Assisti, agora pouco (no facebook), um vídeo que, baseado em uma matéria norte americana, questiona a compra da casa própria como algo “ultrapassado” e uma atitude de otários – pode parecer ofensivo inicialmente, mas assista o vídeo para entender o contexto. Muito do que foi colocado tem fundamentos concretos e segue a essência da educação financeira. A ideia é interessante, no entanto, discordo da abordagem dada para “compra de uma casa” (opinião pessoal, claro).
Trata-se de uma ideia que vem sendo muito defendida atualmente. Mas, tome cuidado com verdades únicas!
Alguns pontos são facilmente questionáveis…
Concordo que, no início da vida, é complicado fazer um financiamento pesado para adquirir uma casa própria. O ideal é começar focando no processo de enriquecimento, poupando, estudando e investindo. Agora, afirmar que “comprar casa é coisa para otário”, não dá. Não existe uma verdade única, pois muitos fatores exercerão influência no momento da compra e impacto financeiro em nossas vidas. É tão complicado e pessoal que evito discutir este assunto.
Mas, por ser um assunto que vem sendo muito abordado, seguindo uma linha de pensamento repetitiva, vou levantar alguns aspectos que são pouco abordados e julgo importante. Vou questionar alguns pontos e colocarei a minha visão, sem tomar partido (nem poderia)! 😉
É evidente que carro é um passivo. Infelizmente, é um bem que só gera gastos (IPVA, licenciamento, seguro e manutenção, por exemplo) e ainda deprecia MUITO com o tempo. É inevitável. Quanto a isto não há o que discutir. Mas, a avaliação de um imóvel é absurdamente mais complexa. Achei a comparação muito simplista, tendenciosa e nada imparcial.
Um imóvel pode atuar como ativo ou passivo e, diferente de um carro, tende valorizar com tempo (é o mais recorrente). Dependendo de alguns fatores, como localização e valorização da região, em poucos anos, o valor de sua casa pode dobrar. Já presenciei o valor de um imóvel triplicar em aproximadamente 15 anos. O grande problema (limitador) está no custo de aquisição. Mas, até esta avaliação é complicada. É possível, por exemplo, comprar um imóvel para investir e pagar o financiamento com o valor do aluguel. É um artifício que também minimizaria a dificuldade de aquisição da casa própria. Não é muito simples e nunca fiz isto. Estou apenas demonstrando um pouco da complexidade e particularidades existentes. Por esta razão, eu não colocaria a casa como um simples passivo.
Em relação a moradia… É verdade que você pode escolher onde morar, mas a casa não será sua. Simples assim. Quando você abre mão da moradia fixa e opta pelo aluguel, você fica refém de alguns aspectos “desagradáveis”. No ano passado ajudei minha namorada encontrar outro imóvel porque a proprietária, depois de casar, manifestou interesse em ocupar o apartamento. O máximo que conseguimos foi negociar um prazo para devolver o apartamento (risos). É algo chato, desgastante e inesperado, apesar de parecer besteira. Neste caso, está fora de nosso controle e nos obriga passar pelo estresse da mudança, que costuma resultar em mais despesas. Também não podemos descartar outras variáveis, decorrentes da mudança de endereço, como: “valor do próximo aluguel ou distância do local trabalho ou escola dos filhos”. Vale lembrar que também não podemos efetuar reformas sem autorização do proprietário. Seja como for, nem faria muito sentido investir em um patrimônio que não é nosso. Muita gente não se sente confortável com isto.
Você acredita que uma pessoa realmente rica vive com este tipo de preocupação ou limitada aos interesses do proprietário (no caso de reformas)? Duvido muito. Então, generalizar que pessoas ricas moram de aluguel é complicado. É evidente que, em uma fase mais avançada da vida, “algumas pessoas” preferem optar por um apart-hotel luxuoso e bem estruturado a ter que arcar com a manutenção de uma casa muito grande e com poucos moradores. Na verdade, a única certeza é que não existe uma regra que determine a melhor escolha.
Sendo assim, o entendimento sobre o que foi colocado varia de pessoa para pessoa e condições de negociação.
Concordo que devemos focar no processo de enriquecimento o mais cedo possível, concentrando na evolução profissional (buscando aperfeiçoamento e melhor remuneração), no processo de poupança (separando, sistematicamente, parte da renda para investir) e investimentos (para o acúmulo de capital e patrimônio). Para viabilizar tudo isto é fundamental não contrair dívidas. Logo, o peso dado para o pagamento de suas contas não pode ser inferior ao do processo de poupança. Digo isto porque o poder danoso das dívidas (em descontrole) supera facilmente a rentabilidade oferecida pelos investimentos. Sem o devido controle, não é possível ter sucesso como investidor – não gaste além do que ganha. Nada muito diferente do que costuma ser dito pelos principais sites de educação financeira.
