Feliz 2017

O ano de 2016 está prestes a encerrar, deixando consigo lembranças de obstáculos desafiadores, fracassos, realizações, perdas, superações e conquistas. A vida é um eterno aprendizado e somos autores de nossa própria história. Este pode ser um excelente momento para rever o caminho que estamos trilhando, nossa atitude no dia a dia e aspirações para o futuro.

Alimentar o otimismo, a partir de nossas crenças (ou mesmo simpatias), serve como um grande estímulo para renovar energias e encarar novos desafios, mas o resultado final depende da nossa atitude cotidiana e caminhos escolhidos. Devemos nos preparar, da melhor maneira possível, para conquistar nossas metas, sem depender da “boa vontade” dos governos, nem esperar pelo desenrolar dos acontecimentos passivamente. Somos autores de nossa própria história.

Se você ainda não investe e deseja aprender, esta é uma excelente oportunidade!

DESEJO A TODOS UM FELIZ ANO NOVO!

Resultado do mês de Dezembro (2016)

O ano está encerrando e passamos por fortes turbulências, resultante do “processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, operação Lava Jato, Brexit, eleição presidencial norte-americana e etc”. Haja emoção (risos)! O atual governo apresentou medidas polêmicas (algumas extremamente impopulares), mas acredito que está em concordância com estudos dos principais economistas brasileiros quanto a retomada do crescimento econômico. Porém, não é algo simples ou rápido. Dificilmente colheremos frutos já em 2017. Para investidores, o ano de 2016 ofereceu grandes oportunidades (seja em renda fixa ou variável) e ainda existe uma janela de oportunidades bastante interessante para o próximo.

As mudanças no cenário político e econômico geraram expectativa positiva e o índice Ibovespa encerrou o ano com alta de 39%. E, em função da elevada taxa de juros, investimentos em renda fixa também ofereceram oportunidades raríssimas. Particularmente, optei por concentrar os novos aportes em Fundos Imobiliários e Ações. A única operação que realizei, em renda fixa, foi a troca de fundo DI (no mesmo Banco).

Neste ano, algumas medidas fundamentais e impopulares foram tomadas, como o caso da PEC 241 e proposta de reforma da Previdência. O governo também apresentou um pacote de medidas econômicas, visando aumentar a produtividade, reduzir os juros para o consumidor final e diminuir a burocracia. Para aquecer a economia, o governo liberou o resgate total de contas inativas do FGTS e lançou uma proposta de reforma trabalhista, beneficiando inúmeros brasileiros diretamente. Infelizmente, o índice de desemprego continua crescente e, no curto prazo, não há sinais de reversão. Medidas importantes estão sendo tomadas, mas, provavelmente, serão perceptíveis apenas em 2018.

Os ventos estão mudando de direção, no entanto a crise ainda é uma dura realidade. A diminuição da inflação, por exemplo, se deve, em parte, pela perda do poder de consumo da população. Ou seja, ainda não há um sinal claro de recuperação. Não estou sendo pessimista ao afirmar isto, estou apenas apontando aspectos que podemos “explorar” para o próximo ano. Aliás, aproveitem a liberação do resgate total do FGTS (contas inativas) para quitar (ou negociar) suas dívidas ou aproveitem a oportunidade para investir – o calendário será liberado no mês de fevereiro.

Quanto aos investimentos…

Por esquecimento, perdi a data de renovação da assinatura do relatório de Microcaps da Empiricus. Assinei por dois anos seguidos e aprendi bastante. Porém, não estou certo de que o custo x benefício seja realmente compensador. O relatório é caro e o índice de acerto (ou eficiência) é um tanto questionável. Continuo assinando o relatório de Fundos Imobiliários e pretendo renovar por mais um ano. Em breve, compartilharei maiores detalhes sobre minha experiência com a Empiricus.

Já estou operando pela corretora Rico e em janeiro solicitarei a transferência da custódia da MyCAP também.

Recebi proventos de ABEV3, BBAS3, ITUB3, BRCR11 (0,787%), FCFL11B (0,629%), PQDP11 (0,551%), KNRI11 (0,662%), RNGO11 (0,835%), SAAG11 (0,723%), TRXL11 (1,011%), FVBI11B (0,634%), XPGA11 (1,084%), KNCR11 (0,885%), EDGA11B (0,615%) e HGRE11 (0,797%). O desempenho dos FIIs tem sido bastante estável, e o pior resultado foi do fundo PQDP11. Vale lembrar que o rendimento do fundo TRXL11 não é recorrente – o pagamento da multa devida pela empresa 2 Alianças contribuiu com o rendimento superior deste mês. O rendimento final da carteira foi reforçado com o pagamento de JCP (Juros sobre Capital Próprio) de ABEV3 e BBAS3.

