A estratégia

estrategia1Estabelecer uma boa estratégia para a seleção e manutenção dos investimentos é uma das medidas mais importantes para galgar “bons resultados”. Os quatro pilares para o enriquecimento financeiro (“estudar, trabalhar, poupar e investir”) correspondem a base de tudo.

Muito do que tenho escrito é fundamentado em filosofia de vida herdada de meus pais – que são de origem humilde, passaram por muitas dificuldades, estudaram muito, conquistaram um alto nível de instrução e, com isto, puderam crescer. Então, posso dizer que tenho vários elementos que reforçam a eficiência do que argumento. Recentemente também tive acesso a outras estratégias, um pouco mais “ousadas”, que compartilham da mesma essência (como a filosofia Bastter). Sendo assim, sem fugir da essência, assumirei um risco um pouco maior, incluindo investimentos de renda variável em minha diversificação. Tudo isto será compartilhado neste artigo.

O sucesso, na maioria das vezes, depende muito de nossa habilidade de poupar e investir. Isto é tão importante quanto a escolha do investimento “ideal”. Portanto, é fundamental que cada um procure se aperfeiçoar profissionalmente para contar uma remuneração maior e investir cada vez mais. Em alguns casos, a busca por fonte de renda alternativa é uma opção a ser considerada. Seja como for, não quer dizer que você deva viver de privações, apenas não gaste tudo o que ganha no mês. Evitar o uso do cartão de crédito é uma atitude que auxiliará neste processo. Ou seja, programe-se para separar algum dinheiro (de 10 a 20% do salário, por exemplo) todo mês e (re)invista. Faça disto um compromisso pessoal. Se não for possível hoje, faça uma programação que permita “amanhã”.

No início, é comum ter a impressão de que levará uma eternidade para construir uma boa reserva financeira, mas é surpreendentemente agradável acompanhar o potencial que uma boa estratégia tem a oferecer. Alcançar os primeiros R$ 50.000 é um objetivo um pouco desafiador para quem está começando e conta com recursos limitados, principalmente porque requer uma programação para aportes mensais (reaplicando dinheiro). Portanto, o sacrifício é maior na fase inicial. Após superar o primeiro objetivo, a dificuldade em alcançar R$ 100.000 será menor, pois o próprio rendimento será mais expressivo. Acima de R$ 100.000, o rendimento de suas aplicações passa a dar empurrões cada vez mais fortes. E assim, o esforço vai diminuindo gradativamente. Acima deste patamar, em pouco tempo, uma aplicação em “fundo Referenciado DI” (por exemplo) será capaz de oferecer rendimentos mensais na ordem de R$ 1.000. É evidente que, com este montante, alcançar os R$ 200.000 será ainda “mais rápido”. Conforme o tempo passa, a preocupação com novos aportes “diminui”. Diferentes operações podem acontecer neste meio tempo, e é aí que tentarei abordar algumas possibilidades. Mas, cabe a cada investidor escolher o caminho a ser trilhado.

O primeiro passo – talvez o mais importante – é aprender poupar. E repito: “não gaste tudo o que ganha no mês”. Procure se programar para sobrar algum dinheiro todo mês (não precisa ser muito). A verdade é que não existe uma receita de bolo para seguir. Na minha opinião, há muita teoria inútil sobre o assunto. Não adianta seguir cegamente a filosofia de vida ou os passos de outras pessoas – cada um constrói sua própria história. Pessoalmente, procuro adotar um perfil poupador, mas não me preocupo muito com cada gasto que faço individualmente (apenas acompanho). Apesar do perfil poupador, não levo uma vida repleta de privações. O que levo em consideração é a relação entre o total de renda que disponho e o montante que me prontifiquei investir mensalmente (faço disto uma meta). Fico em alerta quando percebo que estou prestes a comprometer o montante dedicado para investir e revejo minha conduta no período. Em caso de imprevistos (raros), o jeito é avaliar prioridades. Se não for possível investir, em um dado momento, tudo bem.

Mas, não imagine que basta escolher o “melhor investimento”, aplicar uma única vez e esperar por grandes resultados. Não é assim que funciona. Mantendo a regularidade de poupar e (re)investir, seu retorno financeiro será cada vez maior. O rendimento é sobre o volume em dinheiro aplicado. Logo, quanto maior o volume, maior o retorno. Os juros compostos atuarão sobre um volume cada vez maior. Quando o retorno financeiro (lucro) começa a aparecer de forma intensa, os benefícios ficam evidentes e deixa de ser um sacrifício.

