Este é um assunto difícil e delicado de discutir. Por questões culturais, a primeira dificuldade está no fato de que a Educação Financeira é pouco conhecida (ou abordada) pelos brasileiros. Felizmente, isto vem mudando (lentamente), e a Internet vem “contribuindo positivamente”.
Muitos brasileiros encaram o endividamento como algo perfeitamente aceitável. Infelizmente, não é. Aliás, o crescimento econômico só é possível controlando gastos. A vida de muitos brasileiros costuma ser castigada justamente por negar isto. Outro exemplo, muito pertinente, é a profunda recessão econômica vivenciada pelo país – fruto de um governo extremamente gastador.
Lidar com endividamento (seja qual for) como algo cotidiano é perigoso e tende castigar no primeiro deslize.
Lembre-se que o processo enriquecimento mais eficiente é baseado em quatro pilares: “estudar, poupar, trabalhar e investir“. Ninguém enriquece gastando cada vez mais. 😉
Quando participo de discussões sobre cartão de crédito (por exemplo), dificilmente consigo desenvolver um raciocínio lógico até o final (não deixam… risos). Muitas vezes a discussão é inútil, principalmente quando as demais pessoas estão argumentando em tom de “autodefesa”. É um tema muito complicado. O controle financeiro envolve muito mais que fazer malabarismos para que as parcelas sempre caibam no orçamento. Não ter parcelas em atraso é apenas o requisito mínimo para não se afundar em dívidas pesadíssimas. Quem trabalha com cartão frequentemente, também consome alavancado frequentemente.
Antes de investir, livre-se das dívidas!
Para ter sucesso (ou chance) como investidor, alguns hábitos precisam ser “ajustados”.
Ao invés de parcelar uma viagem (ou consumir desesperadamente até acumular milhas), por exemplo, faça um planejamento baseando-se em um investimento de médio prazo. Com certa frequência, escuto o seguinte: “ahhh, mas ninguém faz isto“. E, de certa forma, não deixa de ser “verdade” – conforme exposto no início, princípios sobre educação financeira não são comuns na cultura brasileira. Cabe a você romper esta barreira.
Confiram os principais erros que impedem a evolução econômica de inúmeras pessoas:
Você sabe o que, de fato, é a inflação e suas principais causas?
Para dar uma ideia inicial (menos técnica), este vídeo, do Canal do Otário, pode ser interessante:
https://www.youtube.com/watch?v=FBeH1rfcOu4
O vídeo acima dá uma ideia inicial, mas segue uma visão muito simplista e peca um pouco na definição técnica, bem como no processo de desenvolvimento. O Brasil está vivenciando um momento delicado para a economia e muitos brasileiros não compreendem claramente como foi que chegamos ao ponto atual.
De certa forma, a crise política atual criou uma rivalidade entre “coxinha” (direita) x “mortadela” (esquerda). Discutir sobre este assunto, em especial, seria inútil e improdutivo. Portanto, não prolongarei sobre este assunto pontualmente. Não importa a sua visão politica, o fato é que o governo, “na tentativa de diminuir a desigualdade social” (é um tanto relativo), criou (burramente) um grave problema no sistema econômico brasileiro. Foi uma sucessão de erros graves.
Para compreender a participação do governo no processo de desenvolvimento da inflação, sugiro que assistam este vídeo:
O video acima é mais técnico e bastante esclarecedor. Mas, a visão que ele passa sobre os Bancos Centrais (de que não deveriam existir) é bastante questionável e, neste caso, achei muito simplista também.
Para finalizar, compartilharei outro vídeo que aborda tecnicamente o processo de inflação.
Há poucas semanas, comecei a selecionar alguns vídeos que tratam como analisar o balanço de uma empresa, com toda teoria e prática envolvida. Mas, não publiquei ainda por falta de tempo e porque resolvi priorizar e produzir outros conteúdos de maior “relevância no mês”, como o IRPF (postagem anterior).
O texto, a seguir, foi extraído da fanpage do Bastter e servirá como base para acompanhar o que será tratado nos vídeos que selecionei e, em breve, compartilharei também.
Porque empresas podem fazer dívidas, e você não?
– Para compreender as diferenças, é importante conhecer os conceitos: ATIVOS: Bens e direitos em seu poder que podem trazer benefícios futuros; BENS: Ativos em seu poder (normalmente são ativos); DESPESAS: Desembolsos e pagamentos (implica normalmente em diminuição dos bens, dos ativos); DIREITOS: Bens seus em poder de terceiros; OBRIGAÇÕES: Bens de terceiros em seu poder; PASSIVOS: Obrigações que deverão ser liquidadas no futuro com desembolso de ativos; RECEITAS: Recebimentos (implica normalmente em aumento dos bens, dos ativos); PATRIMÔNIO LIQUIDO: ATIVOS – PASSIVOS (subtração).
