Resultado do mês de agosto (2017)

Não sei se o meu ritmo de vida anda muito acelerado ou se o ano está realmente voando (risos). Enfim, vamos aos resultados do mês de agosto… Assunto não faltará (risos)!

Para “variar um pouco”, o cenário político-econômico continua deveras turbulento. Como o número de acontecimentos foi significativamente maior, farei uma segmentação do assunto focando nos mais relevantes e pertinentes, dando maior enfase ao cenário interno. No entanto, vale lembrar que a crise econômica e social da Venezuela continua chamando a atenção e já está respingando por aqui – mais de 6,4 mil venezuelanos solicitaram refúgio no Brasil. E, na última semana do mês, o Estado do Texas foi castigado pela tempestade Harvey, que está se tornando o desastre natural mais caro da história dos Estados Unidos. Pessoalmente, considero que o mês foi produtivo e recompensador. Por sorte, não precisei lidar com grandes imprevistos financeiros e pude contar com um volume financeiro maior, superando a minha expectativa. O resultado dos investimentos foi excelente.

Inúmeros acontecimentos sacudiram o país, principalmente nesta última semana:

A rejeição da denúncia de corrupção contra o atual presidente gerou bastante polêmica e indignação. Segundo o site Globo: “Livrou Temer de responder no Supremo Tribunal Federal (STF) ao processo que, se instalado, provocaria o afastamento do presidente por até 180 dias. Agora, Temer responderá no STF somente após a conclusão do mandato, em 31 de dezembro de 2018“. Há poucas semanas, compartilhei minha opinião sobre o assunto.

O governo também andou flertando com a possibilidade de elevar a alíquota do Imposto de Renda e taxar dividendos. É evidente que a notícia foi mal recebida pelo mercado, gerando bastante estresse. Pouco tempo depois, o governo negou enviar qualquer proposta de aumento de IR para o Congresso, porém anunciou o interesse em antecipar a tributação de Fundos Exclusivos de Investimentos. Menos mal, pois, de acordo com a realidade brasileira (o país está entre os primeiros com maior taxa de juro real do mundo), taxar dividendos seria um enorme desestímulo para investimentos de “alto risco” – prejudicaria, inclusive, o mercado imobiliário.

Por incrível que pareça, apesar de todas as dificuldades, o país começou apresentar sinais de recuperação econômica. O índice de desemprego “começou recuar”, o PIB registrou alta de 0,2% no segundo trimestre de 2017 e a balança comercial apresentou saldo recorde. Após a liberação do saque do FGTS, a Poupança registrou a maior entrada de depósitos em três anos. O governo também apresentou um pacote de privatizações que foi muito bem recebido pelo mercado, gerando uma expectativa ainda mais otimista.

Foi anunciado o interesse em 57 novas privatizações, dentre elas Eletrobras, Casa da Moeda e aeroportos:

Ainda assim, é um resultado modesto e existe um longo caminho a ser percorrido. Até pouco tempo, estávamos em recessão técnica – Interromper o ciclo recessivo foi uma grande vitória. Infelizmente, o governo não tem feito muito bem o seu dever de casa, pois precisou ampliar a meta fiscal para um déficit de R$ 159 bilhões.

Aproveitando o ensejo, ao contrário do que muitos imaginam, a trajetória do rombo da previdência continua crescente e vem apresentando números cada vez mais alarmantes: já consome sete vezes mais que a Saúde. Acredite, a reforma da previdência não é uma mera “opção”.

Aliás, se você almeja uma aposentadoria tranquila e digna no futuro, construa você mesmo sua previdência. Para o nosso próprio bem, não podemos depender exclusivamente do Governo.

