Dinheiro traz felicidade?

Como mantenho um blog que trata sobre investimentos e educação financeira, muitas vezes sou questionado sobre este assunto: “dinheiro x felicidade“. É um tema que costuma ser bastante controverso e não existe uma verdade única, pois envolve questões pessoais, experiência adquirida e filosofia de vida. Sendo assim, compartilharei uma visão pessoal e farei algumas ponderações sobre aspectos que costumam influenciar neste entendimento.

É evidente que farei ponderações com base em educação financeira.

Conforme exposto em outras oportunidades: “O entendimento de riqueza não é igual para todos, então não se preocupe tanto com isto. O dinheiro perde valor quando *não* se tem liberdade, saúde e pessoas com quem partilhar“. Isto não quer dizer que dinheiro não seja importante. Pelo contrário, ele influencia diretamente sobre nossa qualidade de vida. Mas, não deve ser colocado à frente da família, ética, honestidade ou moral.

Como qualquer coisa na vida, “o segredo está no equilíbrio“.

O vídeo acima é interessante. Pessoalmente, acho impossível negar que existe uma ligação íntima entre dinheiro e felicidade.

Inúmeros pesquisadores costumam afirmar que dinheiro não traz felicidade. Neste momento, você deve estar se perguntando quanto ganham estes pesquisadores (risos). Aliás, a maioria deles conta com um padrão de vida estável ou acima da média. “Assim, fica confortável afirmar que dinheiro não traz felicidade”.

Infelizmente, muitos brasileiros vivem e trabalham apenas para pagar contas. O “sistema” atual e a falta de conhecimento sobre educação financeira induz acreditar que não existe alternativa. Não é verdade. Quando escrevo sobre enriquecimento financeiro, o objetivo consiste na conquista da independência financeira, maior tranquilidade e conforto – ou seja, qualidade de vida e liberdade. Não me refiro a simples aquisição de bens.

Atualmente, existe uma linha de pensamento que induz acreditar que o ideal seja “buscar a felicidade plena”, alocando todos os recursos disponíveis no presente, pois o futuro é incerto e a vida breve. É um pensamento perigoso. No papel tudo é lindo e perfeito – algumas pessoas gritariam Carpe diem, muitas vezes sem compreender o significado correto. Até a psicologia moderna vem trabalhando seguindo esta linha de pensamento. O interessante é que, ainda assim, o aspecto financeiro prevalece com grande intensidade. Chega ser contraditório, pois, na prática, é uma forma de estimular ainda mais o consumismo, desestimulando o planejamento de longo prazo (como poupança).

É reflexo de uma geração extremamente imediatista e consumista. Mais tarde, a vida costuma cobrar uma conta bastante salgada.

É importante compreender, primeiro, o significado de felicidade. A felicidade é um momento durável de satisfação (emoções e sentimentos), distanciando de fatores que causam sofrimento. Como ninguém tem controle direto sobre isto, a chave está em compreender e aceitar que a vida é feita de momentos de satisfação e sofrimento. A habilidade e a capacidade de lidar com estes momentos – no presente e futuro – vai determinar o grau de felicidade de cada indivíduo (independente do gosto pessoal). Do contrário, o risco de frustração tende ser predominante. Por esta razão, não existe um passo a passo para a conquista da felicidade. O resto é “conversa para boi dormir”.

Todos nós estamos sujeitos a momentos de felicidade ou tristeza, independente do poder aquisitivo. A depressão, por exemplo, pode atingir qualquer pessoa e não escolhe classe social. Mas, não se engane: “O sofrimento será menor para quem conta com recursos financeiros suficientes para arcar com os melhores tratamentos – é um benefício que se estende para toda família“.

Responda, para si mesmo, o que lhe causa maior satisfação (conforto, tranquilidade, bem estar, saúde, educação, segurança e/ou liberdade, por exemplo), mesmo que seja apenas necessidade básica. Em seguida, pense de que maneira você será capaz de conquistar e preservar tudo isto ao longo dos anos. Goste ou não, na maioria das vezes, a falta de dinheiro será um limitador.

Por esta razão, costumo questionar consumismo, defendendo o processo de enriquecimento gradativo.

Em alguns casos, o interesse pelo dinheiro é visto como algo “errado”. Algumas religiões pregam o desapego ao dinheiro ou bens materiais, mas, ao mesmo tempo, dependem do dízimo para se manter. Não estou questionando o dízimo, e sim comparando a importância do dinheiro de forma global.

