Finalmente, trataremos a codificação do Expert Advisor (robô ou assistente especializado). As etapas tratadas anteriormente foram fundamentais para melhor compreensão e aprendizado da linguagem MQL5. Neste artigo, veremos como codificar um EA e integrá-lo com o indicador implementado anteriormente.
“Vale lembrar que o segredo deste EA está no indicador, não no EA. Logo, é preciso melhorar a eficiência do indicador APF-Color-Base!”
Para agilizar o processo de codificação e reduzir a margem de erros, incluímos as bibliotecas internas CPositionInfo (controle de posição), CTrade (operações de trade) e CSymbolInfo (informações de mercado, referentes ao ativo analisado).
#include <Trade\PositionInfo.mqh>
#include <Trade\Trade.mqh>
#include <Trade\SymbolInfo.mqh>
CPositionInfo m_position; // trade position object
CTrade m_trade; // trading object
CSymbolInfo m_symbol; // symbol info object
Como o robô se orienta pelo indicador APF-Color-Base, precisamos obter a cor da barra através de uma chamada iCustom, no bloco OnInit:
Percebam que a chamada não difere muito dos exemplos que utilizamos no indicador com chamadas iMA e iSAR.
A leitura do sinal (obtenção da cor da barra) foi codificada na função GetSignal.
Mas, para ampliar a segurança das operações, a primeira verificação é referente a tentativa de encerrar operações em aberto (m_trade.PositionClose).
int signal=GetSignal();
if (signal==0 || close_trade) {
if (count_buy>0 || count_sell>0) {
int close_pos=0;
for(int i=PositionsTotal()-1;i>=0;i--)
if(m_position.SelectByIndex(i))
if(m_position.Symbol()==Symbol() && m_position.Magic()==m_magic) {
close_pos=0;
if (signal==0 || close_trade) {
m_trade.PositionClose(m_position.Ticket());
close_pos=1;
}
}
}
return;
}
“A função GetSignal retornará a cor da barra: sendo 0 (branco), 1 (verde/long) e 2 (vermelho/short) – vide indicador!“
Quando count_buy ou count_sell for maior que 0, certamente existirá uma operação em aberto (Long ou Short). Neste caso, a posição será fechada caso GetSignal retorne 0 (a barra mudou de cor – para branco) ou close_trade seja diferente de zero (para forçar o fechamento).
Confiram o código da função GetSignal:
int GetSignal()
{
//--- load buf_color_line
if (CopyBuffer(hAPF,4,0,2,buf_APF) < 0){
Print("CopyBuffer APF error =",GetLastError());
return(0);
}
int vSignal=0;
if ((buf_APF[0]==1 && buf_APF[1]==0) || (count_buy>0 && buf_APF[0]==1 && buf_APF[1]==1)) vSignal=1;
if ((buf_APF[0]==2 && buf_APF[1]==0) || (count_sell>0 && buf_APF[0]==2 && buf_APF[1]==2)) vSignal=2;
return (vSignal);
}
A cor dos dois últimos candles é obtida através da função do MQL5 CopyBuffer: o primeiro parâmetro identifica o handle do indicador (hAPF), o segundo parâmetro a posição do buffer do indicador (4 é o índice que representa buf_color_line – consulte os mapeamentos feitos com SetIndexBuffer), o terceiro a posição inicial (0 – última barra) e o último corresponde ao número de elementos para copiar (2 – duas barras).
“A leitura dos dois últimos candles se faz necessário para comparar uma possível mudança de cor“
Já a abertura de posição foi codificada na função OpenBuy (posição comprada) e OpenSell (posição vendida). Conforme exposto anteriormente, utilizamos a biblioteca CTrade para controlar a abertura de posição (m_trade.PositionOpen):
void OpenBuy(double sl,double tp)
{
sl=m_symbol.NormalizePrice(sl);
tp=m_symbol.NormalizePrice(tp);
int aux_Lots=InpLots;
//--- check volume before OrderSend to avoid "not enough money" error (CTrade)
double check_volume_lot=m_trade.CheckVolume(m_symbol.Name(),aux_Lots,m_symbol.Ask(),ORDER_TYPE_BUY);
if (count_buy>0) return;
if(check_volume_lot!=0.0) {
if(m_trade.PositionOpen(m_symbol.Name(),ORDER_TYPE_BUY,aux_Lots,m_symbol.Ask(),sl,tp,"LONG"))
{
if (trade_maxgain==0) {
count_buy++;
max_trades++;
}
Print("PositionOpen() BUY method executed SUCCESSFULLY. Return code=",m_trade.ResultRetcode(),
" (",m_trade.ResultRetcodeDescription(),")");
PrintResultTrade(m_trade,m_symbol);
// preço confirmado pela corretora
trade_open=m_trade.ResultPrice();
}
...
