Imobiliários e dividendos de ações.

Desde o ano passado, o contribuinte não precisa mais identificar o item adequado para cada “tipo de rendimento”. Esta ficha foi separada em duas abas, uma para informar cada rendimento individualmente e outra para informações gerais (totais). A aba padrão (primeira) já permite lançar os rendimentos, basta identificar o código corretamente.

Os códigos mais comuns para lançamento:
09 – Lucros e dividendos recebidos
10 – Parcela isenta de proventos de aposentadoria, reserva remunerada …
12 – Rendimentos de cadernetas de poupança …
18 – Incorporação de reservas ao capital / Bonificações em ações
20 – Ganhos líquidos em operações à vista de ações … até R$ 20.000 …
26 – Outros

A maioria dos bancos fornece o extrato detalhado pelo home-banking.

O cadastro é simples: “informe o código adequado ao tipo de investimento, CNPJ  e nome da “Fonte Pagadora” e o rendimento líquido”. Para isto, utilize como referência os informes de rendimentos enviados pelos Correios.

Vale lembrar que, no mercado de ações, o pagamento de “Juros sobre Capital Próprio” não é isento de IR, portanto é declarado na ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/ Definitiva”. Mas, é simples. No próprio extrato, para facilitar o preenchimento, os valores já estão separados “por ficha”.

Caso algum extrato indique a existência de “Rendimento não pago”, como foi o caso do fundo XPGA11 (em 2016), o rendimento será cadastrado normalmente, mas será necessário informar o valor líquido, na ficha “Bens e direitos”: código 99 (Outros) e descrição “Créditos em transito” ou “Crédito devido pela pessoa jurídica”, seguido da identificação da fonte pagadora (com CNPJ).

Em 2016 encerrei algumas operações com lucro, sem exceder o limite de isenção (até R$ 20.000 por mês). Neste caso, é preciso informar o valor através do código 20.

O vídeo, a seguir, demonstra claramente o passo a passo da leitura do informe de rendimentos.

Mantive a declaração dos dividendos dos FIIs  sob “código 09” (lucros e dividendos recebidos), mas existem orientações, na Internet, indicando que este registro seja feito sob “código 26” (Outros), com descrição de “Ganhos em Fundos Imobiliários”. Entrei em contato com a ouvidoria da Receita Federal (resposta no link ao lado) para saber qual é o melhor procedimento em relação aos Fundos Imobiliários.

Vale lembrar que, no caso da bonificação em ações, deveremos informar o valor através do “código 18” (algumas corretoras fornecem o valor).

Confiram algumas orientações para declaração de FIIs:
http://abacusliquid.com/irpf/como-declarar-fiis/
http://blog.bussoladoinvestidor.com.br/imposto-de-renda-em-fundos-imobiliarios/
http://blog.bussoladoinvestidor.com.br/amortizacao-de-fundos-imobiliarios-ir/

Outro link interessante:
http://www.blogdoinvestidor.com.br/investimentos/como-declarar-os-fundos-imobiliarios-no-imposto-de-renda/

4. Em “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”, devemos informar os rendimentos de aplicações que sofrem tributação (incide IR).

Esta ficha é utilizada para informar rendimentos de aplicações financeiras como Fundos DI ou pagamento de JCP, por exemplo. Nela, são declarados os rendimentos que tiveram imposto retido na fonte e não são passíveis de restituição.

A partir de agora o contribuinte não precisa mais identificar o item adequado para cada “tipo de rendimento”. Esta ficha foi separada em duas abas, uma para informar cada rendimento individualmente e outra para informações gerais (totais). A aba padrão (primeira) já permite lançar os rendimentos, basta identificar o código corretamente.

Os códigos mais comuns para lançamento:
06 – Rendimentos de aplicações financeiras
10 – Juros sobre capital próprio
12 – Outros

Não há mistério. O processo é o mesmo descrito na ficha anterior. A diferença é que faremos o cadastro de aplicações que sofrem tributação.