Com o rendimento da própria carteira, somado ao capital que me prontifico separar para investir mensalmente, comprei mais ações ou cotas de IVVB11, ABEV3, ITSA3, BRCR11, KNRI11 e KNCR11. O menor aporte foi para o fundo KNCR11, nos demais a distribuição foi equilibrada. Aproveitei a desvalorização de ABEV3 para reforçar minha posição. Incluí à carteira algumas cotas do ETF que reflete o índice Americano S&P500 (IVVB11) – não requer mais perfil qualificado.

A composição atual ficou assim (gráfico do IrpfBolsa):

Para demonstrar mais detalhadamente a “evolução” da carteira, compartilharei o resultado do ganho por ativo (em relação ao preço médio):

Papel Preço médio Preço mercado % Setor
ABEV3 18,68 16,45 -11,97 Consumo não Cíclico
AGRO3 12,18 11,2 -8,09 Financeiro e Outros
BBAS3 17,07 28,1 64,61 Financeiro e Outros
BBSE3 27,52 28,38 3,09 Financeiro e Outros
BRCR11 99,53 95,5 -4,03 Financeiro e Outros
CARD3 3,46 4,97 43,43 Bens Industriais
EDGA11B 64,40 51,9 -19,42 Financeiro e Outros
EZTC3 13,00 15,8 21,48 Construção e Transporte
FCFL11B 1289,91 1780 37,99 Financeiro e Outros
FESA4 7,00 7,81 11,51 Materiais Básicos
FVBI11B 73,74 88,95 20,61 Financeiro e Outros
GRND3 17,90 17,75 -0,88 Consumo Cíclico
HGRE11 1282,68 1250 -2,54 Financeiro e Outros
ITSA3 7,89 8,09 2,44 Financeiro e Outros
ITUB3 25,28 30,99 22,54 Financeiro e Outros
IVVB11 79,87 76,41 -4,33 Financeiro e Outros
KNCR11 111,77 113,95 1,94 Financeiro e Outros
KNRI11 134,42 144 7,12 Financeiro e Outros
PETR3 9,35 17,3 84,83 Petróleo, Gás e Biocomb
PQDP11 1335,59 1999,99 49,74 Financeiro e Outros
PTBL3 2,61 2,09 -20,07 Construção e Transporte
RNGO11 75,67 79,99 5,70 Financeiro e Outros
SAAG11 97,78 118,49 21,16 Financeiro e Outros
TRXL11 67,88 58,49 -13,84 Financeiro e Outros
XPGA11 87,39 99,5 13,84 Financeiro e Outros

Observando a tabela acima, tornam-se evidentes os benefícios da diversificação. Porém, não se engane com uma simples análise isolada do ganho em relação ao preço médio. Apesar da Grendene (GRND3) encerrar com queda de 0,88%, por exemplo, os dividendos ou JCP distribuídos pela empresa converteram o resultado em lucro (não exibido na tabela). Daí a razão do Bastter sempre repetir que, para o holder, preço de compra não importa. No longo prazo, o preço médio real tende a zero – alguns aportes serão feitos com a remuneração da própria carteira.

Desde o início do mês, a tendência de alta da Bolsa de Valores perdeu força devido ao “estresse do mercado” (expectativa gerada com a vitória de Trump, por exemplo), levando a uma forte volatilidade. Ainda assim, o IBovespa encerrou o ano com alta de 39% (melhor resultado desde 2009).

Fiquei um pouco “surpreso” com a desvalorização das ações da Ambev, mas vejo como uma excelente oportunidade para novas entradas, visto que não há fundamentos que sustentem a queda.

Conforme exposto, a carteira apresentou um excelente resultado e continua superando minha expectativa. No entanto, é preciso ter consciência que, no curto prazo, oscilações são naturais e esperadas (com movimentos de repique, por exemplo). Dentro de uma tendência de alta, os papeis não se movimentam em linha reta.

Estou apenas demonstrando o potencial de crescimento, isto não é recomendação de investimento.

Feliz Natal

Devido ao nicho do site (investimento econômico), as palavras “dinheiro” e “riqueza” tendem apresentar destaque um pouco maior. O objetivo principal do portal “Aprendiz Financeiro” é compartilhar conhecimento e mostrar que é possível conquistar uma vida mais tranquila – não importa a sua realidade atual.

Este é o segundo Natal do blog, mas…
Ainda há um longo caminho para percorrer e acredito que será muito interessante, instrutivo e motivador.

Desejo um FELIZ NATAL a TODOS!