}
...
//---
}
“Cada ordem será enviada à mercado (ORDER_TYPE_BUY). Sendo assim, logo que o indicador sinalizar a mudança de cor, o robô fará a negociação pelo preço negociado naquele instante!“
Caso tenha ficado alguma dúvida referente a lógica básica de construção de um EA, também recomendo acessar o seguinte vídeo:
“No vídeo anterior, algumas estrategias foram escritas de maneira um pouco diferente (até porque abordou uma codificação em MQL4). Mas a lógica padrão é a mesma.“
Para finalizar a série de artigos sobre a codificação de indicadores no MT5, resolvi compartilhar mais um vídeo explicando as razões que nos levaram modificar o código para abertura de posição simulado pelo indicador.
Quanto maior o número de comparações dos preços do candlestick, menos preciso o algoritmo se mostrava em relação ao “histórico” (quando prev_calculated é igual a 0) e o “testador de estratégia” (a cada negócio) – por incrível que pareça, em um segundo, a estimativa de volume ou a diferença do preço máximo pelo fechamento pode mudar algum critério de decisão.
A única forma de coincidir as comparações históricas com o processamento online (no testador de estratégia ou durante o trade real), é validando os critérios para abertura de posição assim que a nova barra for desenhada e comparar os valores da barra anterior.
“Outro indicador que foi adicionado ao código foi o StdDev (desvio padrão). O objetivo é capturar a volatilidade do mercado – o valor do indicador aumenta na medida em que os preços se distanciam da média apurada (período).”
A variável “i” é o índice que representa cada barra processada. Para que possamos “identificar a barra atual (i)” e “comparar a anterior (i-1)“, podemos incluir outro índice (“k“) que será igual a “i-1” apenas quando a operação não estiver aberta – quando trade_open for igual a 0.
for (int i=start; i < rates_total; i++) {
HighBuf[i]=high[i];
CloseBuf[i]=close[i];
OpenBuf[i]=open[i];
LowBuf[i]=low[i];
...
int k=i;
if (!trade_open) k=i-1;
...
// Identificação da barra
bool CANDLE_0 = (open[k]-close[k] == 0);
bool CANDLE_UP = (close[k]>open[k] && close[k]-open[k]>=1);
bool CANDLE_DOWN = (close[k]=1);
...
O ajuste anterior resolve a questão da comparação da barra anterior, mas precisamos alterar o momento em que as comparações serão liberadas. Este controle é feito pela função isNewBar.
bool isNewBar(const datetime lastbar_time, const int op_type, const int prev_calc)
{
//--- memorize the time of opening of the last bar in the static variable
static datetime last_time=0;
static datetime init_time=0;
datetime init_auxtime=TimeCurrent();
int limit_time=0;
long time_match=0;
limit_time=300;
time_match=(limit_time-(init_auxtime-init_time));
if (time_match<0) time_match=0;
string label_name1="Seconds", label_text="Seconds... "+(string) (long)time_match;
ObjectDelete(0, label_name1);
ObjectCreate(0, label_name1, OBJ_LABEL, 0, 0, 0);
ObjectSetInteger(0,label_name1,OBJPROP_XDISTANCE,ChartGetInteger(0,CHART_WIDTH_IN_PIXELS,0)-100);
ObjectSetInteger(0,label_name1,OBJPROP_YDISTANCE,30);
ObjectSetInteger(0,label_name1,OBJPROP_COLOR,YellowGreen);
ObjectSetString(0,label_name1,OBJPROP_TEXT,label_text);
if (last_time==0 || init_time==0 || last_time!=lastbar_time) {
last_time=lastbar_time;
init_time=init_auxtime;
if (last_time==0) return(false);
if (prev_calc==0 || op_type==1) return(true);
return(false);
}
if (op_type==2 && time_match<=2) return(true);
return(false);
}
Mais um mês que encerra e, se analisarmos friamente, não há muita novidade no cenário político-econômico, onde a imprensa tradicional continua “procurando cabelo em ovo” (como de costume). Desta vez, serei breve em relação aos acontecimentos políticos e focarei nos acontecimentos econômicos. Desta vez, precisei lidar com pequenos imprevistos, mas nada que afetasse minha tranquilidade. Sem muitas delongas vamos aos resultados.