Para declarar rendimentos não pagos o processo é o mesmo descrito em rendimentos isentos.

Confiram a legislação referente à tributação de “Juros sobre Capital Próprio”:
http://contadores.cnt.br/noticias/artigos/2016/05/03/juros-sobre-capital-proprio-2.html
http://artigoscheckpoint.thomsonreuters.com.br/a/5v7w/ponderacoes-sobre-os-juros-sobre-capital-proprio-e-seus-contornos-fiscais-e-juridicos-marcos-ricardo-cruz-da-silva

5. Em “Bens e Direitos”, declare o patrimônio adquirido (ou a “evolução” anual).

irpf5

Nesta ficha cadastre seu patrimônio: casa, carro e investimentos, por exemplo.

Para “imóveis” ou “carro” declare o valor de aquisição, não o valor de mercado. Neste caso, ao longo dos anos, o contribuinte deverá apenas clicar em “repetir”, pois o preço de aquisição não mudará. A casa deve ser cadastrada com “código 12” e o carro com “21”.

Caso o contribuinte não dispunha do bem no ano anterior (na “primeira situação”), o primeiro valor informado será 0 e o segundo será o custo de aquisição (ano de apuração).

Os códigos mais comuns para lançamento:
12 – Casa
21 – Carro

31 – Ações
41 – Poupança
45 – Aplicação em renda fixa ou CDB

61 – Conta corrente
71 – Fundo de curto prazo
72 – Fundo de longo prazo
73 – Fundo de investimento imobiliário
74 – Fundo de ações ou ETF

97 – VGBL

A declaração de “ações” também é baseada no custo de aquisição (até o último dia do ano). Mas, se o investidor adquirir mais ações, a diferentes preços, o custo total será definido pela multiplicação entre o preço médio e o número de ações. Declare, por empresa, através do “código 31”. Na descrição, informe o nome da empresa, código de negociação, corretora (com CNPJ) e número de “papéis”. Foi incluído ao formulário um campo para CNPJ da empresa em questão (seu ativo), mas a identificação da corretora é opcional.

Os fundos de investimentos imobiliários seguem o mesmo padrão, mas com “código 73”. Na descrição, informe o ticker (código de negociação), corretora (com CNPJ) e número de cotas. Da mesma forma como ocorre nas ações, surgirá um campo CNPJ para identificação do fundo em questão.

Caso apareça “valor não pago” em algum informe de rendimento recebido, será necessário lançar o valor em “Bens e Direitos”, com “código 99” (outros) e descrição “CREDITO DEVIDO PELA PESSOA JURIDICA” – no ano passado, foi o caso do fundo XPGA11: “XP INVESTIMENTOS (FII XPGA11), CNPJ 02.332.886/0001.04”.

É possível conferir um passo a passo através dos links:
http://abacusliquid.com/irpf/como-declarar-acoes/
http://abacusliquid.com/irpf/como-declarar-fiis/

O número de operações em bolsa dificilmente será pequeno. Portanto, para evitar erros e desgastes desnecessários, recomendo utilizar alguma ferramenta auxiliar, como o IrpfBolsa ou Calculadora de IR (do site Bússola do Investidor), principalmente se o investidor costuma fazer trades ou negocia cotas de FIIs.

Testei as duas ferramentas citadas acima e farei um breve comentário sobre cada uma.

Antes de tratar das ferramentas, em questão, é interessante compreender como funciona o recolhimento de IR sobre operações em bolsa.

É responsabilidade do investidor o recolhimento de imposto sobre operações em bolsa, com alíquota de 15% sobre os lucros aferidos em operações comuns e 20% em day-trade (operação de compra e venda no mesmo dia). Vale lembrar que, no mercado de ações, há isenção quando o somatório das vendas não exceder “R$ 20.000,00” (no mês), exceto para day-trade.