Transferência de custódia

Conforme exposto em “Resultado do mês de Novembro (2016)“, solicitei transferência de custódia dos ativos que tinha na corretora Gradual para a Rico. Compartilharei algumas fontes de pesquisa que utilizei, etapas envolvidas e como foi a experiência.

O processo em si é muito simples. Vejam como funciona:

Não é o caso da Gradual (não está quebrando), mas o entendimento sobre transferência de custódia é pertinente:

O pedido de transferência de custódia é feito por meio do formulário STVM (muitas corretoras disponibilizam).
Link para download: transferencia-acoes-modelo

Na há mistério, basta alterar onde preenchi com exemplos:

1. Informe seu nome completo e CPF em "Identificação do cedente" e "Cessionário", 
   nos campos indicados no formulário;

2. Seu endereço residencial deve ser informado em "Identificação do cedente";

3. A identificação da corretora de origem é feita em "Cedente" e destino em "Cessionário";
   No meu caso, ficou assim:
     - Cedente (origem): 227-5 GRADUAL CCTVM S/A
     - Cessionário (destino): 386-7 RICO CTVM S/A

4. Em "Código do cliente", informe o seu código de cliente na respectiva corretora;
   "Caso desconheça, consulte o portal CEI - é exibido como Conta Nro"

5. Selecione "Não" em "Pessoa Vinculada à Instituição - Agente de custódia";

6. Informe o código do papel (ou ticker), tipo e quantidade;
   "Cada formulário pode conter até 5 ativos - não altere a estrutura. Caso seja 
   insuficiente, preencha os demais ativos em outro formulário (a cada 5)"

7. Em "Motivo da Transferência", é comum selecionar "Mesma titularidade em outra
   instituição" - neste caso, o "Valor de Alienação" de cada ativo, informado
   anteriormente, deve ser mantido em branco;

8. Ainda em "Motivo de Transferência", informe a data e assine ao lado.

Para identificar o tipo de ativo corretamente, utilizei como referência o padrão exibido no Portal do Investidor. Já as informações pertinentes a corretora podem ser levantadas facilmente no site da própria corretora ou na bmfbovespa.

Como a estrutura do formulário não pode ser alterada, precisei imprimir 4 formulários para identificar todos os ativos de minha carteira. Entrei em contato com a Gradual para saber quais são os procedimentos exigidos pela corretora. Algumas permitem reconhecer firma apenas para o primeiro formulário, mas a Gradual não. Depois de imprimir e assinar cada formulário, precisei reconhecer firma um a um (custo total de R$ 32).

Feito isto, basta enviar o documento ao endereço da corretora de origem (para Gradual).

Para agilizar, optei pelo envio por SEDEX (com AR). Infelizmente, não fez muita diferença, pois o transporte aéreo estava em processo de licitação e o documento foi enviado via transporte terrestre. Esta foi a explicação que recebi de uma funcionária dos Correios (bem atenciosa, diga-se de passagem).

Na maioria das vezes, assim que o processo inicia, o prazo para a transferência de custódia corresponde a 3 dias. Fiz algumas pesquisas e percebi que raramente acontece em menos de uma semana. No meu caso, levou quase duas. De acordo com o código de rastreio, o SEDEX foi recebido no dia 02/12/2016. Mas, a transferência foi concluída apenas na quinta-feira passada (dia 15/12/2016).

Depois do recesso de ano novo, farei a solicitação da transferência de custódia da MyCAP também.

A reforma da previdência é necessária?

O assunto é extremamente polêmico e, em função da complexidade e distorções colocadas por grupos específicos, é pouco compreendido também. Tem sido comum encontrar pensamentos movidos por ideologia ou aspectos emocionais. Mas, a matemática é uma ciência exata e comprova facilmente a criticidade do caminho em que a economia brasileira está tomando, bem como a necessidade real das reformas. Infelizmente, não é apenas uma questão de opinião.

O governo do atual presidente (Michel Temer) vem apresentando propostas de reformas extremamente impopulares, mas indiscutivelmente necessárias. E, fatalmente, isto vem resultando na queda de sua popularidade. A PEC 241 e a reforma da previdência, por exemplo, são temas de muita discussão e tem surgido distorções sobre o assunto. Pense bem… “ao invés de começar com medidas tão impopulares, não seria mais simples e cômodo para o presidente ignorar estas questões e deixar a bomba estourar na mão do próximo?”. Separei alguns vídeos e artigos técnicos que auxiliarão neste entendimento.

Se você ainda acredita que não existe déficit e que tudo isto é uma manobra para favorecer os mais ricos, é melhor rever seus conceitos. As classes menos favorecidas serão as mais afetadas e castigadas.