No cenário interno, por incrível que pareça, a má conduta do filho do presidente Bolsonaro, nas redes sociais, tem depreciado a imagem de ambos e também expõe claramente a “rivalidade” entre Olavistas e simpatizantes dos militares. Seja como for, não acho saudável endeusar alguém. Como comentei sobre o assunto em minha fanpage, não pretendo prolongar o assunto aqui.
A reforma da previdência é o assunto que mais chama atenção internamente e vem sofrendo bastante “resistência” da oposição – particularmente, ao contrário do que alguns grupos fazem parecer, entendo que o maior obstáculo está justamente nas camadas mais privilegiadas que não querem perder seus benefícios. Infelizmente, existe um trabalho de desinformação muito forte e não acredito que os conflitos sejam em defesa dos mais pobres (que, como sempre, servem de escudo).
Por outro lado, no cenário externo, quem vem chamando a atenção é a Venezuela. Na última semana do mês, o conflito na Venezuela se intensificou, ficando à beira de uma guerra civil. O grupo aliado ao Governo Maduro grita por “democracia” (parece piada), mas se cala quando carros blindados avançam sobre os manifestantes (literalmente). Não é preciso dizer que esta crise amplia o conflito entre países como Estados Unidos e Rússia.
Como de costume, confiram os principais números e acontecimentos que sacudiram o país e o mundo (do redator chefe da Modal):
Neste mês, precisei lidar com um pequeno “imprevisto financeiro” (escrevi entre parênteses porque tive liberdade de escolha). Já estou com o mesmo computador por mais de 9 anos e, depois de perder um HD de 1 Tb, resolvi comprar outro desktop. Sendo assim, precisei me programar para fazer isto e minha capacidade de aporte foi menor.
O prazo para entrega da declaração de IR encerrou no último dia do mês. Precisei de aproximadamente duas semanas para preencher e revisar antes de transmitir – uma carteira diversificada torna o processo mais trabalhoso, porém mais seguro. Já verifiquei minha situação através do app Pessoa Física da Receita Federal – após dois dias, constava em fila de restituição (na opção “Consulta Restituição“).
Nas últimas semanas do mês, muitas empresas divulgaram seu balanço e alguns fatos relevantes pertinentes…
A Grendene (GRND3), por exemplo, divulgou um resultado negativo no 1T19, com queda de 51% no lucro líquido e queda em todas as margens – evidentemente, a cotação foi castigada logo em seguida. Não é motivo para alarde, mas é preciso ficar atento com os próximos balanços. De qualquer forma, reparem que, na avaliação anual, o desempenho da empresa continua excelente.
O Grupo Fleury (FLRY3)apresentou um resultado positivo, porém abaixo da expectativa do mercado. Ou seja, o lucro líquido cresceu apenas 0,5% (baixo) e apresentou ROIC (Retorno sobre o Capital Investido) de 42,1%. Com o resultado abaixo da expectativa, era esperada uma queda expressiva na cotação. Por ter aberto posição recentemente, pretendo aproveitar o momento para reforçar os próximos aportes (acredito se tratar de um mercado promissor).
Dos ativos que mantenho em carteira, também foram divulgados os balanços de Hypera (HYPE3, lucro líquido +9,5% e ROIC de 19,3%), Banco Itaú (ITUB3, lucro líquido +6,2%), Odontoprev (ODPV3, lucro líquido +19% e ROIC de 22,3%) e Weg (WEGE3, lucro líquido +7,7% e ROIC de 18%). Vale destacar que o lucro líquido recorrente do Banco Itaú foi de R$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre.
