Análise fundamentalista: Aprenda a analisar empresas antes de investir!

A bolsa de valores é comparada, muitas vezes, a um cassino por acreditar-se que o resultado “depende apenas de sorte”. Isto é “relativo” e dependerá da forma como cada um se posiciona: como “jogador ou investidor”. Assuma uma posição de investidor e seja consciente em suas decisões!

Os vídeos, a seguir, auxiliarão adeptos do B&H a compreender e escolher empresas que apresentam resultados positivos, com expectativa de crescimento e lucros consistentes, de tal forma que facilite, também, na identificação e exclusão de empresas sem boas perspectivas futuras.

Como investir em renda variável implica em risco maior, é essencial estabelecer critérios que limitem perdas.

Para isto, basear-nos-emos na análise fundamentalista, através da avaliação do balanço patrimonial, demonstrativo de resultados (DRE) e demonstrativo de fluxo de caixa.

Para compreender melhor o que é e no que consiste a análise fundamentalista, assistam este vídeo:

O objetivo principal é a identificação de empresas lucrativas, com dívida sob controle e que ofereçam o melhor “retorno sobre investimento” (ROE) possível. Para facilitar nesta análise, podemos nos valer de indicadores fundamentalistas que permitam estimar possíveis ganhos futuros, precificação e valor de mercado.

Nossas decisões serão baseadas, essencialmente, na representação de “valor”, não no preço de negociação. “Preço é quanto pagamentos, valor é o que levamos”. Esta é uma das bases do Value Investing.

Como inúmeros fatores podem influenciar no resultado, a tomada de decisão deve ser baseada na avaliação de “diferentes indicadores em conjunto”, não individualmente.

Os indicadores fundamentalistas mais conhecidos, para precificação, são: P/L (Preço sobre Lucro), P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial por Ação) e DY (Dividend Yield).

É comum utilizar o P/LPA como termômetro para identificar se o preço de uma determinada ação está sobrevalorizado (caro) ou não, pois representa o número de anos necessários para obter o valor pago pela ação por intermédio dos lucros distribuídos. Logo, quanto menor, melhor. Segundo a Empiricus, a média brasileira é de 12, americana 10 e chinesa 100 (aproximadamente). É perceptível que o P/L Chinês atingiu níveis preocupantes.

O VPA representa o valor contábil de cada ação (valor intrínseco), portanto também é utilizado na avaliação do preço atual de uma ação. Sendo assim, quanto maior o valor, melhor. Já o P/VPA é empregado na comparação entre empresas para identificar qual apresenta maior expectativa de crescimento. A princípio, “quanto maior, melhor”. Significa que o mercado está aceitando pagar um prêmio maior para o patrimônio liquido da empresa. Mas, existe um limite para esta interpretação. Um P/VPA muito alto representa risco maior – em momentos de crise, a desvalorização desta ação tende ser mais acentuada.

Uma ponderação interessante sobre patrimônio liquido, valor de mercado e valor justo:
http://www.estrategista.net/o-patrimonio-liquido-o-valor-de-mercado-e-o-valor-justo/

A análise do dividend-yield não é tão simples quanto aparenta e costuma ser feita de forma equivocada. É necessário levar em consideração o payout (porcentagem dos lucros que é distribuído) e outros fatores, como o reinvestimento na empresa e sua evolução financeira. Não adianta investir em empresas com maior distribuição de dividendos (DY maior) se a evolução financeira for comprometida. Neste caso, a capacidade de manter os dividendos, ao longo dos anos, tende diminuir. Por outro lado, uma “empresa de crescimento”, com payout moderado, tende remunerar melhor, ao longo dos anos, do que outra com dividend-yield maior e menor potencial de crescimento. Compartilharei, mais adiante, vídeos do Bastter, que tratam detalhadamente sobre este assunto.

Por hora, confiram esta análise sobre empresas de crescimento e distribuição de dividendos:
http://www.bastter.com/mercado/grupos/forum.aspx?g=226&t=694899

Todos estes dados podem ser levantados pelo site www.fundamentus.com.br, do grupo Uibo:
http://www.fundamentus.com.br/detalhes.php?papel=BBAS3&x=0&y=0
http://www.fundamentus.com.br/detalhes.php?papel=ABEV3&x=0&y=0

Conforme exposto, devemos avaliar diferentes indicadores antes da tomada de decisão. Sendo assim, tenho preferência pela análise horizontal e vertical (alternadamente), comparando a evolução do patrimônio líquido, consistência do lucro líquido, margem a partir de 20%, ROE superior a taxa de juros da economia e dívida sob controle (baixa alavancagem). É um “excelente filtro” para seleção de empresas. Neste quesito, os quadros do Bastter são muito bons.

É verdadeiro dizer que este tipo de análise não garantirá que o resultado futuro seja o mesmo, mas diz muito sobre a solidez de uma empresa quando os dados são consistentes e persistentes no decorrer dos anos“.

A capacidade lucrativa de uma empresa pode ser estimada pela “margem” e “ROE“.

A “margem” expressa o quanto da receita é convertido em lucro (lucro liquido/receita liquida). Quanto maior a margem, melhor. Demonstra a capacidade de manter a empresa lucrativa diante de situações adversas, como diante de crises. É também um bom parâmetro comparativo de vantagem competitiva entre empresas de um mesmo setor.

Já o “ROE” determina a capacidade da empresa em gerar lucros a partir do patrimônio líquido (lucro liquido/patrimonio líquido). Ou seja, determina a rentabilidade sobre o patrimônio. O ideal é que seja superior a taxa de juros da economia.

A avaliação do nível de endividamento é importantíssima, e pode ser feita pelo acompanhamento da evolução ou controle da dívida ao longo dos anos. Podemos utilizar como indicador a divisão da dívida bruta pelo patrimônio líquido, sendo que o resultado ideal deve ser inferior a 0,5%.

Para tal análise, tenho utilizado como referência a seguinte metodologia (do canal do Bastter):

O vídeo acima trata detalhadamente como analisar de forma simples, didática e eficiente. Apesar de ser “um pouco longo”, recomendo separar alguns minutinhos de seu tempo, pois será muito instrutivo.

O quadro, exibido pelo site, é subdividido em “evolução patrimonial”, “capacidade lucrativa” e “solidez da empresa (caixa e dívida)”. Confiram alguns exemplos: AMBEV, EZTEC e VALE.

O essencial, para separar o joio do trigo, foi abordado. Para conhecer o “potencial de geração de caixa” de uma empresa é comum avaliar, também, o EBITDA (lucro antes dos impostos, juros, amortizações e depreciações).

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