As criptomoedas, como bitcoins, têm causado certo barulho. A Empiricus, ao perceber que pode lucrar ainda mais com este nicho de mercado, resolveu incluir Fernando Ulrich ao time – aliás, está ficando irritante, pois não há um relatório ou texto que não façam menção sobre o assunto. Cuidado, o entendimento de lucro pode ser bastante relativo e pessoal. O ganho é real quando a “representação de valor se mantém ascendente, sólida e estável” ou após a “realização de lucro“. Sei que não é tão simples. Mas, em relação ao primeiro quesito, não é algo que se vê na maioria das criptomoedas. Enquanto presenciamos, durante crises financeiras, o dólar oscilar até R$ 2,00, no bitcoin as oscilações superam R$ 5.000,00 sem muita dificuldade. Isto não inspira confiança ou estabilidade. E, a promessa atual, segundo a maior mineradora do mundo (bitmain), é que em 5 anos o bitcoin chegará a US$ 100.000,00 (vidência, quem sabe? risos). Existem muitas dúvidas. Quanto a quebra de paradigma que costumam afirmar, saibam que a cobrança de impostos e burocracia existente atualmente não é uma questão tecnológica, mas sim uma imposição dos governos (dificilmente mudará). Nada impede tentar explorar o momento, porém sejam cautelosos. Muitas vezes, ganha-se MUITO antes de perder TUDO (sim, experiência própria). Particularmente, tenho outras prioridades e não quero incorrer nos mesmos erros do passado (a ganância derruba qualquer pessoa).

No início do mês, não resisti e, com um lucro de R$ 1.303,42, encerrei a operação com as opções de Petrobras e Banco do Brasil (92% em PETRH42 e 89% em BBASH58). As incertezas envolvendo o governo Temer me causaram desconforto e preferi encerrar a operação antecipadamente, sem exercer o direito. Pois é, infelizmente não foi dado ao ser humano o poder da vidência e ninguém me avisou que poderia lucrar 3x mais (risos).

Não estava muito satisfeito com alguns ativos da carteira de renda variável e fiz um pequeno ajuste. Além das opções, após analisar vantagens e desvantagens, também encerrei as posições em FVBI11 e EDGA11 (encerrei AGRO3 no mês passado) – existem ativos melhores disponíveis no mercado. Em seguida, Incluí GGRC11 e HYPE3.

Quanto aos investimentos…

Recebi proventos de BBAS3, BBSE3, ITUB3, ITSA3, GRND3, BRCR11 (0,374%), FCFL11 (0,499%), PQDP11 (0,512%), KNRI11 (0,606%), RNGO11 (0,607%), SAAG11 (0,667%), FVBI11 (0,421%), MXRF11 (0,640%), KNCR11 (0,672%), HGRE11 (0,660%) e FIGS11 (1,037%). O desempenho dos FIIs continua fraco (não mudou muito). O mercado de imóveis está passando por um momento delicado, mas, ao mesmo tempo, abre uma janela de oportunidade interessante. Por entender que a relação risco x retorno tem sido desfavorável,  coloquei um ponto final na “novela EDGA11” – encerrei minha posição, aproveitando para reforçar em HGRE11. O rendimento mensal da carteira foi muito bom, reforçado com o pagamento de dividendos e JCP de BBAS3, BBSE3, ITUB3, ITSA3 e GRND3 (reforço atípico de aproximadamente R$ 800,00).

Com o rendimento da própria carteira, somado ao capital que me prontifico separar para investir mensalmente, comprei mais ações ou cotas de GRND3, BBSE3, HYPE3, BRCR11, KNRI11, SAAG11, MXRF11, HGRE11, FIGS11 e GGRC11. O aporte mais expressivo foi para o fundo HGRE11 e o menor para ações HYPE3. Nos demais, a distribuição foi equilibrada. O número de operações foi maior porque, além do ajuste da carteira (com a venda de EDGA11 e FVBI11), também pude contar com um volume financeiro maior, referente ao “lucro da operação com opções somado ao rendimento da carteira e aporte mensal“.

Como o desempenho do fundo Macro Multimercado LP tem demonstrado maior eficiência, resolvi fazer outro pequeno aporte (mantendo baixa prioridade). A minha opinião sobre a relação risco x retorno está mudando, mas continuarei atento. A volatilidade permanece alta!”

Confiram a distribuição dos ativos, segundo o portal CEI (NÃO inclui o Fundo DI ou Multimercado):

A composição atual ficou assim (gráfico do IrpfBolsa):

Vale lembrar que o gráfico acima representa uma distribuição baseada no custo de aquisição, não no valor de mercado“.

Ainda é cedo para dissertar sobre a trajetória do mercado, porém o otimismo está prevalecendo – com o índice Ibovespa rompendo a “barreira” de 71 mil pontos (menos de 3 mil pontos para alcançar a máxima histórica). Continuo satisfeito com a composição da carteira e a performance final continua excelente. Conforme exposto anteriormente, algumas modificações na carteira foram feitas para eliminar o desconforto com alguns ativos. Vale ressaltar que é importante ter consciência que, no curto prazo, oscilações são naturais e esperadas (com movimentos de repique, por exemplo).