Não há isenção para negociação de cotas de fundos imobiliários (venda com lucro) ou operações de day-trade.

No caso de lucro, o pagamento deve ser feito com a emissão de uma DARF (código 6015), até o último dia útil do mês subsequente ao da apuração do lucro. É um procedimento válido no decorrer do ano”, sempre que o investidor encerrar sua posição com ganho de capital.

Tanto os lucros como os prejuízos serão declarados (no sistema da Receita), em “Operações comuns / Day-Trade” no menu “Renda Variável”. O prejuízo será compensado futuramente, permitindo abater sobre ganhos posteriores. Esta é outra etapa que a utilização do IRPFBolsa pode ajudar bastante.

Confiram um exemplo completo envolvendo ETFs:
https://verios.com.br/blog/como-declarar-no-ir-seus-investimentos-em-etfs/

É evidente que a emissão da DARF dificilmente acontecerá para adeptos de B&H, pois será raro exceder o limite de isenção (R$ 20.000 em vendas) ou realizar operações de day-trade. Ou seja, acontecerá em menor proporção porque, nesta estratégia, as operações de compra costumam ser mais frequentes e as “posições” não são “fechadas” com frequência.

Acredito que, por mais simples que pareça, é inviável tentar gerenciar todas as operações ou carteira de ações manualmente. No mínimo, o investidor terá que lançar suas operações em uma planilha e definir fórmulas para o cálculo de preço médio, lucro e prejuízo, por exemplo. Pessoalmente, acredito que além de ser muito trabalhoso, amplia a margem de erros.

Com a utilização de ferramentas específicas para o cálculo de IR e gerenciamento de carteira, o investidor contará com inúmeros benefícios: “maior precisão e facilidade para lançar as ações ou cotas em ‘Bens e Direitos’, geração automática da DARF, apuração automática de lucros ou prejuízos e acompanhamento detalhado da evolução de sua carteira de investimentos”.

O IrpfBolsa foi a primeira solução que testei e utilizei para auxiliar no recolhimento de IR e declaração – excelente relação custo x benefício. A licença para dois anos custa R$ 90,00 (pagamento único). Para quem lida com renda variável, e diante dos benefícios, este preço é simbólico. Há uma explicação do objetivo disto no próprio site – achei inteligente.

Na opção “Imposto de Renda”, é possível acompanhar o resultado anual da carteira, bem como a apuração de lucro ou prejuízo a compensar.

O trabalho do investidor se resumirá em alimentar o sistema com as notas de corretagem.

Para preencher a ficha de “Bens e Direitos”, podemos utilizar as informações fornecidas pelo IrpfBolsa, levando em consideração os campos “papel” (código), “quantidade” e “custo total”:

– Através do menuMeus resultados”, selecione a aba “carteira atual” e clique em “exportar” (no canto superior direito). Os dados serão “copiados” em memória e, desde que não existam lançamentos após dezembro (no ano de apuração), basta abrir uma planilha (como o Excel) e aplicar o recurso de edição “colar”.

– Porém, caso existam lançamentos após o ano de apuração, o ideal é fazer o levantamento através da aba “Variação da carteira”, selecionando o ano adequado e percorrendo cada mês de forma decrescente (a partir de DEZEMBRO). Feito isto, declare o primeiro resultado que encontrar para o ativo (será o mais atual).

irpfbolsa

A partir dos dados acima, pude declarar as cotas do fundo SAAG11:

irpfbens

Em “situação”, informe o “custo de aquisição”, não o valor de mercado.

Em 2016, testei, gratuitamente, pelo período de 7 dias, a “Calculadora de IR” do site “Bussola do Investidor”. Gostei. Tecnicamente, não deixou nada a desejar. Mas, em minha opinião, o custo mensal de R$ 49,90 (ou anual de R$ 538,92) da versão PRO, o coloca em desvantagem em relação ao IrpfBolsa.

Trade: Aproveitando a volatilidade do dólar!

