Estratégia de investimento: primeiros passos

A primeira etapa consiste basicamente em criar e exercitar o hábito de poupar e (re)investir de forma consciente e com baixo risco. Sendo fiel a estratégia (mantendo recorrente), o resultado tende a ser positivo e gratificante, motivando assim o aperfeiçoamento do investidor.

A chave do sucesso está na repetição de “poupar e investir (ou reaplicar)”.

Não assuma riscos que não puder suportar ou lidar. Concentre-se no exercício de poupar. No início, a primeira meta é investir com tranquilidade, sem passar pelo trauma de perder dinheiro; ainda mais em um momento de crise econômica como o atual. E, por mais estranho que pareça, o investimento inicial na caderneta de poupança é um excelente ponto de partida.

Comece (re)aplicando o dinheiro na poupança. Quando surgir uma “gordurinha” extra, que permita diversificar com maior tranquilidade, será a hora pensar em sofisticar um pouco mais. Para não ficar muito vago, acredito que a oportunidade surge quando o capital de giro, aplicado na poupança, atingir R$ 10.000. Abaixo disto, sua posição não é tão confortável assim. A partir deste patamar, já é possível melhorar os rendimentos, mantendo o grau de risco. Mas, não se afobe.

O primeiro objetivo, no valor de R$ 50.000, será o mais desafiador, pois o rendimento depende do montante aplicado. E, no início, será pequeno. Por isto os aportes mensais são fundamentais. Não há uma regra que dite como proceder. Algumas pessoas começam diversificando com renda variável também, mas não recomendo quando os recursos financeiros são escassos ou a experiência sobre o assunto for limitada. Particularmente, considero mais sensato trabalhar com investimentos de baixo risco primeiro (como renda fixa). O ideal é buscar uma evolução sólida, sem ter que lidar com grandes solavancos ou perdas financeiras logo de saída. Digo isto, porque a finalidade, neste artigo, é adotar uma sequência lógica que atenda diferentes realidades, permitindo assim uma ampliação gradativa da reserva financeira e o aperfeiçoamento do investidor.

A preocupação com a liquidez costuma ser maior no início, pois um imprevisto financeiro pode impor o resgate parcial ou total a qualquer momento. Por isto a recomendação de investimento na Poupança. Vale lembrar que, em função das taxas de juros, é preferível realizar um resgate total a começar uma dívida. Conforme comentei, em outros artigos, o processo de enriquecimento depende de alguns pré-requisitos, e não carregar dívidas é um deles – de grande peso, vale ressaltar.

Felizmente, existem alternativas interessantes que “podem amenizar” esta preocupação. Além dos Títulos do Tesouro, investimentos em Letras de Crédito, como o LCI (por exemplo), são excelentes alternativas, oferecem bons rendimentos e permitem, inclusive, o resgate parcial. Mas, só contam com liquidez diária “depois de 90 dias da data de aplicação (carência de 3 meses)” – já foi melhor. No caso do LCA, é um pouco mais complicado porque a aplicação inicial é de R$ 30.000.

De qualquer forma, a preocupação descrita anteriormente diminuirá com o crescimento da reserva financeira. Portanto, para agilizar o processo, não abra mão de manter os aportes mensais. A partir de R$ 10.000 a diversificação começa a ficar mais atrativa. Neste patamar, tanto o LCI como o CDB DI passam a ser excelentes opções. Vários bancos ou corretoras aceitam aplicação mínima a partir de R$ 5.000 no LCI, e R$ 500 no CDB DI. Então, ao realocar R$ 6.000 no LCI, visando o longo prazo, teríamos ainda R$ 4.000 aplicados na Poupança. Perceba que a preocupação com a disponibilidade do dinheiro já não é a mesma. Agora podemos levar o investimento mais rentável até o fim e ainda dispomos de R$ 4.000 para eventuais emergências.

Na fase inicial, “a diversificação não será tão pertinente”. O importante é manter o hábito de separar até 20% do salário (ou o que puder) para reaplicar, mesmo que seja na Poupança. Por mais incrível que pareça, uma simples atitude como esta tende a determinar o nosso sucesso como investidores.

Há uma série de alternativas de investimentos, de renda fixa, com bons rendimentos, principalmente neste momento em que as taxas de juros estão estratosféricas. Mas, não tente tirar “proveito de cada uma”, pois sua margem de erro certamente aumentará (não compensa). O fundamental é manter consistente o crescimento da reserva financeira.

Para o pequeno investidor (meu caso), o que realmente importa é aplicar gradativamente em bons investimentos. Não precisamos e nem devemos fazer malabarismos. O processo precisa ser simples e gradativo. Quanto mais tempo permanecermos em bons investimentos, melhor. Em alguns casos, podemos até aproveitar um momento favorável para determinado investimento (como TD ou CDB), fazendo apenas novos aportes nele – desde que os riscos sejam bem compreendidos e atenda aos nossos critérios. Mas, para não perder dinheiro, não fique “pulando de galho em galho”. E acredite, a perda será certa para quem fizer. Não cometa a tolice de comprometer bons investimentos para apostar em outro que aparenta ser “melhor”.

Mensurar se a troca de investimento (total ou parcial) será realmente vantajosa não é nada trivial. Caso esteja posicionado em bons investimentos, não faça. De imediato, perde-se dinheiro com taxas “de resgate”. E, dependendo do valor, pode ser bastante expressivo. No caso de um resgate parcial, leve em consideração a redução de rendimento desse investimento. Também será necessário analisar e comparar o histórico de rendimento dos últimos anos. E, mesmo assim, não há garantias. É muito difícil mensurar, com precisão, se o novo investimento realmente compensará as perdas assumidas.

A troca normalmente faz sentido quando o ativo deprecia e a perda de valor for um risco iminente. Como ainda estamos lidando com perfil muito conservador, não há muita razão para falar em troca. Mas, fará sentido quando (ou se) incluímos ativos de renda variável em nossa diversificação.

Por fim, mantenha o foco no primeiro objetivo (R$ 50.000) e, além dos aportes mensais, também reaplique o dinheiro disponível ao atingir o vencimento das demais aplicações. Lembre-se que dinheiro parado é rendimento perdido. Extraia, ao máximo, os benefícios dos juros compostos, mantendo uma estratégia eficiente de reaplicação em bons investimentos.

Confiram o grande potencial dos juros compostos ao longo dos anos:
http://www.clubedospoupadores.com/simulador-de-juros-compostos

Esta é a base para o sucesso da estratégia.
As etapas seguintes carregam consigo a essência das considerações feitas
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