Estou apenas demonstrando o potencial de crescimento, isto não é recomendação de investimento.

PIB: Crescimento de 0,5 %

O resultado ainda é modesto… mas, eis que surge uma luz no fim do túnel! 😉

Segundo a ADVFN: “O índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), utilizado pelo mercado como uma prévia do PIB, registrou alta de 0,5% em junho, acima da expectativa dos economistas. No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado, o índice registra queda de 0,56%. Em 12 meses, o tombo é maior, de 2,03%”.

Leiam, na íntegra, a matéria:
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/08/17/previa-do-pib-no-segundo-trimestre-banco-central.htm

Contas digitais: A batalha

Ontem, um colega de trabalho comentou ter assistido um vídeo que faz uma comparação interessante sobre 7 conta digitais. Também achei interessante e resolvi compartilhar.

Eu tenho ContaSuper (agora SuperDigital), mas o que me levou escolhê-la foi a busca por um cartão pré-pago internacional, flexível e bastante seguro. É possível, por exemplo, carregar o cartão virtual com o valor desejado no momento exato da compra – o saldo disponível para o cartão virtual é separado. Gostei do serviço e recursos disponíveis. De qualquer forma, não estava buscando uma conta digital. E, ao contrário do que foi dito no vídeo, eles fornecem cartão de crédito sim (pré-pago, claro)“.

Economia x política: Câmara rejeita denúncia contra Temer

O resultado da votação desta quarta-feira causou bastante discussão e indignação. Mas, antes de compartilhar minha opinião, gostaria de fazer uma breve reflexão sobre a relação existente entre economia e cenário político. Pessoalmente, fico receoso com a crescente linha de pensamento de que todos os partidos ou políticos são iguais, não importando quem está no poder. Não é bem assim. Aliás, é um pensamento perigoso. Também não desejo a absolvição gratuita do atual presidente – ele deve responder por seus atos. No entanto, prefiro que o processo ocorra da forma menos traumática para o país.

Vale lembrar que, até pouco tempo, estávamos em recessão técnica.

Por apresentar inúmeras medidas impopulares e por ser citado recentemente na operação Lava Jato, o índice de rejeição do atual presidente (Temer) tem sido crescente. Não é para menos. Mas, será que afastá-lo agora é a melhor alternativa? Particularmente, entendo que não. Qualquer tumulto neste momento não trás benefícios (pelo contrário), visto que estão surgindo os primeiros sinais de recuperação econômica, resta pouco mais de um ano para as eleições presidenciais e existem outras investigações “emperradas”. Nesta semana, por exemplo, o ex-presidente Lula (já condenado) fez discurso sobre a legitimidade do atual governo e índice de desemprego. Complicado!

Não é novidade que as reformas propostas castigam grande parte da população.
Infelizmente, elas são necessárias!

Normalmente, para evitar uma visibilidade negativa acentuada (característica populista), é comum fugir de medidas que exijam “sacrifício coletivo”. Trata-se de uma forma de ganhar alguns pontinhos com a população, mesmo que sejamos sacrificados no futuro. Sempre que possível, é preferível fingir que o problema não existe, esconder a sujeira debaixo do tapete e torcer para que apareça apenas na administração seguinte. Cedo ou tarde, perde-se o controle.

Para refrescar a memória:

A questão não está na disputa presidencial ou no debate em si, mas na conduta populista do partido e da ex-presidente Dilma. O meu objetivo, com o vídeo anterior, foi demonstrar o preço que pagamos por desprezar deficiências conhecidas, permitindo potencializar a evolução do problema. Medidas impopulares se tornam praticamente imperativas quando a evolução de uma crise (como a que passamos) entra em descontrole.

Apesar da trajetória clara de estagflação, a ex-presidente, além de negar o problema, conseguiu apresentar números “comprovando o contrário“. Assumir o problema representaria mais munição para os adversários na disputa presidencial. Pois é, mas a matemática é uma ciência exata e impiedosa. Se as despesas superam as receitas frequentemente, cedo ou tarde a fonte seca. A conta chega de um jeito ou de outro. Ironicamente, na semana seguinte, depois de reeleita, o governo anunciou a revisão da taxa Selic para controlar a inflação.

O governo do PT alegava que a inflação e o índice de desemprego estavam sob controle! Ops… 😉

Cenário político econômico

Você pode pensar: “Ahhh, mas todos os partidos ou governantes são iguais“.
Será mesmo?