“A Itaúsa divulgou fato relevante sobre o Direito de Retirada da Companhia após a incorporação de ações da Itautec S.A.. Confesso que, de imediato, não compreendi muito bem do que se tratava. Após buscar maiores informações, percebi que se trata de um evento que permite ao pequeno investidor (detentor de ações ordinárias ITEC3), caso não concorde com a incorporação, o Direito de Retirada no valor de R$ 6,52 por ação. Porém, levando em consideração que as ações de ITSA3 estão cotadas acima de R$ 13, não faz sentido o investidor exercer o direito.“
Uma negociação que chamou bastante atenção foi a aquisição da Netshoes pela Magazine Luíza (MGLU3), no valor de U$ 62 milhões. Pois é, a Magazine Luíza não para de impressionar. Lamento não ter em carteira, mas é tarde para lamentações (risos).
O Banco do Brasil também chamou bastante atenção no mês:
– A primeira polêmica surgiu com a informação de que o presidente vetou uma propaganda do Banco destinada ao público jovem, com a suposta demissão do presidente de Marketing. Vale lembrar que o custo da propaganda foi de aproximadamente R$ 17 milhões (não, não é um filme). Obviamente, a CVM cobrou informações quanto a demissão do diretor e o Banco se pronunciou alegando que o diretor de Marketing foi apenas autorizado ausentar-se, por motivos pessoais, até 09/05/19. Resumindo: “não foi demitido“.
– Outra notícia que quase gerou desconforto no mercado financeiro foi o “pedido de redução da taxa de juros” feito pelo presidente Bolsonaro, no evento Agrishow 2019, ao Banco do Brasil. As mídias divulgaram a fala fora de contexto e as ações da estatal apresentaram uma volatilidade temporária (até a confirmação do contexto real).
Confiram o contexto real da fala do presidente (adiantem em 7 minutos):
“Passamos por um mês relativamente agitado“
Quanto aos investimentos…
“Meu poder de aporte foi menor em função da troca de desktop que decidi fazer (é minha ferramenta de trabalho). Infelizmente, o meu “querido” robô de trade ainda não colaborou, excluindo R$ 200 da reserva para aportes.“
Recebi proventos de ITSA3, ITUB3, BRCR11 (0,429%), FCFL11 (0,554%), PQDP11(0,463%), KNRI11(0,485%), RNGO11(0,565%), SAAG11(0,729%), GGRC11(0,386%), MXRF11(0,603%), KNCR11(0,495%), HGRE11(0,487%), FLMA11(0,497%), HGBS11(0,552%) e FIGS11(1,244%). Este mês não impressionou tanto como os anteriores (algo esperado), mas o resultado da carteira continua excelente. Em relação aos FIIs, o pior rendimento foi do fundo GGRC11 – as razões não ficaram muito claras (como o fato de estar como muito dinheiro em caixa), dado uma queda tão expressiva. No mês passado, o fundo BRCR11 distribuiu um rendimento de 9,95% em função da conclusão da negociação com a Brookfield, portanto é evidente que não se trata de um rendimento recorrente e também vale lembrar que ainda resta R$ 4,00 para distribuir ao longo do ano (não sabemos como será feito). Outra novidade foi a eleição da Hedge como nova gestora e administradora do fundo FIGS11 – aliás, o fim da RMG traz algumas expectativas sobre a cotação atual. De maneira geral, o rendimento da carteira permanece excelente, sendo reforçado com o pagamento de dividendos e JCP de ITUB3 e ITSA3 (pouco expressivo).
Para conhecer um pouco mais a Engie (EGIE3), segue uma análise completa do Canal do Holder:
Com o rendimento da própria carteira, somado ao capital que me prontifico separar para investir mensalmente, comprei mais ações (ou cotas) de ODPV3, EGIE3, ITUB3 e MXRF11. O maior aporte foi para EGIE3 e o menor para MXRF11.
Confiram a distribuição dos ativos, segundo o portal CEI (NÃO inclui o Fundo DI):
A composição atual ficou assim (gráfico do IrpfBolsa):
“Vale lembrar que o gráfico acima representa uma distribuição baseada no custo de aquisição, não no valor de mercado“
Apesar do resultado menos expressivo, a performance da carteira continua excelente. Minha capacidade de aporte foi a menor no ano porque troquei de computador – depois de 9 anos, já era hora de atualizar. Ainda assim, me programei para manter os aportes mensais em dia e um pequeno recurso para a avaliação do robô de trade.