Entenda que este esforço não é em vão, pelo contrário. Procure consumir moderadamente, dentro de sua realidade financeira, visando ampliar seu patrimônio para poder usufruir com maior qualidade no futuro. É um pouco pesado, mas vou usar um dos pensamentos do Bastter: você se torna uma pessoa livre quando deixa de ser escravo de conta. E para isto acontecer… requer sacrifícios.

Apesar do momento atual, começar trabalhando com a Caderneta de Poupança pode levar a uma experiência inicial bastante tranquila, justamente pelo efeito didático que ela representa, segurança, facilidade de administração e liquidez. Não se concentre exclusivamente na rentabilidade. A nossa habilidade de poupar todo mês precisa ser exercitada (requer disciplina e treino). E a poupança se encaixa perfeitamente neste quesito. Este é o primeiro passo para começar a construção de uma reserva financeira, tendo como objetivo o acúmulo de capital e facilidade de giro (liquidez).

Mesmo com tantas adversidades, vejam como a aplicação na Poupança pode fazer todo sentido:
http://www.clubedopairico.com.br/contrariando-a-tudo-e-a-todos-eu-digo-use-a-poupanca/24256

De acordo com os critérios colocados, porque não começar pelo TD então? A primeira diferença está na incidência de IR (Imposto de Renda), com alíquota de 15% para resgates após dois anos. Vale lembrar que inicia em 22,5% para resgates até 180 dias. Já a poupança, apesar do rendimento inferior a inflação, é isenta de IR. E, seja como for, ninguém é capaz de afirmar, com precisão, como será a rentabilidade nos próximos anos. Critérios que tornam um investimento mais favorável hoje costumam mudar com o tempo. Portanto, não adianta ficar “vidrado” apenas na rentabilidade. A segunda questão está na liquidez. O TD sofreu alguns ajustes e passou a oferecer liquidez diária. Mas, por ser um investimento que lida com Títulos do Tesouro Nacional, o governo tem feito várias intervenções nas negociações, em uma tentativa de conter a volatilidade, congelando a venda de títulos em determinados dias. Por esta razão, a liquidez diária tem sido algo bastante questionável. Pessoalmente, vejo o TD como uma excelente opção para médio e longo prazo. É um ótimo investimento “se for levado até a data de vencimento”. E, diante do cenário econômico atual, há quem veja como oportunidade única (rendimentos excelentes).

Portanto, tome cuidado. Apesar de ser renda fixa, o TD também pode oferecer um risco maior (com perdas reais) caso necessite de resgate antecipado. Não é tão simples.
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/detalhes-da-tributacao-do-tesouro-direto
http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/cuidado-o-tesouro-direto-pode-ser-seu-pior-investimento

Gostaria de frisar que não sou contra o investimento em títulos do Tesouro. Estou apenas alertando para o investidor não criar o hábito de seguir “modinhas” – é perceptível que há um bombardeio de anúncios incentivando o investimento. Ainda não apliquei no TD porque tenho outros interesses. Seja como for, para aproveitar maiores rentabilidades, nada impede começar por ele. Mas, leve em consideração a incidência de IR no resgate (bem como a liquidez), os riscos e a data de vencimento.

Preserve seu patrimônio e não comece focando exclusivamente na rentabilidade.

Neste link há uma ponderação interessante sobre o processo de enriquecimento (com vídeo):
http://aprendizfinanceiro.com.br/awrp/blog/2015/10/29/enriquecer/

Descreverei o processo, com maiores detalhes, separando em três etapas:
http://aprendizfinanceiro.com.br/awrp/blog/2015/12/04/estrategia-de-investimento-primeiros-passos/
http://aprendizfinanceiro.com.br/awrp/blog/2015/12/04/estrategia-de-investimento-conquista-do-primeiro-objetivo/
http://aprendizfinanceiro.com.br/awrp/blog/2015/12/04/estrategia-de-investimento-consideracoes-finais/

Para conhecer um pouco mais sobre o investimento em ações, leia esta postagem:
http://aprendizfinanceiro.com.br/awrp/blog/2015/12/31/investindo-em-acoes/