– Quando uma pessoa física faz uma dívida para comprar um BEM, muitas vezes é um PASSIVO que vai trazer mais DESPESAS. Exemplo: Carro. Trará mais despesas e perda de capital, pois o carro perde valor com o tempo. Neste caso, as despesas serão crescentes, impondo também custos de manutenção.
– Quando uma empresa faz uma dívida para comprar um BEM, muitas vezes é um ATIVO que trará mais RECEITAS. Exemplo: Uma máquina. A máquina aumentará a produção da empresa e trará receitas suficientes para pagar a dívida e ainda sobrar uma quantidade que aumentará os lucros.
Logo, é possível concluir que:
1. A DÍVIDA de uma pessoa física não produz ATIVOS que compensem o aumento dos PASSIVOS, levando a perda de PATRIMÔNIO.
2. A DÍVIDA de uma empresa tende a produzir ATIVOS que compensem o aumento dos PASSIVOS, levando a aumento do PATRIMÔNIO LÍQUIDO, se a gestão for boa e a divida equilibrada (com baixa alavancagem).
Portanto, só compre o que você precisa, com o dinheiro que você tem. Não é gastar muito que te faz rico, é ser rico que te permite gastar muito. O sucesso depende de estudo, trabalho e poupança. Não existe atalho.
Diante dos últimos acontecimentos, acho interessante que você, investidor ou simpatizante do site, reflita sobre as implicações do que vem acontecendo no país, até para compreender o impacto disto sobre sua vida e investimentos.
O comentário independe de visão política – não importa se é de esquerda ou de direita, muito menos se você apoia ou não a conduta do governo do PT. Mas, compartilharei a visão que tenho sobre os acontecimentos e preocupações com o futuro econômico, algo que afeta diretamente o cotidiano de cada cidadão brasileiro.
Para quem lida com investimentos a mais tempo ou se mantém informado sofre os acontecimentos econômicos, o que vem acontecendo atualmente não é novidade e nem surpreende tanto. E também não exagero ao dizer: “tudo isto era esperado”. Mesmo assim, confesso que o resultado tem superado minhas expectativas – assusta um pouco.
Antes da reeleição da presidente Dilma, a Empiricus compartilhou uma tese, conhecida como “O Fim do Brasil”. Naquela época, 9 alertas foram levantados, e concretizados pouco tempo depois. Os argumentos foram fundamentados em fatos e resultados econômicos. Foi perceptível que a empresa também estava fazendo um trabalho de marketing para atrair novos assinantes (algo normal), mas a precisão dos números colocados assustava. É preciso reconhecer: a análise foi muito bem feita, com forte embasamento econômico e matemático. Não foi por acaso que eles acertaram todos os alertas. Tentei encontrar elementos que refutassem aqueles números, mas não consegui. Portanto, não é uma questão ideológica ou de visão política.
No momento em que o alerta aconteceu, o país já estava fora dos eixos e a um passo de entrar em colapso econômico. O processo de estagflação já havia começado e quem acompanhava o cenário econômico sabia disto. Ou seja, medidas emergenciais deveriam ser tomadas muito antes. Mas, existia um “probleminha”. Não era interessante reconhecer uma crise financeira na entrada em ano de eleições, pois afetaria o resultado nas urnas. Óbvio, não?
Não sei quantos de vocês recordam, no debate com o candidato Aécio, a presidente afirmou categoricamente que a inflação estava sob controle e não existia razão para preocupação. Afirmou o mesmo sobre o índice de desemprego. Minha lembrança disto é clara porque fiquei estarrecido com o cinismo da afirmação. Em menos de uma semana, depois de reeleita, o governo elevou a taxa Selic como “medida de controle da inflação”. Vocês acreditam que a PRESIDENTE não sabia disto? Impossível.
Já esperávamos pela elevação da taxa de juros, aumento do índice de desemprego e também a queda da capacidade produtiva do país (PIB negativo). Estamos oficialmente vivenciando um período de estagflação: inflação alta e PIB negativo. Ao contrário do que muitos imaginam, isto vem evoluindo desde o segundo mandato do governo Lula. O que está acontecendo não é uma culpa exclusiva da presidente Dilma. Aliás, agora ela sabe muito bem o significado de “herança maldita”. Infelizmente, para complicar um pouco mais, a crise econômica mundial também respingou por aqui.