O ex-presidente FHC, por defender privatizações e evitar a falência de inúmeros Bancos, costuma ser questionado frequentemente. Tentam fazer parecer que não governou para o “povo”. Mas, goste ou não, foi no governo dele que a economia entrou nos eixos. Tanto é verdade que seus sucessores (Lula e Dilma) puderam ampliar os programas sociais e cometer atrocidades financeiras por tantos anos seguidos. Como teriam feito tudo isto sem recurso disponível (sobrando)? E porque (ou como) os recursos se esvaíram? No próximo vídeo, é possível conferir algumas razões.

É fácil prometer a manutenção de benefícios sociais para garantir votos, porém a disponibilidade dos recursos financeiros – que financiam estes programas – não se sustenta na base de promessas“.

Gastou-se como se não houvesse amanhã… Confiram alguns números:

Dentre várias razões, tudo isto permitiu certo grau de previsibilidade da crise que estava por vir.

Alguns indicadores econômicos deram sinais de alerta ao apresentar o aumento dos índices de desemprego, inflação, dívida interna e retração do PIB. No entanto, além de não demonstrar propostas efetivas para combater o resultado negativo, a conduta do governo se manteve inalterada – gastando mais do que arrecadava e destinando o dinheiro do contribuinte inadequadamente. Ao negar os indicadores, o governo não se mostrou propenso em atacar o problema.

Levantar a bandeira anti-privatização pode até soar bonito inicialmente, mas vejam como pode ser incoerente…

Diante de uma sucessão de “erros”, depenaram a Petrobras sem dó. Em 2010, a dívida líquida da empresa estava em 60 bilhões e lucro líquido de R$ 35 bilhões. Bastou apenas 5 anos para a dívida pular para R$ 391 bilhões, com lucro líquido negativo em R$ 35 bilhões. Mesmo com dívida crescente, a empresa continuou patrocinando a produção de filmes e ainda sofreu controle de preços quando os preços do petróleo internacional dispararam – apenas com este controle, as perdas acumuladas atingiram o incrível patamar de 56,5 bilhões de dólares em outubro de 2014. Na iniciativa privada, quem em sã consciência faria isto? Ninguém, claro!

Em relação ao controle de preços, o mesmo aconteceu com a tarifa de energia:
https://oglobo.globo.com/opiniao/a-ilusao-do-controle-de-precos-16241142

Com os Correios não foi muito diferente também. Segundo o site Extra da Globo, “A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) fechou 2016, pelo segundo ano consecutivo, com prejuízo em torno de R$ 2 bilhões. Para remediar a mais grave crise de sua história, o Correios apostou, entre outras medidas, num Programa de Demissões Voluntárias (PDV)”. O quadro de pessoal, naquela data, chegou a 117 mil funcionários, e cálculos da empresa mostravam que até 14 mil se enquadram nos critérios exigidos pelo plano.

Como se não bastasse, o mais irônico é ver indivíduos da classe média contrários a privatização, mas não percebem que pagam dobrado por serviços essenciais. Basta ver que é considerado insano não contratar um plano de saúde particular (mesmo “contando” com o SUS), plano de previdência privada (apesar da contribuição obrigatória do INSS), seguro de carro (mesmo pagando o DPVAT) e ainda se sentem extremamente felizes em pagar pedágio para contar com estradas de qualidade. Nem Freud explica (risos)“.

Exemplos não faltam. E vejam que nem falei sobre os fundos de pensão! 😉

Resumindo, o impeachment da presidentA Dilma foi importante para o país. Apesar de tantas incertezas, a troca de governo representava a quebra de um ciclo extremamente danoso. O atual presidentO (risos) formou uma equipe econômica eficiente e tomou medidas duras (ainda que insuficientes) para combater a crise, propondo reformas importantes. Os “primeiros sinais” de recuperação estão surgindo neste semestre. A situação do país ainda é delicada, basta ver a escassez de recursos de alguns Estados como RJ e RS.

Sendo assim, acredito que o afastamento do presidente Temer causaria ainda mais tumulto, abalando na continuidade do trabalho executado até então e prejudicando no combate à crise. Não se engane, a situação do país ainda é delicada e está apenas sob controle. Isto não significa abandonar as investigações. Ninguém deseja isto. As responsabilidades devem ser apuradas e, se condenado, que seja enquadrado dentro dos critérios da lei.