A partir de agora entraremos em um assunto complicado e polêmico. É impossível falar em enriquecimento sem abordar este tema. Fico impressionado em ver como existe tanta fórmula milagrosa de enriquecimento (fácil ou rápido), desprezando a importância de um “emprego convencional” – no que se refere a capacidade de produzir algo de valor para a sociedade ou mercado.
Muito cuidado com dicas voltadas a ganhos espetáculares “trabalhando na Internet”. É possível ganhar dinheiro sim, mas se fosse tão simples ou eficiente, não haveria tanta gente concentrada na “venda de cursos”. Ou seja: “Se a técnica ensinada (por sí) é altamente rentável, o que leva tanta gente concentrar na venda de cursos sobre ela?”.
Então, faremos uma avaliação mais séria a respeito da escolha da profissão em relação ao futuro que desejamos.
Qual é o critério mais importante na escolha de uma profissão? Esta é uma questão bastante pessoal, então não há uma resposta única ou certa. Tudo bem. Mas, há uma resposta que podemos considerar como inadequada. Se o critério principal for baseado no retorno financeiro (quase sempre é), a tendência é que você comece a fazer comparações pelo salário e somente depois por suas habilidades. Isto é um erro e pode custar décadas de frustração e, por tabela, insucesso profissional.
Então, escolha uma profissão que, acima de tudo, lhe permita trabalhar feliz e fazendo algo que goste verdadeiramente. Esta escolha refletirá na qualidade do seu dia a dia – resultando em algo prazeroso ou uma bela tortura. É evidente que o salário pode e deve ser levado em consideração, mas “não coloque como critério de maior peso”. Não adianta buscar por um emprego que pague melhor, se for infeliz com o que faz – até porque, fatalmente, comprometerá a qualidade de seu serviço.
O motivo é simples. Se você quiser ser bem sucedido na vida e ganhando bem, seu trabalho precisa ter um “valor” diferenciado. É aí que entra a relação dinheiro x valor.
A grosso modo, o dinheiro é uma representação de valor – que aumenta ou diminui de acordo com a qualidade ou escassez do que se pretende negociar. Por isto o ouro vale mais que o cobre. Pelo mesmo motivo, carros de luxo são mais caros que carros populares. Aproveitando este exemplo, o preço de nosso carro cai porque o material deprecia ao longo do tempo (perdendo valor).
De certa forma, isto também se aplica a cada um de nós (medidos pelo valor que representamos).
É uma questão de lógica: Quanto maior a nossa responsabilidade, influência e importância dentro da empresa, maior será o nosso valor. E, infelizmente, quanto mais na massa estivermos, menos escassos seremos e menor será o nosso valor. Por isto devemos trabalhar com algo que gostamos, oferecendo o melhor possível, com diferencial e procurando crescer cada vez mais. Logo, como o salário é pago em dinheiro e dinheiro representa valor, precisamos mostrar o nosso valor para justificar salários maiores. Não há outra forma.
Não estou tratando este assunto à toa. Há uma forte razão. Lembram dos quatro grandes pilares para construção de riqueza (estudar, trabalhar, poupar e investir)? …
O salário tende a acompanhar o crescimento profissional. E, conforme o salário aumenta, sua capacidade de investir também aumentará – seja renda fixa, variável ou imóveis. Isto faz com que os juros compostos comecem a trabalhar cada vez mais rápido a seu favor e permitirá enriquecer a partir do trabalho. Não esqueça que isto não acontece do dia para noite. Felizmente, o esforço diminui na proporção em que o dinheiro se acumula.
Vale lembrar que os juros compostos também atuam na vida de quem vive endividado, mas negativamente. A diferença, neste caso, é que atuam contra e com peso muito maior. Portanto, para melhorar de vida, não deixe nenhuma dívida para trás ou priorize uma solução que permita quitar ou controlar o mais rápido possível.