O momento no cenário político-econômico é bastante delicado e, com isto, surgem questões quanto a possibilidade de especular algumas variáveis interessantes. Visitei meu amigo “Agostinho Carrara” (risos) e, após trocar uma ideia quanto a volatilidade do dólar, acabei pesquisando e resolvi fazer uma experiência com o Mercado Futuro, através dos “mini contratos de dólar“.

O assunto tratado envolve um risco muito alto, depende de controle emocional, conhecimento em análise técnica (também conhecida como gráfica) e não se trata de uma recomendação. NÃO TENTE CASO TENHA POUCA EXPERIÊNCIA!

Resumidamente, “Os mini contratos são uma ótima oportunidade para investidores com pequeno capital que querem operar alavancados no mercado futuro, apostando na alta ou baixa de produtos como Índices, Moedas ou Juros“.

Minha primeira experiência na Bolsa foi desastrosa porque não tinha consciência clara do posicionamento como Holder ou Trader, nem mesmo a aplicação adequada da análise técnica. Quando resolvi voltar para o mercado de renda variável, procurei obter maiores informações sobre estratégias de Trade.

Na realidade, voltei para mercado de renda variável por enxergar uma assimetria rara envolvendo a Petrobras. A partir deste momento, aportei apenas em PETR3 e comecei aprofundar os estudos sobre o Mercado de Capitais.

Dediquei várias horas assistindo cursos de análise técnica.
Encontrei excelentes cursos no Youtube mesmo, por exemplo:

Pouco tempo depois, assinei alguns relatórios da Empiricus (como Fundos Imobiliários (FIIs) e MicroCaps) – tem sido um aprendizado interessante, mas mantenho apenas o relatório de FIIs. Para efeito de comparação, participei de um período de “degustação” (risos) da Toro Radar e tive acesso à inúmeros cursos online (muito bom, por sinal) – aproveitei para extrair ao máximo as estratégias de trade e, por ser acesso temporário, registrei todas as informações em arquivo.

Baseado nas informações que colhi, criei uma estratégia própria e fiz simulações (sem colocar em prática) em PETR3 e PETR4. É fácil perceber que voltei com uma predisposição maior para análise técnica. No entanto, preferi dar maior peso para conceitos que, até então, ignorava. Puxei o freio de mão!

Inevitavelmente, conforme as pesquisas foram evoluindo, cheguei ao portal do Bastter. Confesso que, no início, fiquei um pouco descrente com os argumentos (operar valor, não dinheiro). Não início, não parecia fazer muito sentido.

Ao longo do tempo, percebi que a “filosofia Bastter” (como um todo) não era muito diferente do que sempre adotei para renda fixa e acúmulo de patrimônio. Apesar da maneira “radical e agressiva” de expor as certas informações, fui me identificando cada vez mais e percebi que os argumentos eram bem fundamentados. Aliás, considero uma das melhores fontes de conhecimento que encontrei naquele período.

Também comecei entender que, para a maioria das pessoas, a possibilidade de Viver de Trade não passará de uma ilusão – depende de controle emocional, experiência de mercado e muita disciplina. Até para colher as informações é complicado, não é qualquer coisa que serve e, para complicar um pouco mais, pode variar de pessoa para pessoa. Não é fácil.

Tentei fazer operações de “venda coberta” para “remuneração de carteira“. O fato de, na maioria das vezes, não ser uma execução rápida, dificultou minha avaliação no espaço de tempo e não me adaptei. Não deixa de ser uma forma de trade e com número de variáveis ainda maior. No momento, não pretendo insistir! 😉

Raramente, quando identifico assimetrias de mercado, apenas com os ativos que mantenho em carteira, arrisco um swing trade, operando com “opções a seco“. O resultado final tem sido positivo, mas não sei até que ponto tem sido realmente vantajoso.

Ainda assim, o foco principal é a atuação como Holder, avaliando a evolução da carteira – algo que venho compartilhando através do resultado mensal que compartilho.