“Para conhecer um pouco mais sobre o processo de codificação do robô, não deixem de acessar o nosso canal do Youtube – infelizmente, o robô encerrou o mês com prejuízo de aproximadamente R$ 300“
De maneira geral, continuo bastante satisfeito. Vale lembrar que, no curto prazo, oscilações são naturais e esperadas (com movimentos de repique, por exemplo). Dentro de qualquer tendência, os papeis não se movimentam em linha reta.
Estou apenas demonstrando o potencial de crescimento, isto não é recomendação de investimento.
Já fiz minha declaração, mas revisarei antes de transmitir. A meu ver, não houve mudanças muito significativas – a sequência lógica se mantém. Desde 2017, o software para preenchimento e transmissão é o mesmo. A maior dificuldade, neste ano (2018), está nos campos adicionais para declaração de “bens e direitos“, como o renavam para automóveis, inscrição municipal e registro em cartório para imóveis e CNPJ para ativos financeiros.
Resolvi compartilhar algumas dicas para auxiliar no processo de preenchimento. Não é algo tão complicado quanto parece e evitará que o investidor exponha seu patrimônio (detalhadamente) a contadores.
Vale lembrar que não sou especialista em IR e existem especificidades que variam de acordo com a realidade de cada contribuinte. Como não invisto fora do país (por exemplo), ignoro as opções referentes à moeda estrangeira.
Guarde todos os documentos por 5 anos (pelo menos) – Em caso de problemas (malha fina), a Receita Federal pode solicitar a apresentação dos comprovantes.
1. Se esta for sua primeira declaração, comece pela “Identificação do contribuinte” em “Fichas de declaração”.
Não há mistério algum.
Mas, preste atenção para não cometer erros de digitação no preenchimento de informações que são imutáveis ao longo da vida. Apesar de pouco provável, pequenas inconsistências, como data de nascimento errada, podem fazer com que o contribuinte caia na malha fina. Já presenciei alguns relatos sobre isto.
Se o titular for casado, basta selecionar “sim” em “Possui cônjuge ou companheiro(a)?” e informar o CPF em questão. E, na ficha seguinte (dependentes), se for o caso, é possível cadastrar o(a) cônjuge como dependente (código 11).
2. Em seguida, ainda em “Fichas de Declaração”, identifique sua fonte(s) pagadora(s) em “Rend. Trib. Receb. De Pessoa Jurídica”.
Esta ficha é obrigatória para trabalhadores assalariados ou prestadores de serviço.
O processo de preenchimento é simples. Utilize como referência o informe de rendimentos fornecido pela(s) empresa(s) em que trabalha ou prestou serviços. Atenção, nesta etapa é fácil para a Receita detectar qualquer tipo de inconsistência, pois ela cruzará seus dados com os informados pela fonte pagadora. O contribuinte cairá na malha fina caso uma das partes cause divergência de informações.
3. A ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis” é muito comum para quem lida com investimentos com rendimento livre de IR (com isenção).
Esta ficha é utilizada para informar rendimentos livre de IR, como Caderneta de Poupança, LCI, LCA, Fundos Imobiliários e dividendos de ações.
Desde o ano passado, o contribuinte não precisa mais identificar o item adequado para cada “tipo de rendimento”. Esta ficha foi separada em duas abas, uma para informar cada rendimento individualmente e outra para informações gerais (totais). A aba padrão (primeira) já permite lançar os rendimentos, basta identificar o código corretamente.
Os códigos mais comuns para lançamento: 09 – Lucros e dividendos recebidos 10 – Parcela isenta de proventos de aposentadoria, reserva remunerada … 12 – Rendimentos de cadernetas de poupança … 18 – Incorporação de reservas ao capital / Bonificações em ações 20 – Ganhos líquidos em operações à vista de ações … até R$ 20.000 … 26 – Outros
A maioria dos bancos fornece o extrato detalhado pelo home-banking.
O cadastro é simples: “informe o código adequado ao tipo de investimento, CNPJ e nome da “Fonte Pagadora” e o rendimento líquido”. Para isto, utilize como referência os informes de rendimentos enviados pelos Correios.