Li, há pouco tempo, no blog novoinvestidor, o seguinte texto: “Ter dinheiro é algo correto, digno e nobre. Crescimento e prosperidade através de honestidade e integridade são valores desejáveis por qualquer pessoa de bom senso. Dinheiro é apenas um meio de troca. Alimentação, bebida, higiene, assistência médica, hospitalar, odontológica, vestuário são todas necessidades básicas que o ser humano necessita, que só acontecem através do… dinheiro“.

Dinheiro não é garantia de felicidade, mas sua falta, certamente, será garantia de infelicidade! 😉

Nossa história é definida por escolhas que tomamos no presente, sinalizando o que esperar para o futuro. E, apesar do futuro ser uma grande incógnita, é possível mensurar o que “colheremos” em função do que estamos “plantando”.

Ao contrário do que costuma ser dito, alguns acontecimentos são extremamente previsíveis. Nós envelheceremos e, inevitavelmente, perderemos energia e disposição física ao longo dos anos. A juventude ilude, mascarando fragilidades que estão por vir. Não há como escapar disto. Aos 40 anos de idade, já percebo tais diferenças. É fácil ignorar enquanto somos jovens e esbanjamos saúde.

Lembre-se que, ao perder energia e disposição, manter a qualidade de vida será um desafio cada vez maior. Portanto, aproveite a vida da melhor forma possível, sem desperdiçar a chance de se estruturar para contar com uma vida digna e tranquila.

Estude, trabalhe, poupe e invista!

Fazer trades é para poucos!

Li agora pouco, na fanpage do Bastter, uma reflexão – muito boa – sobre a ilusão do investidor amador em viver como trader. E, por realizar pesquisas constantes sobre o assunto (Investimentos e Bolsa de Valores), muitas vezes recebo anúncios de cursos que prometem técnicas matadoras, possibilitando o enriquecimento para quem se dedica e opera com disciplina. É algo realmente tentador. Porém, em função dos erros e acertos que já cometi, sou obrigado a concordar com as colocações do Bastter.

Não encare o trade como uma profissão qualquer. Não é! 😉

Fazer trades em horas vagas ou durante o expediente de trabalho tende lhe prejudicar profissionalmente (perda de eficiência ou produtividade) e levar a perdas financeiras significativas (dedicação insuficiente). Acredite, não é à toa que poucas pessoas sobrevivem na Bolsa.

Houve um período em que tentei realizar alguns trades, sem permitir que minha produtividade fosse afetada (apesar de atrapalhar um pouco), mas não compensou e perdi bastante dinheiro. O irônico é que conferi grandes lucros antes de ser castigado pelo mercado (risos). Acreditem, é complicado “brincar” com trades!

Invistam com consciência.

Rombo na Petrobras: Péssima notícia

Recebi, agora pouco, um e-mail da ADVFN tratando do prejuízo que a Petrobras registrou no terceiro trimestre deste ano. A informação também foi divulgada no jornal Bom dia Brasil.

– De acordo com a ADVFN:

A Petrobras registrou prejuízo líquido de R$ 16,45 bilhões no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 337% em relação ao prejuízo do mesmo período do ano passado. As perdas já se acumulam em R$ 17,33 bilhões nos primeiros nove meses de 2016.

A companhia justificou o péssimo resultado do trimestre com menores vendas de gasolina no mercado interno, menores exportações de derivados, baixa contábil de ativos no valor de R$ 15,7 bilhões, o plano de demissões voluntárias, acordos de ações judiciais contra a empresa nos EUA, a valorização do Real e o preço do petróleo no mercado internacional.

Apesar do prejuízo, a companhia viu um crescimento de 256% no fluxo de caixa livre, para R$ 29,6 bilhões nos primeiros nove meses deste ano (e pelo sexto trimestre consecutivo), com queda de 31% nos investimentos no período.

A parcerias e desinvestimentos já alcançaram 65% da meta do Plano 2015-16, com um valor total de transações já assinadas de US$ 9,8 bilhões.”

A social-democracia no Brasil entrou em colapso

Ontem, ao acessar minha conta pessoal no facebook, recebi um compartilhamento de um artigo muito interessante – do Instituto Ludwig Von Mises Brasil – que trata sobre o impacto e as consequências que a social-democracia vem causando sobre o Brasil.

Alguns artigos do Instituto são bastante polêmicos e nem sempre concordo, mas a análise sobre a social-democracia foi perfeita e está muito bem fundamentada – os números não mentem.