Há pouco tempo, conversando com um grande amigo, resolvi fazer uma pesquisa quanto a possibilidade de especular a volatilidade do dólar.  A princípio, não parecia vantajoso o suficiente. Avaliando diferentes fatores, conforme comentei no primeiro vídeo, cheguei aos minicontratos. Não é a primeira vez que leio sobre o assunto, porém resolvi dar uma atenção maior.

Para melhor compreensão assistam o seguinte vídeo:

Na sexta-feira resolvi fazer um experimento e avaliar a estratégia que montei anteriormente.

Para ativar este tipo de negociação na Modalmais ativei os seguintes serviços:

Segmento BM&F e Margem Reduzida

Por fim, ativei o traderpro para operar com maior agilidade. Pela primeira vez, fiquei mais confortável para seguir a estratégia friamente, seguindo as sinalizações dos indicadores que usei. Ainda é cedo para afirmar se continuarei com os trades. No momento, só posso dizer que gostei da experiência.

Como de praxe, estou compartilhando uma experiência recente… Porém, por enquanto, em decorrência dos riscos envolvidos, NÃO RECOMENDO!

FLMA11: O primeiro investimento do Batatão!

Vou aproveitar esta oportunidade para tratar dois assuntos importantes ao mesmo tempo e de uma forma mais leve: “a base para começar investir e a possibilidade de optar por opções mais sofisticadas com pouco dinheiro“. O objetivo é demonstrar que é possível, mesmo para quem conta com recursos limitados e sem iludir ninguém.

É evidente que o mais importante não é o investimento em si, até porque não existe investimento perfeito – as condições mudam no decorrer do tempo. O que realmente importa é a relação entre capacidade aporte e tempo. O segredo não está em escolher os melhores investimentos, mas sim buscar o aprimoramento profissional para conquistar uma renda superior, ou mesmo rendas alternativas, possibilitando ampliar a capacidade de aporte (quanto maior, melhor). Ainda assim, é importante começar e adaptar hábitos para saber aproveitar as chances que surgirem.

Confiram a primeira experiência, no mercado de capitais, do meu amigo Batatão:

Procurei tratar o assunto de uma forma mais descontraída para prender sua atenção e demonstrar que é possível. Na realidade, não é a primeira vez que o Batatão investe, pois a aplicação na Caderneta de Poupança também conta. De qualquer forma, o ideal seria construir uma “reserva de emergência” primeiro (correspondendo, ao menos, 6 meses da renda principal) – para quem está começando, é praticamente uma etapa mandatória. Trata-se de uma proteção para lidar com emergências ou imprevistos financeiros.

Ainda assim, instruímos o nosso amigo começar pelos FIIs (Fundos Imobiliários) porque é uma forma viável de introduzi-lo ao universo do Mercado de Capitais com risco controlado e capacidade de aporte regular e bastante viável. É uma chance interessante para conhecer uma opção mais sofisticada e treinar novos hábitos que permitam rever condutas cotidianas e, quem sabe, ampliar a capacidade de aporte ao longo do tempo. A fase inicial não é fácil, mas é uma escolha que vai marcar sua vida.

Quanto ao fundo FLMA11 (Ed. Continental Square Faria Lima):

Trata-se de um imóvel de excelente qualidade (conta com Heliporto, Auditório, Restaurantes, Bancos e outros serviços – o hotel é 5 estrelas), muito bem localizado (na Vila Olímpia, SP), com valor de mercado de aproximadamente R$ 160 M, com 69.033.500 cotas e 3445 cotistas (Pessoa Física),

Confiram a visão de cima pelo GoogleMaps:

A Suno Research já tornou pública sua visão sobre o fundo:
https://www.sunoresearch.com.br/artigos/dois-fundos-imobiliarios-de-excelente-localizacao-e-mais-de-6-de-dividendo/

Por ser um fundo antigo (constituído em 09/11/2000) e com número de cotas bastante elevado, o preço da cota acaba sendo pequeno. Logo, não pense em se posicionar visando uma correção muito expressiva.