Vale lembrar que, no mercado de ações, o pagamento de “Juros sobre Capital Próprio” não é isento de IR, portanto é declarado na ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/ Definitiva”. Mas, é simples. No próprio extrato, para facilitar o preenchimento, os valores já estão separados “por ficha”.
Caso algum extrato indique a existência de “Rendimento não pago”, como foi o caso do fundo XPGA11 (em 2016), o rendimento será cadastrado normalmente, mas será necessário informar o valor líquido, na ficha “Bens e direitos”: código 99 (Outros) e descrição “Créditos em transito” ou “Crédito devido pela pessoa jurídica”, seguido da identificação da fonte pagadora (com CNPJ).
Em 2016 encerrei algumas operações com lucro, sem exceder o limite de isenção (até R$ 20.000 por mês). Neste caso, é preciso informar o valor através do código 20.
O vídeo, a seguir, demonstra claramente o passo a passo da leitura do informe de rendimentos.
https://www.youtube.com/watch?v=RsGHiHXOz7M
Mantive a declaração dos dividendos dos FIIs sob “código 09” (lucros e dividendos recebidos), mas existem orientações, na Internet, indicando que este registro seja feito sob “código 26” (Outros), com descrição de “Ganhos em Fundos Imobiliários”. Entrei em contato com a ouvidoria da Receita Federal (resposta no link ao lado) para saber qual é o melhor procedimento em relação aos Fundos Imobiliários.
Vale lembrar que, no caso da bonificação em ações, deveremos informar o valor através do “código 18” (algumas corretoras fornecem o valor).
4. Em “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”, devemos informar os rendimentos de aplicações que sofrem tributação (incide IR).
Esta ficha é utilizada para informar rendimentos de aplicações financeiras como Fundos DI ou pagamento de JCP, por exemplo. Nela, são declarados os rendimentos que tiveram imposto retido na fonte e não são passíveis de restituição.
A partir de agora o contribuinte não precisa mais identificar o item adequado para cada “tipo de rendimento”. Esta ficha foi separada em duas abas, uma para informar cada rendimento individualmente e outra para informações gerais (totais). A aba padrão (primeira) já permite lançar os rendimentos, basta identificar o código corretamente.
Os códigos mais comuns para lançamento: 06 – Rendimentos de aplicações financeiras 10 – Juros sobre capital próprio 12 – Outros
Não há mistério. O processo é o mesmo descrito na ficha anterior. A diferença é que faremos o cadastro de aplicações que sofrem tributação.
Para declarar rendimentos não pagos o processo é o mesmo descrito em rendimentos isentos.
5. Em “Bens e Direitos”, declare o patrimônio adquirido (ou a “evolução” anual).
Nesta ficha cadastre seu patrimônio: casa, carro e investimentos, por exemplo.
Para “imóveis” ou “carro” declare o valor de aquisição, não o valor de mercado. Neste caso, ao longo dos anos, o contribuinte deverá apenas clicar em “repetir”, pois o preço de aquisição não mudará. A casa deve ser cadastrada com “código 12” e o carro com “21”.
Caso o contribuinte não dispunha do bem no ano anterior (na “primeira situação”), o primeiro valor informado será 0 e o segundo será o custo de aquisição (ano de apuração).
Os códigos mais comuns para lançamento: 12 – Casa 21 – Carro 31 – Ações 41 – Poupança 45 – Aplicação em renda fixa ou CDB 61 – Conta corrente 71 – Fundo de curto prazo 72 – Fundo de longo prazo 73 – Fundo de investimento imobiliário 74 – Fundo de ações ou ETF 97 – VGBL
A declaração de “ações” também é baseada no custo de aquisição (até o último dia do ano). Mas, se o investidor adquirir mais ações, a diferentes preços, o custo total será definido pela multiplicação entre o preço médio e o número de ações. Declare, por empresa, através do “código 31”. Na descrição, informe o nome da empresa, código de negociação, corretora (com CNPJ) e número de “papéis”. Foi incluído ao formulário um campo para CNPJ da empresa em questão (seu ativo), mas a identificação da corretora é opcional.
Os fundos de investimentos imobiliários seguem o mesmo padrão, mas com “código 73”. Na descrição, informe o ticker (código de negociação), corretora (com CNPJ) e número de cotas. Da mesma forma como ocorre nas ações, surgirá um campo CNPJ para identificação do fundo em questão.