Mas, conforme nossos recursos financeiros aumentam, acho interessante planejar a aquisição da casa própria. Existe uma infinidade de possibilidades. Seja como for, em determinado momento da vida, desejamos maior tranquilidade e não é muito agradável ficar a mercê do proprietário. 😉
nao sei nada sobre finanças apenas o basico que sempre nos condicionaram , quero mudar minha vida e me educar financeiramente
Bom dia Sandra, o seu interesse em estudar educação financeira já é um excelente ponto de partida. Tenha certeza de que mudanças de hábito, muito simples, podem mudar sua realidade financeira de forma expressiva. Exercite e mantenha os quatro pilares para o enriquecimento: “estudar, trabalhar, poupar e investir”. Espero que o site lhe ajude neste caminho. O tempo é o seu maior aliado. No início, o processo parece muito lento. Mas, no decorrer dos anos, o efeito tende a potencializar até virar um bola de neve e os benefícios ficam evidentes. A evolução financeira gradativa é o que nos permite evoluir financeiramente mantendo o padrão de vida estável ao longo do processo. É muito gratificante.
Seja muito bem vinda!
Compra casa é para otário?
Não. Sem sombra de dúvida, não. Vamos supor, tudo mundo morando em hotel. Com o passar do tempo a demanda por hotel iria para as nuvens e aí iriamos querer um hotel só para si (a casa própria). Morar de aluguel pode ser muito bom por algum tempo, mas a vida toda não interessante para a maioria das pessoas. Na verdade não há uma regra absoluta, nem para uma pessoa quanto mais para todos. Na vida o importante é ser feliz, evidentemente que viver sem grandes dívidas é uma coisa boa, mas ter uma ou outra dívida (controlada) não é o fim do mundo.
O carro? Ah!? É uma passivo? É! Mas, nos é útil e nos dá prazer, nos proporciona satisfação e isso tem um preço.
Na vida temos de ser parcimoniosos e economizar para garantir uma aposentadoria confortável, mas não deixar de viver para acumular riquezas pela riqueza. Não faz sentido.
Uma pessoa pode ficar rica se não sair para jantar fora de vez em quando, se nunca sair com os amigos, se nunca fizer uma viagem, sem nunca for a uma festa de aniversário, casamento para não ter que dá presente, se nunca convidar amigos para um fim de semana em casa. Mas, e aí? Vale a pena viver assim? Vale a pena viver uma vida miserável para morrer rico? Tenha uma reserva razoável (aí é você quem sabe o que é razoável) e viva a vida, seja feliz. Agora para quem juntar riqueza traz felicidade que busque isso.
Concordo contigo, Moacir!
No entanto, vale lembrar que o segredo está no equilíbrio. Procurem encarar o acúmulo de riqueza como uma forma de conquistar a independência financeira, não apenas a aquisição de bens. O processo é gradativo e recompensador. Eu escrevo sobre o assunto, mas não sou muito ambicioso. O meu objetivo, por exemplo, é conquistar uma renda passiva que me permita maior tranquilidade no médio e longo prazo. Conforme o tempo passa, os sacrifícios diminuem.
Gostei da sua afirmação: “Na vida temos de ser parcimoniosos e economizar para garantir uma aposentadoria confortável, mas não deixar de viver para acumular riquezas pela riqueza”. 😉
Cara não é esse o contexto. Nossa educação familiar (antiga), baseada no sonho americano de “Compre uma Casa e Viva Feliz com sua Família” que nossos pais diziam ficou de certo modo ultrapassado. Hoje em dia tudo é diferente e adquirir dívidas por conta de financiamentos é no mínimo colocar a corda no próprio pescoço. Antigamente as pessoas trabalhavam e tinham uma certa “estabilidade” no emprego, se orgulhavam de ficar 30 ou 40 anos trabalhando na mesma empresa e isso mudou muito. Hoje você está empregado, amanhã pode não estar mais e com dívidas de financiamento você corre o risco de perder o imóvel que comprou, o dinheiro que gastou e não ter como se manter. Se você resolver não financiar e resolver juntar até ter todo o dinheiro do imóvel verá que deixar seu dinheiro investido é muito mais inteligente do que torrá-lo num imóvel , pois, aqueles dividendos que o dinheiro lhe rendia todo mês você não terá mais, além disso, terá uma “Penca” de despesas de seu querido presente adquirido e voltará próximo à estaca zero em suas economias. Portanto, o Post faz essa abordagem para aquelas pessoas que gastam o ‘Possuído” para ter um imóvel, mas é claro que se você tem um valor muito maior do que o valor do imóvel o dinheiro gasto com o mesmo não “balancará” tanto as suas finanças.
Eu acredito que financiar uma casa e/ou um apartamento pode ser uma furada. Eu preferi comprar um lote em condomínio fechado e depois edificar. Paguei 37 mil em um lote de 160m², o valor do m² ficou 231,00. Uma ótima aquisição. Pretendo com 60 mil construir minha casa. Dependendo de onde more e do seu grau de instrução é possível construir uma boa casa gastando pouco. Esta será para moradia. Talvez investir em imóveis não seja tão rentável. Mas passar minha vida pagando aluguel acho loucura.
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