É evidente que, se analisarmos o histórico das cotas, no intervalo de 5 anos, veremos que o fundo apresenta uma valorização extremamente estável. Particularmente, gostei bastante do fundo.

Percebam que a performance da cota não deixa nada a desejar!

O histórico de rendimentos do fundo está em linha com seus pares no mercado. O último rendimento apurado foi de 0,56% (lembrando que é isento de IR).

De acordo com o fundsexplorer, o desempenho do fundo, nos últimos 12 meses, foi o seguinte:

Espero que a informação seja útil… percebam que o critério não foi apenas o preço! 😉

Sucesso Batatão!

Entrevista: Whindersson Nunes e Primo Rico

Hoje cedo, recebi como recomendação do Youtube um vídeo do canal Primo Rico de uma entrevista com Whindersson Nunes. Apesar das pequenas zoações e tirando o jabá para a corretora Rico (risos), achei um conteúdo interessante e resolvi compartilhar. Aliás, tem bastante relação com os últimos vídeos que produzi.

Mais um dado para ajudar com a questão “comprar carro novo ou investir?”

Sorte dele ter acordado a tempo! 😉

Conheça o perfil dos investidores brasileiros

Estou aproveitando o feriado do dia do trabalhador para compartilhar uma informação que venho me programando faz quase uma semana. Um amigo chamou a minha atenção ao mostrar o número de CPFs cadastrados na Bolsa de Valores brasileira, subdivididos por idade, região e sexo. Achei a informação bastante interessante. Eu não poderia deixar de compartilhá-la, mas aproveitei para cruzar com outros números que podem chamar ainda mais a sua atenção.

Pois é, o brasileiro sempre considerou a Bolsa de Valores como uma opção extremamente arriscada e, em função de nossa elevada taxa de juros, naturalmente, boa parte dos investidores tende(iam) a optar por investimentos de Renda Fixa. Porém, com o avanço da “inclusão digital”, o acesso à opções mais arrojadas vem mudando este cenário. Esta mudança pode ser vista com bons olhos, mas, ao mesmo tempo, oferece riscos muitas vezes desconhecidos por grande parte da população (que, até então, desconhecia este universo).

Confiram, a seguir, a distribuição dos investidores na Bolsa de Valores brasileira:
Ou seja, são ao todo 652.969 investidores pessoa física.

Em relação a esta tabela, percebam que o número de homens supera em mais de 3x o número de mulheres, e o maior número de investidores está na faixa etária entre 36 e 45 anos (a minha… risos). Ainda assim, as maiores fortunas estão entre os mais velhos (acima de 66), que estão em menor número e com um montante 4x superior. Não seria este um forte indício que o tempo é nosso maior aliado e que estratégias de B&H são realmente eficientes? Entendo que sim.

As informações exibidas podem ser obtidas no site da B3:
http://www.bmfbovespa.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A828D295048C0EF015139C5CB176684

Mas, conforme exposto anteriormente, o investidor brasileiro se sente mais confortável com investimentos em Renda Fixa por contar com rendimentos expressivos (se comparado com o resto do mundo), com baixíssimo risco, simplicidade e por ser uma opção bem conhecida e de “fácil acesso”.

Então, para efeito de comparação, no mês de março (de 2018), o Tesouro Direto atingiu a marca de 2.050.454 CPFs. Um número expressivo, não? Corresponde à 3x o número de investidores na Bolsa. Até aqui não é tão surpreendente.

Novamente, o público feminino é expressivamente menor. Nem venham me “questionar”, estou apenas compartilhando os números (risos). De qualquer forma, é possível ver que este número vem crescendo rapidamente.