Para compreender melhor a dimensão do problema e como nos afeta, leiam os seguintes artigos (é muito sério):
http://mercadopopular.org/2016/10/a-pec-do-teto-dos-gastos-publicos-mitos-e-verdades/
http://mercadopopular.org/2016/08/a-previdencia-social-e-superavitaria-mito-ou-verdade/

O vídeo acima é longo, bastante esclarecedor e ajuda compreender melhor a urgência destas reformas. É injusto? De certa forma, sim. Porém, se nada for feito o resultado será muito pior. E, ao contrário do que alguns estão afirmando, para os ricos é indiferente, pois não dependem do INSS.

Não adianta fingir que o problema não existe:

A título de curiosidade, o Brasil é um dos seis países, junto com Nigéria, Argélia, Turquia, República da Eslováquia e Egito, que ainda permitem aposentadoria sem limite de idade, considerando somente com o tempo de contribuição ou serviço. Pelo visto, não são casos de sucesso para seguir.

Não cabe aqui discutir se é injusto ou não. Independente dos próximos acontecimentos, se você quer contar com uma aposentadoria tranquila, não dependa exclusivamente do INSS. A condição do INSS é preocupante e a recomendação dos principais economistas tem sido a construção da própria previdência, investindo em Títulos do Tesouro Nacional ou Mercado de Capitais (como FIIs ou ações, por exemplo).

Confiram o texto extraído do Instituto Mises Brasil:

João recebe R$ 1.000 por mês. Esse é o seu salário bruto.

Desse valor, João paga 8% para o INSS. Isso dá R$ 80.

Seu patrão paga 20% desse valor também para o INSS. Isso dá R$ 200.

Por mês, portanto, João e seu patrão repassam R$ 280 ao INSS.

De acordo com as futuras novas regras da Previdência, João terá de trabalhar por 49 anos para conseguir se aposentar com seu salário integral. Ou seja, João e seu patrão terão de pagar, mensalmente, R$ 280 ao INSS durante 49 anos para que, no ano de 2066, João se aposente e receba uma aposentaria mensal de… R$ 1.000.

(Para facilitar o exemplo, estamos considerando inflação zero pelos próximos 49 anos. Isso significa que, em 2066, R$ 1.000 terão o mesmo poder de compra que têm hoje. Essa forma de raciocinar tem a vantagem de pensarmos tudo em valores de hoje para qualquer época futura, o que mantém o raciocínio mais claro.)

Agora, qual seria a situação de João caso ele investisse esses R$ 280 em aplicações de alto rendimento corrigidas pela inflação?

Como mostra esse artigo, se João fizesse isso, daqui a 49 anos ele teria à sua disposição uma quantia cujo poder de compra equivale a nada menos que *R$ 1,038 milhão* em valores de hoje.

Mas agora vem o principal: esse R$ 1,038 milhão (em valores de hoje) que João terá daqui a 49 anos, caso continuem aplicados, renderão a ele nada menos que R$ 5.086 por mês (em valores de hoje).

Apenas compare e se espante:

No primeiro cenário, tudo o que restou a João é receber R$ 1.000 por mês (em valores de hoje). E só. Ele não tem mais nada. Toda a dinheirama que ele deu ao INSS (um total de R$ 178.360 durante 49 anos) se perdeu. Ele não tem acesso a ele. Tudo o que lhe restou, repetindo, é receber R$ 1.000 por mês.

Já no segundo cenário, João não apenas estará em posse de R$ 1,038 milhão (em valores de hoje), como ainda estará ganhando mais R$ 5.086 por mês (em valores de hoje) só com os juros incidentes sobre esse R$ 1,038 milhão!

Eis, portanto, as alternativas de João: patrimônio nenhum acumulado e apenas R$ 1 mil por mês para sobreviver; ou patrimônio de R$ 1,038 milhão acumulado mais uma renda mensal de R$ 5.086 por mês.

Isso, e apenas isso, já deveria bastar para acabar com qualquer debate sobre a Previdência.

Aliás, o exemplo do Instituto Mises Brasil foi bastante modesto. Há uma série de aplicações conservadoras que oferecem, ao longo de muitos anos, taxas de juros na ordem de 0,80% ao mês. Então, se investirmos R$ 280, por 49 anos, a uma taxa mensal de 0,75%, nosso patrimônio atingirá incríveis R$ 3 milhões. Isto representará uma renda mensal superior a R$ 20.000,00.

Alguns simuladores de juros compostos:
http://www.clubedospoupadores.com/simulador-de-juros-compostos
http://carteirarica.com.br/juros-compostos/

Perceberam a diferença? Bem diferente dos resultados oferecidos pelo INSS.