Caso apareça “valor não pago” em algum informe de rendimento recebido, será necessário lançar o valor em “Bens e Direitos”, com “código 99” (outros) e descrição “CREDITO DEVIDO PELA PESSOA JURIDICA” – no ano passado, foi o caso do fundo XPGA11: “XP INVESTIMENTOS (FII XPGA11), CNPJ 02.332.886/0001.04”.
O número de operações em bolsa dificilmente será pequeno. Portanto, para evitar erros e desgastes desnecessários, recomendo utilizar alguma ferramenta auxiliar, como o IrpfBolsa ou Calculadora de IR (do site Bússola do Investidor), principalmente se o investidor costuma fazer trades ou negocia cotas de FIIs.
Testei as duas ferramentas citadas acima e farei um breve comentário sobre cada uma.
Antes de tratar das ferramentas, em questão, é interessante compreender como funciona o recolhimento de IR sobre operações em bolsa.
É responsabilidade do investidor o recolhimento de imposto sobre operações em bolsa, com alíquota de 15% sobre os lucros aferidos em operações comuns e 20% em day-trade (operação de compra e venda no mesmo dia). Vale lembrar que, no mercado de ações, há isenção quando o somatório das vendas não exceder “R$ 20.000,00” (no mês), exceto para day-trade.
Não há isenção para negociação de cotas de fundos imobiliários (venda com lucro) ou operações de day-trade.
No caso de lucro, o pagamento deve ser feito com a emissão de uma DARF (código 6015), até o último dia útil do mês subsequente ao da apuração do lucro. É um procedimento válido no “decorrer do ano”, sempre que o investidor encerrar sua posição com ganho de capital.
Tanto os lucros como os prejuízos serão declarados (no sistema da Receita), em “Operações comuns / Day-Trade” no menu “Renda Variável”. O prejuízo será compensado futuramente, permitindo abater sobre ganhos posteriores. Esta é outra etapa que a utilização do IRPFBolsa pode ajudar bastante.
É evidente que a emissão da DARF dificilmente acontecerá para adeptos de B&H, pois será raro exceder o limite de isenção (R$ 20.000 em vendas) ou realizar operações de day-trade. Ou seja, acontecerá em menor proporção porque, nesta estratégia, as operações de compra costumam ser mais frequentes e as “posições” não são “fechadas” com frequência.
Acredito que, por mais simples que pareça, é inviável tentar gerenciar todas as operações ou carteira de ações manualmente. No mínimo, o investidor terá que lançar suas operações em uma planilha e definir fórmulas para o cálculo de preço médio, lucro e prejuízo, por exemplo. Pessoalmente, acredito que além de ser muito trabalhoso, amplia a margem de erros.
Com a utilização de ferramentas específicas para o cálculo de IR e gerenciamento de carteira, o investidor contará com inúmeros benefícios: “maior precisão e facilidade para lançar as ações ou cotas em ‘Bens e Direitos’, geração automática da DARF, apuração automática de lucros ou prejuízos e acompanhamento detalhado da evolução de sua carteira de investimentos”.
O IrpfBolsafoi a primeira solução que testei e utilizei para auxiliar no recolhimento de IR e declaração – excelente relação custo x benefício. A licença para dois anos custa R$ 90,00 (pagamento único). Para quem lida com renda variável, e diante dos benefícios, este preço é simbólico. Há uma explicação do objetivo disto no próprio site – achei inteligente.
Na opção “Imposto de Renda”, é possível acompanhar o resultado anual da carteira, bem como a apuração de lucro ou prejuízo a compensar.
O trabalho do investidor se resumirá em alimentar o sistema com as notas de corretagem.
Para preencher a ficha de “Bens e Direitos”, podemos utilizar as informações fornecidas pelo IrpfBolsa, levando em consideração os campos “papel” (código), “quantidade” e “custo total”:
– Através do menu “Meus resultados”, selecione a aba “carteira atual” e clique em “exportar” (no canto superior direito). Os dados serão “copiados” em memória e, desde que não existam lançamentos após dezembro (no ano de apuração), basta abrir uma planilha (como o Excel) e aplicar o recurso de edição “colar”.