Muita coisa aconteceu. Talvez por populismo, afirmando que o país estava finalmente livre do FMI, o governo do PT preferiu quitar a dívida externa – que apresentava juros menores – e terminou por elevar a interna, a juros muito maiores. Atualmente o país precisa lidar com uma dívida que está se tornando impagável (alguns trilhões) e com um governo extremamente gastador. O descontrole é tanto, que a nova tese da Empíricus se chama “O Calote”.
E o que isto tem a ver com cada um de nós? Muita coisa, pois afeta nossas vidas diretamente.
Para o investidor, é um excelente termômetro que auxiliará na seleção do investimento “ideal” para direcionar os próximos aportes ou extrair o melhor de alguns dos seus investimentos. Ou seja, é uma oportunidade rara para quem conta com recurso financeiro suficiente para lidar com a crise sem muito sofrimento e ainda lucrar com ela no futuro.
Também facilita a compreensão do movimento do mercado financeiro. Esta semana – primeira do mês de março (2016) – encerrou com a queda do dólar e alta expressiva do índice Ibovespa. Não foi por acaso. O mercado reage com a expectativa de ganho futuro. A ação da Polícia Federal (PF) fez com que o mercado acreditasse que o cenário político e econômico sofrerá mudanças, “saindo” da inércia em que se encontra. A expectativa estava muito negativa, basta ver como os ativos de renda variável vinham sendo fortemente castigados. Por este motivo, os investidores que já possuíam ativos de empresas sólidas foram surpreendidos pela “alta inesperada” desta semana (foi surpreendente).
Até então, a única certeza que se tinha é que o governo não estava atuando de forma eficiente para controlar a inflação e nem os gastos públicos. Muito pelo contrário. A tentativa do ajuste fiscal tem sido frustrante e a intenção do governo em incentivar o crédito novamente tende a aumentar ainda mais o descontrole inflacionário. O aumento da taxa de juros, por exemplo, é uma ferramenta utilizada para reduzir o consumo interno e, com isto, frear a inflação. Mas, para acalmar os ânimos e incentivar o crédito, o governo tem estudado uma possível redução da taxa de juros. Sendo assim, o mercado já “sabia”, dentro deste contexto, o que esperar do ano de 2016. Por isto os resultados eram tão negativos. A ação da PF fez surgir uma grande expectativa de mudança, mesmo sem saber se o efeito será favorável ou não.
Para o investidor, continuo acreditando que o momento ainda pede cautela. Não sabemos qual será o desfecho. O que esperar se, nas próximas semanas, este movimento perder força e não houver sustentação? É simples e não precisa ser vidente para saber: “o dólar volta a subir e o índice Ibovespa desce ladeira abaixo”. Conforme exposto, significaria a manutenção de medidas já conhecidas e indesejadas. Para quem se posicionou no início do ano, o momento é excelente. Mas, quem estiver comprando ações agora, está assumindo um risco relativamente maior.
Não se iluda em acreditar que isto afeta apenas investidores. Na realidade, muitos até se beneficiam (aumentando suas posições), mas toda a sociedade é castigada e paga por isto de alguma forma. As crises são cíclicas e a duração de cada uma depende de medidas acertadas.
Com a inflação em descontrole, o poder aquisitivo do cidadão acaba sendo comprometido. Por mais incrível que pareça, é justamente a população mais carente que sente, com maior intensidade, os efeitos da crise. Até que surja uma mudança mais efetiva, tende a piorar gradualmente. A renda do cidadão e o auxílio do governo não acompanham a evolução da taxa de juros ou inflação. O índice de endividamento do brasileiro vem crescendo e isto gera inúmeras consequências. O mercado, por se sentir mais exposto, introduz critérios e limites de crédito mais rígidos, diminuindo ainda mais o poder aquisitivo de uma grande parcela da população. As altas taxas de juros são excelentes para investidores, mas acabam com a tranquilidade de devedores (pessoa física).
O momento não está para brincadeira.
Sei que é difícil afastar a visão política ou ideológica do assunto. Seja como for, não faz a menor diferença. Não é a sua ou a minha visão política que muda a realidade dos fatos. O que foi exposto se atém apenas em causa e consequência. Sabendo disto, não vejo espaço para apoiar.
Infelizmente, as projeções deste ano continuam negativas… piores, diga-se de passagem!
Tudo indica que passaremos por um ano ainda mais complicado que o anterior; 2016 promete. A visão do Felipe Miranda pode parecer um pouco exagerada, mas é bastante realista. Aliás, o índice de acerto de suas análises impressiona bastante – tenho acompanhado faz algum tempo.
Volto a afirmar que o momento é “oportuno para investidores conscientes“, mas também “muito delicado para quem estiver endividado“. Não façam novas dívidas ou procurem quitá-las o quanto antes.