Para ter acesso a todos estes números, acessem o link do Tesouro:
http://www.tesouro.gov.br/pt/balanco-e-estatisticas (veja em “tabelas” – ou o link logo abaixo)
http://www.tesouro.gov.br/documents/10180/639446/Anexo+Balan%C3%A7o+Mar%C3%A7o+2018/e102a55b-45d4-4c65-9d92-17e036bf2248

Isto demonstra a insegurança de boa parte dos investidores em relação a renda variável. Felizmente, esta realidade vem mudando, pois a facilidade de acesso à informação está cada vez maior – e a Internet vem colaborando com isto, claro! Para se ter uma ideia melhor, nos últimos 15 anos, o número de CPFs na Bolsa cresceu mais de 600%. O difícil é conscientizar que a Bolsa não é um cassino, apesar de permitir a especulação direta.

Agora vem a parte mais curiosa…

De maneira geral, o brasileiro costuma ser “averso ao risco”, já que o país conta com uma das maiores taxas de juros do mundo, com baixíssimo risco e proteção de mecanismos como o FGC (Fundo Garantidor de Crédito). É claro que estou falando de investidores, independente do nível de conhecimento e perfil.

Aliás, já comentei em outros artigos que a Bolsa também permite uma posição conservadora – dependerá do seu perfil, experiência e conhecimento.

Infelizmente, o mundo atual é bastante imediatista e a realidade econômica de nosso país faz com que muitas pessoas busquem alternativas de maior ganho em curto espaço de tempo. Pois é, agora junte isto ao volume de informação que circula rapidamente na Internet, e o resultado é uma enxurrada de pessoas sendo enganadas ou aceitando níveis de risco que desconhecem. Quanto maior o retorno, maior o risco. Simples assim!

Sabendo disto, o que explica o número de “investidores” em criptomoedas, em aproximadamente um ano, superar em mais de 2x o número de investidores na Bolsa brasileira? E pasmem, está prestes a atingir o total de investidores em Tesouro Direto – aparentemente, com potencial para ultrapassar ainda em 2018. Se boa parte de população não se sentia a vontade com o mercado de capitais, como pode estar com o mercado de criptomoedas? Parece um pouco incoerente.

Obviamente, não há fontes oficiais quanto ao número de CPFs no mercado de criptomoedas, até porque, fora do universo das exchanges, este vínculo não é obrigatório (e atualmente, não há como ser). Portanto, a avaliação atual é baseada em informações fornecidas por algumas exchanges como a FoxBit ou Mercado Bitcoin. Ainda assim, não encontrei uma estatística exata em nenhuma delas. Então, de acordo com uma matéria do Estadão, publicada em fevereiro deste ano, o número de CPFs registrados nas principais exchanges era de aproximadamente 1.400.000 (1.4 milhão) no Brasil.

É inegável que, nos últimos anos, o crescimento de investidores brasileiros tem sido expressivo e vem despertando o interesse do público feminino (costuma ser menor) também. Por um lado pode representar maior conscientização da população, proporcionando um horizonte de vida cada vez melhor. É um ponto positivo.

Infelizmente, avaliando o “outro lado da moeda” (risos), a realidade brasileira cobiça o pequeno investidor assumir uma posição quase exclusiva de especulador (para não dizer apostador). É aí que mora o perigo.

Não sou dono da verdade, mas a minha opinião é que muitos brasileiros estão apostando demasiadamente no mercado de criptomoedas, com pouco ou nenhum embasamento – simplesmente, na esperança de estar diante de uma grande revolução, capaz de oferecer uma reserva de valor sólida (é difícil). Particularmente, não compartilho desta visão e no meu entendimento não terminará bem para a grande maioria. Ao contrário do que muitos imaginam, os requisitos para sobreviver neste mercado não são muito diferentes do mercado de capitais – se não for maior.

A evolução destes números, em relação ao perfil do investidor brasileiro, parece desencontrada.

Portanto, independente de sua visão… não seja torcedor, saiba o que está fazendo.