– Porém, caso existam lançamentos após o ano de apuração, o ideal é fazer o levantamento através da aba “Variação da carteira”, selecionando o ano adequado e percorrendo cada mês de forma decrescente (a partir de DEZEMBRO). Feito isto, declare o primeiro resultado que encontrar para o ativo (será o mais atual).
A partir dos dados acima, pude declarar as cotas do fundo SAAG11:
Em “situação”, informe o “custo de aquisição”, não o valor de mercado.
Em 2016, testei, gratuitamente, pelo período de 7 dias, a “Calculadora de IR” do site “Bussola do Investidor”. Gostei. Tecnicamente, não deixou nada a desejar. Mas, em minha opinião, o custo mensal de R$ 49,90 (ou anual de R$ 538,92) da versão PRO, o coloca em desvantagem em relação ao IrpfBolsa.
Na terceira e última parte da programação de indicadores (nos próximos falaremos sobre o EA – Expert Advisor), veremos uma versão evoluída do exemplo anterior (baseado na Média Móvel), incluindo controles de trade – número de operações com ganho, número máximo de trades, prejuízo máximo, estimativa de ganho e etc.
A base para escolha de uma posição (comprada ou vendida) é bastante semelhante, mas incluímos algumas opções mais avançadas.
Conforme exposto no vídeo, a primeira diferença foi a codificação de um controle de trade (basicamente um controle de risco):
// Controle de risco para novas aberturas de posição - por isto !trade_open ou trade_open==0
if (!trade_open){
//--- Critérios principais e globais
// 1. Encerra ao atingir 20 pts
if (trade_sum>20) close_trades=1;
// 2. Encerra ao atingir o limite diário de trades
else if (trade_ct>max_daytrades-1) close_trades=1;
// 3. Encerra ao atingir o prejuízo diário máximo
else if (trade_sum<=max_tradeloss) close_trades=1;
//--- Critérios a partir de 3 pts
else if (trade_ct>=3) {
if (trade_ct>fail_trades-1 && gain_ct<1) close_trades=1;
else if (trade_ct>gain_ct && trade_sum>=5) close_trades=1;
else if (trade_ct==3 && gain_ct==3) close_trades=1;
}
}
Em seguida, a base do código está na identificação do momento “ideal” para abertura ou fechamento de posição…
Este controle foi implementado através da variável trade_open. Quando trade_open for 0, verificaremos a possibilidade de abrir uma nova posição. Por outro lado, caso seja 1, avaliaremos as possibilidades de fechar a posição (desviando o processamento para o bloco else).
Também limitamos a capacidade de abrir novas operações através da variável close_trades – ao atribuir o valor 1, encerramos as operações no dia e fechamos qualquer posição em aberto.
//--- Verifica se existe um trade em aberto (trade_open):
// 1. Caso não exista operação em aberto, verifica se a próxima barra está prestes a ser desenha e libera o processamento (isNewBar)
// 2. Caso exista, verifica a possibilidade de fechar a posição (desviará para o bloco "else")
if (!trade_open && !close_trades) {
// Código para abertura de posição
if (isNewBar(time[i], start, LM_OPEN)==true) {
trade_dir=0;
bars_trade=0;
buf_color_line[i]=0;
...
//--- Coloque aqui seu código para abertura de posição
}
}
else {
// Código para fechamento de posição
// atualiza buf_color_line pelo último valor de trade_dir
buf_color_line[i]=trade_dir;
...
if (isNewBar(time[i], start, LM_CLOSE)==true && buf_color_line[i]>0) {
...
//--- Coloque aqui os critérios para fechar a posição
// 1. Fecha posição depois de 5 barras sem ganho superior a 2 pts
// 2. Atualiza buf_color_line pelo valor de trade_dir
if (close_trades) trade_dir=0;
else if (bars_trade>5 && trade_maxgain<2) trade_dir=0;
buf_color_line[i]=trade_dir;
...
} // encerramento isNewBar
} // encerramento do bloco else (tenta fechar o trade)
Para facilitar no entendimento, coloquei vários comentários em todo código. Acredito que qualquer ajuste possa ser feito sem grandes dificuldades.
Caso você perceba algum bug ou tenha alguma ideia para acrescentar, por favor entre em contato!
Tenham consciência de que poucos *investidores* sobrevivem
aos trades. Vende-se muita ilusão na Internet. Seja qual for a sua
escolha, faça consciente!