Confiram, na íntegra, o artigo:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2532

Trocando de fundo DI (Impactos): O susto

Conforme exposto em outros artigos, para evitar perdas financeiras significativas, o investidor não deve ficar pulando de galho em galho, na procura rendimentos superiores, pois mensurar os custos e o benefício da troca não é simples. O giro de patrimônio sempre resultará em perdas. Mas, em determinadas situações (merece cautela), pode ser interessante e compartilharei a experiência que tive nesta semana.

Leiam até o fim. Vale à pena.

Expliquei um pouco de minha trajetória, como investidor (até então), quando escrevi o artigo a estratégia. Nele, comentei como comecei (poupança), para depois investir em um fundo DI (mantenho há mais de 10 anos) – onde obtive excelentes resultados. Já a experiência com renda variável é mais “recente” e vem apresentando excelentes resultados também. No decorrer do ano, fiquei estudando a possibilidade de trocar de fundo (no mesmo Banco, com características semelhantes), mas acabei adiando por receio.

Minha intenção era migrar para outro fundo DI com taxa de administração inferior (metade da atual) e rentabilidade superior. De uma maneira geral, o meu objetivo foi melhorar a performance, de longo prazo, deste tipo de aplicação. O meu objetivo não foi buscar uma taxa melhor para um período específico. Como entrei em férias, no início deste mês, resolvi rever minha aplicação.

Entrei em contato com minha gerente para certificar quais seriam os custos envolvidos com o resgate. Eu queria certificar que a perda máxima já estava estimada no extrato do fundo. No meu caso, o custo indicado era pouco significativo. Aliás, a tão temida cobrança do Come-Cotas é uma antecipação do imposto. Então, considerei a perda pequena e perfeitamente aceitável. Mas, antes de pedir o resgate, recorri ao site para consultar as regras previstas para o fundo. Neste momento, descobri um risco que a gerente não me contou…. (risos). No resgate total, o Banco disponibiliza apenas 97% do total líquido (sobre o valor depois da cobrança do IR). Portanto, a perda final é muito maior que a prevista inicialmente.

Quase fiz um péssimo negócio. Mas, no final compensou… confiram! 😉

Avaliei os prós e contras, estimando que, apesar da perda imediata e significativa, o novo fundo permitiria um ganho superior “após o quinto ano”. Nem questionei mais a gerente de minha conta. Logo, optei pelo resgate total, “torcendo” para que a regra dos 97% fosse apenas um critério do passado, não corrigido no site (já que no extrato não aparecia). Foi uma atitude absurda. De qualquer forma, fiz o resgate tendo consciência desta possibilidade e foi o que aconteceu (risos).

Resultado: conferi apenas 97% do total líquido e, logo em seguida, reapliquei no novo fundo.

Depois disto, no mesmo dia, mostrei meu grande feito para meu pai e ouvi algo como: “nossa, eu não teria aceitado uma perda desta“. De imediato, ele rebateu afirmando que eu levaria aproximadamente 5 anos para compensar. Refiz as contas e tentei mostrar que a performance do fundo seria superior após o quinto ano. Por esta razão, não me importei muito. Infelizmente, não é tão simples assim. Não demorou muito e fiquei um pouco desconfortável porque meu pai raramente erra na avaliação. Eu havia aceitado uma perda significativa em um momento de taxa de juros extremamente elevada e que dificilmente será mantida pelos próximos 5 anos. Para evitar tudo isto, eu poderia ter feito um resgate parcial, no valor mínimo necessário para a nova aplicação.

Fiquei com receio de ter feito um péssimo negócio.

No dia seguinte, acessei minha conta para verificar o resultado da arte que fiz. Para minha surpresa, como o dinheiro foi reinvestido, o Banco devolveu a diferença, entregando 100% do total líquido. Fiquei muito mais tranquilo e reinvesti logo em seguida. Confesso que aquilo estava me deixando incomodado.

Conclusão, só não fiz um péssimo negócio porque não tirei o dinheiro do Banco.

Apesar do susto, fiquei contente com o resultado final. No meu caso, o benefício ficou realmente claro (foi vantajoso).

Vale lembrar que, estou fazendo novos aportes, em renda variável, diretamente pela corretora, comprando FIIs e ações. Ainda assim, não pretendo desfazer minha posição no Banco, pois conto com um excelente investimento e inúmeros benefícios (pelo montante investido e perfil de investidor): “sou isento de várias taxas de serviço e posso fazer até 6 TEDs (por mês) sem custo algum, por exemplo”.

Portanto, muito cuidado com recomendações de algumas casas de análise. Por mais que a proposta pareça interessante, é muito complicado mensurar o impacto de uma troca mais radical – alguma perda ocorrerá sempre. No menor vacilo, a perda pode ser gigantesca.